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Mudança no Atlético: Nepomuceno iguala Eurico Miranda em lista de presidentes que mais trocam de técnico entre grandes

Após demissão de Micale, Oswaldo de Oliveira é o sexto técnico da gestão

postado em 26/09/2017 07:01 / atualizado em 26/09/2017 20:03

Gladyston Rodrigues/EM
Na sala de imprensa, o presidente chega e se senta ao lado do técnico demitido instantes antes. Essa cena é cada vez mais frequente no Atlético. Seja por rompimento unilateral de contrato, seja por outros motivos, a mudança de comando é prática recorrente na gestão Daniel Nepomuceno.

Com a demissão de Rogério Micale, o mandatário alvinegro optou por um treinador para gerir o time até o fim de 2017. O experiente Oswaldo de Oliveira foi oficializado nesta terça-feira pelo clube alvinegro. Com a confirmação da chegada do novo técnico, Daniel Nepomuceno se torna o terceiro presidente que, em média anual, mais promove troca de comando entre os chamados '12 grandes' do futebol brasileiro. 

Desde 2015 - quando a gestão atual assumiu o comando do Atlético -, foram seis treinadores: Levir Culpi (2015), Diego Aguirre (2016), Marcelo Oliveira (2016), Roger Machado (2017), Rogério Micale (2017) e Oswaldo de Oliveira (2017). De volta para a base, o ex-auxiliar Diogo Giacomini assumiu interinamente o cargo em quatro oportunidades.

Na lista de presidentes que mais trocam o comando da equipe, entretanto, são considerados apenas os treinadores fixos. Eurico Miranda, assim como Nepomuceno no Atlético, contratou seis técnicos desde que retornou ao cargo no Vasco, em 2015. A média é de dois treinadores por ano para os dois mandatários. 

Nesse período, o time de São Januário foi comandado por Doriva, Celso Roth, Jorginho, Cristóvão Borges, Milton Mendes e Zé Ricardo. As trocas se deveram especialmente ao desempenho da equipe, rebaixada em 2015.

Apenas Eduardo Bandeira de Mello, do Flamengo, e Carlos Augusto de Barros e Silva, o ‘Leco’, do São Paulo, possuem números superiores: 2,5 e 2,2 treinadores por temporada. 

Marcelo Feijó de Medeiros, do Internacional, e Maurício Galiotte, do Palmeiras, também tem média de dois treinadores por temporada. Ambos, entretanto, assumiram o comando dos clubes apenas em 2017 e têm dois anos a menos de mandato que Daniel Nepomuceno e Eurico Miranda.

Números inteiros

Se outro parâmetro for adotado, Daniel Nepomuceno também ocupa a terceira posição do ‘ranking’ ao lado de Eurico. Entre os atuais mandatários dos ‘12 grandes’, o presidente alvinegro só contratou menos treinadores que Eduardo Bandeira de Mello (11) e o cruzeirense Gilvan de Pinho Tavares (oito - Mano Menezes foi contabilizado duas vezes).

A diferença é que, enquanto Nepomuceno preside o Atlético há três anos, Bandeira de Mello está há cinco temporadas à frente do Flamengo - uma a menos que Gilvan no Cruzeiro. Curiosamente, as duas equipes decidirão a Copa do Brasil nesta quarta-feira sob os comandos de Reinaldo Rueda e Mano Menezes.

Perfil

Outra crítica constante ao trabalho de Daniel Nepomuceno é quanto às mudanças de estilo dos treinadores contratados pelo Atlético. Levir Culpi, por exemplo, se notabilizou por dar sequência ao perfil ‘Galo Doido’ eternizado pelo antecessor Cuca. A ideia, basicamente, era apostar em um time técnico e com vocação ofensiva.

Diego Aguirre, entretanto, é um treinador que prioriza a posse de bola horizontal e marcação firme em linhas bem definidas. O sucessor Marcelo Oliveira, por outro lado, aposta na marcação individual, bola aérea forte e ataque constante.

Em 2017, foi a vez de Roger Machado assumir o time. O treinador chegou após um trabalho no Grêmio que priorizava a posse de bola, marcação zonal e triangulações constantes. Em menos de dois meses, Rogério Micale tentava implementar um sistema mais ofensivo, mas que também valorizava a troca de passes e dava liberdade aos pontas - responsáveis pela ‘amplitude’ proposta pelo ataque.


Veja o ‘ranking’ da média anual de treinadores por presidente

Carlos Augusto de Barros e Silva, o ‘Leco’ (São Paulo): cinco treinadores em dois anos - média de 2,5 (Doriva, Bauza, Ricardo Gomes, Rogério Ceni e Dorival Júnior)
Eduardo Bandeira de Mello (Flamengo): 11 treinadores em cinco anos - média de 2,2 (Dorival Júnior, Jorginho, Mano Menezes, Jaime de Almeida, Ney Franco, Vanderlei Luxemburgo, Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira, Muricy Ramalho, Zé Ricardo e Reinaldo Rueda)
Daniel Nepomuceno (Atlético): contratação fará o time chegar a seis treinadores em três anos - média de 2 (Levir Culpi, Diego Aguirre, Marcelo Oliveira, Roger Machado, Rogério Micale e Oswaldo de Oliveira)
Eurico Miranda (Vasco): seis treinadores em três anos - média de 2 (Doriva, Celso Roth, Jorginho, Cristóvão Borges, Milton Mendes e Zé Ricardo)
Marcelo Feijó de Medeiros (Internacional): dois treinadores em um ano - média de 2 (Antônio Carlos Zago e Guto Ferreira)
Maurício Galiotte (Palmeiras): dois treinadores em um ano - média de 2 (Eduardo Baptista e Cuca)
Gilvan de Pinho Tavares (Cruzeiro): sete treinadores (duas vezes Mano Menezes) em seis anos - média de 1,33 (Vagner Mancini, Celso Roth, Marcelo Oliveira, Vanderlei Luxemburgo, Mano Menezes, Deivid, Paulo Bento e, novamente, Mano Menezes)
Roberto de Andrade (Corinthians): quatro treinadores em três anos - média de 1,33 (Tite, Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira e Fábio Carille)
Modesto Roma Júnior (Santos): quatro treinadores em três anos - média de 1,33 (Enderson Moreira, Marcelo Fernandes, Dorival Júnior e Levir Culpi)
Romildo Bolzan Júnior (Grêmio): três treinadores em três anos - média de 1 (Felipão, Roger Machado e Renato Portaluppi)
Carlos Eduardo Pereira (Botafogo): três treinadores em três anos - média de 1 (René Simões, Ricardo Gomes e Jair Ventura)
Pedro Abad (Fluminense): um treinador em um ano - média de 1 (Abel Braga)

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