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Magrão lança livro sobre Copa do Brasil de 2008 e revela histórias de bastidores

Goleiro revelou ameaça do árbitro Alício Pena Júnior na disputa por pênaltis, na semifinal. "Disse que se eu pegasse um pênalti ele mandaria voltar"

postado em 10/07/2013 08:30 / atualizado em 10/07/2013 09:18

Alexandre Barbosa /Diario de Pernambuco

Alexandre Barbosa/DP/D.A Press
A maior conquista de um clube pelas palavras de um dos maiores ídolos da sua história. Numa frase, a definição para o livro “Copa do Brasil 2008, há cinco anos, o Brasil era rubro-negro”. O autor? Alessandro Beti Rosa, Magrão. Ninguém melhor do que um dos protagonistas de uma história para descrevê-la com detalhes. Talvez, mais do que detalhes. Histórias de bastidores que vêm à tona e contam um pouco mais sobre a conquista. Está provado. Para ganhar o Brasil, em 2008, foi preciso vencer dentro e fora de campo.

Foi nas linhas do livro que Magrão desabafou. Com cinco anos de intervalo, mas desabafou. Na disputa por pênaltis, na semifinal contra o Vasco, em São Januário, ele revelou uma ameaça por parte do árbitro Alício Pena Júnior. Se defendesse o pênalti, ele mandaria voltar. “Pela primeira vez na vida, vi um juiz me pressionar em campo por conta de um erro do outro time”, escreveu o camisa 1.

No caso, o erro do adversário foi a cobrança de Edmundo, que abriu a série, para fora. Na visão do árbitro, Magrão estava se adiantando. Ele garante que não. E então ouviu algo que não esperava de Alício Pena Júnior. “Após a cobrança errada de Edmundo, o árbitro veio até mim e me pressionou. Disse que se eu pegasse um pênalti ele mandaria voltar. Alegou que eu saía antes na bola, o que não era verdade”, descreveu o goleiro.

Cinco anos depois do episódio, Magrão conta que nunca havia pensado em revelar a história. Surgiu enquanto ele descrevia o que se passou naquele jogo. “Nunca tinha pensando em falar sobre isso. Só falei porque foi para o livro”, contou o goleiro, revelando que a ameaça o atrapalhou – ele não defendeu nenhuma cobrança. “Fiquei com medo dele continuar insistindo que eu saía antes.”

Em outro trecho do livro, Magrão contou sobre a semana que antecedeu a final contra o Corinthians. Torcedor do time paulista na infância, o goleiro foi ameaçado novamente. Desta vez, fora de campo. Ele e a esposa, Renata, receberam telefonemas de torcedores adversários. Quem revela a história, agora, é ela. Uma parte que não está no livro. Mas que só por causa dele veio à tona. No dia seguinte às ameaças, com os celulares desligados, a família se mudou. “Morávamos numa casa e no dia seguinte mudamos para o apartamento que tínhamos comprado. Ficamos com medo”.
 
Alexandre Barbosa/DP/D.A Press

LANÇAMENTO

Há oito anos no Recife defendendo o Sport, Magrão atingiu o status que poucos conseguiram atingir. Tem a admiração de todas as torcidas. É ídolo maior de uma torcida exigente, que não se contenta com pouco. Isso ficou bastante claro nos dois eventos realizados até agora para a divulgação do livro. O primeiro no Espaço Sport, na Ilha do Retiro, na segunda-feira. O segundo na Livraria Imperatriz, no Shopping Tacaruna, na terça.

Os torcedores lotaram os espaços e fizeram fila. Com o livro na mão, queriam o autógrafo do ídolo, uma dedicatória, uma foto. Um abraço apertado para finalizar. Como que um agradecimento por cada defesa, cada alegria proporcionada pelo camisa 1. Magrão retribui com atenção. Sorriso largo, caneta na mão, não faz cerimônia para atender a cada torcedor. Nesta quarta, finaliza a divulgação do lançamento da publicação com uma última noite noite de autógrafos, na Livraria Cultura, no Shopping Rio Mar.

Alexandre Barbosa/DP/D.A Press
EMOÇÃO


Se o livro é uma compilação de emoções do passado, no presente este ingrediente também não falta. Histórias de amor ao clube e ao ídolo não faltam. Da menina que saiu de Bezerros às 5h30 e às 19h30 ainda esperava na fila para ser atendida pelo ídolo. E com uma alegria sem tamanho. Da senhora que emocionou a esposa do goleiro, Renata, ao contar sua história de superação pessoal.

"Ela veio até a mim e me disse que ganhou o livro do sobrinho, que é alvirrubro. Me contou que estava sofrendo de depressão e não saía da cama há algum tempo. Mas que resolveu sair de casa, incentivada pelo sobrinho, para pegar o autógrafo de Magrão. Ela foi para a fila, ganhou o autógrafo, e ficou super emocionada. A gente também. São histórias como essa que nos deixam muito alegres. Nos mostram que a luta dele dentro de campo é revertida em carinho. É sensacional", contou Renata.