Basquete

BASQUETE

Clubes da Liga de Basquete Feminino querem gerir a categoria até a Olimpíada do Rio 2016

Os seis times querem mais espaço dentro da Confederação Brasileira de Basketball

postado em 26/11/2015 19:12 / atualizado em 26/11/2015 21:49

Ana Paula Santos /Diario de Pernambuco

Rodrigo Silva/Esp.DP/D.A Press
Os seis clubes que disputam a Liga de Basquete feminino 2015 - incluindo o América, único representante de Pernambuco na disputa - aproveitam o momento de fragilidade na gestão do presidente Carlos Nunes, acusado do uso indevido de dinheiro público à frente da Cofederação Brasileira (acusação que ele nega), para exigir o devido espaço para o feminino.

Os dirigentes divulgaram nota oficial onde, dentre várias sugestões, propõem a criação de um colegiado que defina os passos da seleção feminina a partir deste momento. O colegiado também ficaria responsável pela gestão do basquete feminino até o fim da Olimpíada de 2016.

Na nota, os seis clubes avisam à Confederação que caso não haja diálogo e atendimento aos pleitos, as jogadoras que disputam a LFB seguirão sem servir a seleção brasileira.

 

Leia a nota na íntegra:

Em função do descaso da Confederação Brasileira de Basketball com as seleções femininas nós, representados pelos clubes que estão disputando a 6º edição da Liga de Basquete Feminina, decidimos não mais protestar mas sim colocar em prática ações que visam que nosso país tenha uma representação honrada nas Olimpíadas de 2016, algo que deve ser do interesse da CBB também - imaginamos.


Até agora civilizadamente aceitamos todas as decisões da Confederação Brasileira referente ao feminino sem sequer sermos consultados. Entendemos o momento, mas não iremos mais esperar outro vexame do basquete feminino para tomar providências que já deveriam ter sido tomadas pela entidade que dirige o basquete brasileiro.

A consequência da irresponsabilidade da CBB é clara e pode ser vista na queda dos patrocinadores do feminino e no prejuízo de imagem que as jogadoras tiveram durante os torneios onde a Confederação demonstrou despreparado e desconhecimento da modalidade feminina. Estes são os problemas mais tangíveis, mas há também os que falam da diminuição de atletas, diminuição de clubes, de postos de trabalho, de visibilidade etc. .

Nós, clubes, não temos o mínimo interesse em cargos ou remuneração. Nosso objetivo não é “enterrar” o basquete feminino, algo que vemos a passos largos acontecer, mas sim dar a volta por cima. E agora.

Nossa proposta, portanto, é:

A Confederação Brasileira de Basketball, através do seu presidente, aceita que de agora até o final das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, a gestão do basquete feminino seja feita pelas 6 equipes que estão representando os clubes através da disputa do campeonato Liga de Basquete Feminino (LBF).

As 6 equipes formarão o Colegiado que irá definir todos os passos da Seleção Feminina de agora em diante. Nosso entendimento é que este colegiado possui totais condições de tomar decisões, desde a programação até mesmo comissão técnica e convocação de atletas. São essas seis equipes que estão convivendo diariamente com o basquete feminino. São estes técnicos que estão no dia a dia com as atletas ( 99% das atletas selecionadas estão na LBF).

Acreditamos na capacidade da presidência da Confederação Brasileira em unir-se com esta proposta em prol ao basquete feminino. Não existe por parte dos clubes o mínimo interesse em atrapalhar, em prejudicar, por mais que estejamos sendo boicotados há tempos.
Que esteja claro: a não presença de jogadoras das equipes aqui envolvidas na seleção persistirá caso não tenhamos evolução em nossa proposta frente a mais um descaso da Confederação.

Por fim, aguardamos pelo posição da Confederação Brasileira de Basketball confiantes que acima dos interesses pessoais existe o objetivo de recuperar o basquete feminino.