Santa Cruz

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Após prisão de líderes de organizadas, delegado espera atitude da diretoria do Santa Cruz

José Silvestre lembrou que Sport e Náutico já romperam com principais organizadas

postado em 21/11/2014 13:17 / atualizado em 21/11/2014 12:36

Pedro Galindo /Especial para o Diario

Ricardo Fernandes/DP/D.A.Press
“Uma mudança de paradigma”. Para José Silvestre, delegado da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil de Pernambuco (CORE), é isso que representa o desfecho da Operação Gol de Placa, que capturou dirigentes da Torcida Jovem, do Sport, e da Fanáutico. De acordo com Silvestre, a corporação tem contado com a colaboração de ambos os clubes, que cortaram relações com suas respectivas organizadas. Sobrou, então, para o Santa Cruz, que terminou levando um “puxão de orelha”.

Para o delegado, os dois clubes mudaram sua atitude perante as organizadas. “As diretorias anteriores do Náutico apoiavam ou incentivavam as torcidas organizadas. Davam ingressos, cediam espaços no clube, quadras. A atual diretoria do Náutico esteve aqui no CORE, disse que o clube não compactua com essa atividade e parou totalmente de dar apoio. A diretoria do Sport já fez contato, dizendo que não tem interesse em apoiar esse tipo de atividade”, declarou.

Ao contrário das palavras de reconhecimento dedicadas aos seus arquirrivais, no entanto, o Tricolor do Arruda recebeu, por sua vez, uma alfinetada do delegado. Silvestre afirmou que o clube ainda não procurou a Polícia Civil para separar sua imagem da Inferno Coral. “Falta apenas o Santa tomar algumas atitudes mais efetivas. Ainda não fomos procurados, mas quero crer que o Santa não tem intenção de apoiar isso”, revelou.

Em relação à culpabilidade e à perspectiva de punição para clubes envolvidos com a violência de torcidas organizadas, Silvestre foi taxativo. Afirmou que qualquer dirigente poderá ser sancionado caso sua colaboração nos crimes praticados pelas torcidas seja comprovada. “Não há prova concreta que possamos usar em relação a integrantes específicos da diretoria dos clubes, que nos permitam levar isso à Justiça. Mas, sem dúvida, houve ao longo dos anos uma contribuição, senão criminosa, permissiva. É possivel a punição, se mais à frente for constatado o envolvimento direto de algum dirigente”, alertou o delegado.

Avanço
Com a prisão de Marinho, os seis mandados da Operação Gol de Placa foram cumpridos. Só que dois dos suspeitos já estão novamente soltos, respondendo o processo em liberdade, poucos meses depois de terem sido presos. Apesar da brevidade da detenção dos dois, Silvestre afirmou que a Operação Gol de Placa trouxe uma grande evolução no panorama da criminalidade ligada ao futebol no estado. “Os torcedores organizados se sentem à vontade porque não são presos. Não é preciso cinco, dez anos de prisão. Essas prisões de dois, três meses têm sido didáticas. E a violência tem diminuído drasticamente”, comemorou.