O Atlético segue como um dos piores mandantes do Campeonato Brasileiro. Diante do Vitória, no Independência, foi derrotado por 3 a 1. Mais um vexame em casa na competição. A equipe agora tem apenas três pontos a mais que o São Paulo, primeiro na zona de rebaixamento. O técnico Rogério Micale não foi perdoado pelo torcedor. Muitos gritos de burro após substituições que fizeram o nível do time cair bastante em campo. Neilton, Yago e Tréllez marcaram pelos baianos, enquanto Cazares fez o único do Galo.
Depois da partida, ainda no estádio, a direção alvinegra se reuniu e o presidente Daniel Nepomuceno anunciou a dispensa do treinador, que deixa o Atlético um dia antes de completar dois meses no clube.
A participação de Micale foi bem confusa na partida. Assim como no jogo contra o Palmeiras, ele tirou um volante para colocar um jogador mais ofensivo. O nível da marcação caiu e o time baiano cresceu, marcando dois gols em contra-ataques e fechando o placar em 3 a 1.
O Atlético está em 11º, com 31 pontos, três a mais que o São Paulo, 17º colocado. O G-6, obrigação cobrada pelo presidente Daniel Nepomuceno, agora é visto como um sonho quase impossível.
O Galo volta a campo apenas no próximo domingo, às 19h, contra o Atlético-PR, fora de casa. No mesmo dia, mas às 11h, o Vitória visita o Botafogo no Rio de Janeiro.
O jogo
A estratégia de Micale para a partida foi manter o esquema ofensivo e fazer trocas necessárias: Alex Silva e Yago ganharam as vagas de Marcos Rocha, lesionado, e Elias, suspenso. A ideia era pressionar o Vitória desde o início para construir vantagem ainda no primeiro tempo, mas não foi o que aconteceu.
O meio-campo frouxo na marcação deu espaço para o time visitante. Fillipe Soutto, aquele mesmo revelado pelo Atlético, mostrou uma de suas principais qualidades. Logo aos 2’, ele recebeu na entrada da área e deu lindo passe para Neilton, livre, tocar na saída de Victor e abrir o placar: 0 a 1.
Após o gol, o Atlético tentou se organizar em campo sem se desesperar. Muitos passes de lado e busca por furar o sistema defensivo bem postado do adversário. O Alvinegro tinha a bola, mas não sabia como chegar ao gol. Quando encontrou uma solução, empatou o jogo. Cazares arrancou da esquerda para o meio e tocou com Fábio Santos. O lateral acionou Fred, que fez o pivô e completou a triangulação com lindo passe de letra para Cazares. O equatoriano, na cara do gol, só teve o trabalho de tirar do goleiro Caíque para empatar: 1 a 1.
O empate empolgou o torcedor, mas o time não manteve o ímpeto ofensivo. Ainda com dificuldades para encontrar espaços, o Atlético voltou a apelar para os cruzamentos. Foram 13 na primeira etapa, mas nenhum certo. Erros de passes também irritaram os torcedores, que vaiaram a equipe após o fim da etapa inicial no Independência.
O Atlético voltou desconcentrado para o segundo tempo. O Vitória aproveitou-se e adiantou a marcação e começou a sair mais para o jogo. O Galo pouco assustava e não conseguia se encontrar em campo. Os jogadores estavam distantes e a torcida começou a ficar impaciente. Numa das poucas jogadas, Valdívia cruzou para Fred, que cabeceou para boa defesa de Caíque.
Micale ousou. Assim como no jogo contra o Palmeiras, ele tirou Adilson. Naquela partida, foi para a entrada de Robinho. Desta feita, Otero foi o escolhido e Luan foi recuado para a função de segundo volante. Pouco depois, ele tirou Fred para a entrada de Rafael Moura. Nas duas substituições, ele ouviu o grito de burro da arquibancada. E os gritos se intensificaram um minuto depois.
O Vitória partiu em contra-ataque após erro de Leonardo Silva, que tentou toque de cabeça para trás e acabou dando nos pés de Tréllez. O atacante driblou Victor, perdeu o ângulo, mas conseguiu o toque para o meio da área. A bola passou por Neilton, que furou, mas Yago chegou logo atrás completando para o fundo das redes: 1 a 2.
O torcedor não perdoou o treinador. O Galo foi para cima e criou oportunidades, mas parou no goleiro Caíque. Micale utilizou sua terceira substituição para colocar Marlone em campo no lugar de Luan. Robinho ficou no banco e o torcedor enlouqueceu com o treinador nas arquibancadas. Quem mais assustou foi Otero, que parou em boas defesas do goleiro Caíque e também na trave.
E num contra-ataque, o time baiano matou o jogo. Tréllez ganhou no alto de Alex Silva, saiu na cara do gol e tocou por cima de Victor: 1 a 3. Fim de jogo e muitas vaias das arquibancadas.
ATLÉTICO 1 X 3 VITÓRIA
Atlético
Victor, Alex Silva, Leonardo Silva, Gabriel e Fábio Santos; Adilson (Otero), Yago, Luan (Marlone), Cazares e Valdívia; Fred (Rafael Moura)
Técnico: Rogério Micale
Vitória
Caíque, Ramon, Kanu, Wallace e Geferson; Fillipe Soutto, Uillian Correia e Yago (René); David (Kieza), Neilton (Júnior) e Santiago Tréllez
Técnico: Vagner Mancini
Gols: Neilton, aos 2, Cazares, aos 17 minutos do primeiro tempo; Yago, aos 23, Tréllez, aos 48 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Luan (ATL) Tréllez (VIT)
Motivo: 25ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: estádio Independência, em Belo Horizonte
Público: 10.865 torcedores
Renda: R$ 144.919,00
Data e hora: domingo, 24 de setembro, às 19h
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio - GO (FIFA)
Assistentes: Bruno Raphael Pires - GO (FIFA) e Leone Carvalho Rocha - GO (CBF)