Atlético

ATLÉTICO

Antes de atacar, ser equilibrado

Aguirre vai dizendo adeus ao esquema com trio de atacantes consagrado com Cuca e Levir e dá preferência à formação com três volantes, considerada mais cautelosa

postado em 29/04/2016 11:00 / atualizado em 29/04/2016 10:36

EM DA PRESS
Três volantes e um breve adeus ao esquema com três atacantes. Essa mudança implantada pelo uruguaio Diego Aguirre no Atlético nas últimas partidas vai muito além da formação tática e atinge a filosofia de jogo que marcou o clube alvinegro desde a conquista da Copa Libertadores de 2013. Se os antecessores, Cuca e Levir Culpi, defendiam o estilo ofensivo e de pressão intensa sobre os adversários, o atual treinador vê a necessidade de reforçar a marcação na busca pelo equilíbrio da equipe.

A estratégia vem se consolidando aos poucos e deu certo no empate sem gols com o Racing, na Argentina, pelas oitavas de final da Copa Libertadores. Com os volantes Leandro Donizete, Rafael Carioca e Júnior Urso (este com relativa liberdade para ir ao ataque), o time mineiro conseguiu segurar a pressão dos donos da casa e agora poderá passar à próxima fase com vitória simples na quarta-feira, às 21h45, no Independência. Aguirre dá mostras de que manterá a escolha por três jogadores de marcação diante do América, na decisão do Estadual, domingo, também no Horto.

“Com essa nova formação, temos um time mais calculista, com mais segurança. Embora não tenha tanto jogo ofensivo, há mais equilíbrio, que faz com que a gente não leve gols. No futebol, tem que ganhar e se classificar. Temos que tentar fazer gols. Mas não levar é muito importante”, sintetiza o uruguaio. Além da chegada de Júnior Urso, as contusões de Luan e Patric – que normalmente ajudam os laterais – levaram o treinador a optar pelo sistema mais cauteloso.

Cuca e Levir Culpi conquistaram títulos pelo Galo com um time que pressionava os rivais em seu campo, mas que também levava muitos gols. O treinador campeão da Libertadores utilizou frequentemente o trio ofensivo com Diego Tardelli, Jô e Bernard, além Ronaldinho formando o quarteto de ataque. O esquema usado por Levir era parecido, sem um centroavante fixo e com muita movimentação e troca de posições na frente: Luan, Diego Tardelli, Carlos e Dátolo eram os titulares mais frequentes.

Na formação de Aguirre, Júnior Urso tem sido um falso ponta, mais recuado quando os adversários têm a posse de bola: “Ele joga na direita porque marca e é rápido e forte. Essa formação dá para mudar o esquema durante o jogo, puxar o Urso para trás. É um jogador que está se encaixando e nos favorece muito”, ressalta o volante Rafael Carioca. Ele comentou as declarações do goleiro Saja, do Racing, de que os atleticanos iriam “tremer” na Argentina. “Queremos responder em campo. Somos fortes em nosso campo , onde pressionamos os adversários e vamos buscar a classificação”.

O esquema mais defensivo foi usado pela primeira vez na goleada sobre o Villa Nova por 7 a 2, no Mineirão, no começo do mês. A equipe atuou assim mais cinco vezes e levou seis gols – numa delas, com os reservas, foi derrotado pelo Tricordiano (4 a 2) no Horto.

PANCADA NA COXA

Por orientação do treinador, até mesmo Robinho vem se dedicando à marcação, como ocorreu no 0 a 0 diante do Racing. Ele levou uma pancada na coxa esquerda e será reavaliado pelos médicos, mas garantiu não ser problema para encarar o América. “Está doendo um pouco, mas devo estar em campo”, afirmou o jogador. A delegação desembarcou na noite de quinta-feira em Confins e nesta sexta e sábado treina na Cidade do Galo. No duelo de domingo, jogará por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols.

Tags: mineiro2016 seriea atleticomg nacional libertadores2016 Campeonato Mineiro Atlético Copa Libertadores