Santa Cruz

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Erros, cotas e expectativas de dinheiro a receber: Alírio Moraes expõe finanças do Santa Cruz

Presidente espera injeção de até R$ 4 milhões até fim do ano, admite falha no planejamento financeiro e diz que clube não consegue fechar contas no verde

postado em 21/10/2016 15:58 / atualizado em 21/10/2016 19:44

Julio Jacobina/DP
Fechar um mês com a conta no verde tem sido uma tarefa impossível para o Santa Cruz. Com despesas maiores que as receitas, tem sobrado para os jogadores (com dois meses de salários atrasados) e, principalmente, para os funcionários (que chegam a cinco folhas de atraso). Situação fruto de um “erro estratégico” da direção, como admite o próprio presidente Alírio Moraes. O mandatário expôs as finanças corais e, apesar do cenário financeiro caótico e até com direito a greve dos seus trabalhadores, enxerga um fim de ano melhor para os cofres do Tricolor.

Alírio projeta o recebimento de um valor de até R$ 4 milhões, que deve entrar no Santa até o término de 2016. Segundo ele, são R$ 1,7 milhões do restante a ser pago pela Conmebol devido à participação do time na Copa Sul-Americana, R$ 2 milhões de cotas de televisão e “o restante”, algo em torno de R$ 300 mil, referente a patrocínio.  

A quantia não é capaz de saldar todas as dívidas do clube, afirma o presidente. Porém, é fundamental para quitar despesas importantes, a exemplo das que mantém com o funcionalismo. “Na segunda-feira, devo passar fora para consolidar desbloqueios. O valor é insuficiente para pagar as contas que precisam ser pagas. Estou trabalhando no campo pessoal, com linhas de financiamento, de maneira que eu, de fato, espero que até o fim do ano, no Natal, possamos estar confraternizando com funcionários numa tranquilidade muito grande”, declarou.

O presidente assume a sua responsabilidade. Diz que errou nas contas no começo do ano. Esperava que repasse de fornecedor de material esportivo de um pré-contrato com a Dry World fosse maior que o da parceira atual, a Penalty. Ansiava uma receita maior de bilheterias e também um aumento mais significativo no quadro de sócios (a intenção era chegar a 20 mil e hoje está na casa dos 14 mil). Também não esperava que o clube sofresse com sucessivos bloqueios judiciais, como os cotas de televisão e de parte do repasse da Conmebol.

“Foi um erro de estratégia financeira. Foi dada como certa uma receita que não entrou. O torcedor fica confuso com isso porque se fala em R$ 23 milhões anuais (de cotas da televisão). Numa conta rasteira, seriam R$ 2,3 milhões por mês (na verdade, R$ 1,9 milhão), mas para um clube que gasta R$ 3,5 milhões mensais pagando os seus passivos”, contou. “Sempre tenho pagamento de mês deficitário. Tenho que buscar diferença ou vou deixar de pagar compromissos. Fato é que funcionários foram sacrificados.”