Yane reservou dias de folga para escolher vestidos que serão usados nas premiações

Uma generosa caixa guarda os vestidos das premiações anteriores. Remexer os tecidos - lisos, estampados, com grafismos e rendas - faz Yane Marques, 29 anos, lembrar com saudade dos modelitos exibidos durante os prêmios Brasil Olímpico, concedido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), com cerimônia marcada para o dia 17, em São Paulo, e o Atitude Campeã, da Secretaria de Esportes de Pernambuco, que terá festa de premiação no dia 26. "É bom recordar o que já usei, mas repetir jamais!", diverte-se a medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, que reservou alguns dias das férias para achar "o vestido" para as duas ocasiões deste ano.

A peregrinação começou pelas vitrines de um shopping no bairro do Pina. No ano passado, neste mesmo centro de compras, ela saiu com as opções que foram usadas tanto na festa do COB quanto no Atitude Campeã. Neste ano, encontrou, na mesma loja, o modelo que vai usar no evento estadual. Já o que pretende vestir na noite de terça-feira, no Teatro Bradesco, em São Paulo, deu um pouco mais de trabalho. "Eu sempre prefiro os vestidos curtos. Mas sei que a ocasião pede um longo. Acho que no ano passado usei um longo. Fui com um bem bonito estampado, feito por mainha (dona Gorethi). E a repórter querendo saber qual era o estilista (risos). Disparei logo um "foi minha mãe quem fez!", contou Yane.

A pernambucana, pelo segundo ano consecutivo, concorre ao prêmio de melhor atleta do ano no país. Então, já viu. A produção é caprichada. Em outro estabelecimento no mesmo shopping, Yane se agradou de um belo vestido branco, todo trabalhado na renda. Curto e com detalhe nadador nas costas. A gerente da loja, Roberta Simões, ajudou na composição do look trazendo sandália, colar e uma clutch (carteira de mão). "Com um olhão azul desses você não pode dispensar o uso de cílios postiços", aconselhou Roberta, para na sequência sacar seu iPhone do bolso e pedir, com simpatia, uma foto com a estrela do pentatlo moderno brasileiro.

Em uma loja, nas proximidades do Parque da Jaqueira, o alvoroço foi ainda maior em torno da "galega". Arlete Maria Silva, fashionista e proprietária da marca, fez questão de atendê-la pessoalmente. Escolheu opções que combinassem com o corpo esguio da pentatleta. Ainda ofereceu-lhe facilidades na hora de passar o cartão de crédito. Yane se agradou, mas hesitou em levá-lo para casa. "Vou pensar, mas adorei esse vermelho e esse outro com brilhos", revelou.

O escolhido foi...
Depois de checar mais vestidos, saia e blusa em outras duas lojas nas Graças, Yane entrou, mesmo sem estar muito à vontade, em um estabelecimento na Praça do Entrocamento. Desconfiada, observa os longos e as etiquetas presas a eles. "Caramba!", disparou Yane, fazendo referência a alguns valores.

Entre uma prova e outra, sob os cuidados da vendedora Sandra Maia - fã confessa da atleta desde os tempos em que a via correndo na pista da Jaqueira - Yane conheceu o dono da loja. Ele, natural de São José do Belmonte; ela, nascida e criada até os oito anos em Afogados da Ingazeira, cidades situadas no Sertão pernambucano. A conversa correu solta entre os dois. E a cada prova de vestido, ele fazia questão de registrar. No fim das contas, ela saiu plenamente satisfeita com a escolha para a noite de gala do esporte brasileiro.