Mais Esportes

HANDEBOL

Amor pelo esporte e jornada dupla marcam atletas que disputam o Mundial de Handebol de Areia

Competição no Recife tem 24 seleções, de 19 países, e começa nesta terça-feira

postado em 22/07/2014 08:00 / atualizado em 22/07/2014 08:22

Alexandre Barbosa /Diario de Pernambuco

Assessoria/Divulgação

“Na praia, a gente joga por amor mesmo”, define o pernambucano Gil Pires, lateral direito da seleção brasileira de handebol de praia, que nesta terça-feira estreia no Mundial da modalidade, disputado no Recife até o próximo domingo. Ele também atua no handebol de quadra, no qual é pivô, prioridade na sua vida de atleta, de onde tira o sustento. Nas horas vagas, defende o Brasil nas competições de areia, onde é considerado um dos melhores do mundo.

O mundial de handebol de praia será disputado na arena montada na praia do Pina, com entrada gratuita para o público e programação extensa, com jogos das 15h às 22h. A competição conta com a participação de 24 seleções, de 19 países. O Brasil estreia hoje às 15h, diante da Austrália, pelo feminino, e às 15h50 contra Omã, no masculino. Nos dois casos, a seleção brasileira defende o título (é tricampeã entre os homens e bicampeã entre as mulheres).

A vida dupla nas quadras e na areia é a maneira que os atletas brasileiros encontram para tentar viver do esporte, um sonho para eles. No Mundial, encontram uma oportunidade de divulgar o handebol de praia, na esperança de contar com um apoio cada vez maior. “A gente tenta representar o país da melhor maneira possível, para que o esporte tenha esse apoio”, conta a capixaba Patrícia Scheppa, lateral direita da seleção, eleita melhor jogador do último mundial, em Omã, em 2012. “A esperança é que, com um mundial realizado aqui, as pessoas conheçam melhor uma modalidade em que o Brasil se destaca tanto”, completa.

Assessoria/Divulgação

Gil Pires atualmente defende a equipe da Unimed, de Maringá-PR. Nas quadras, já defendeu a seleção brasileira (disputou o último Pan-americano, no México). Não esconde que a sua prioridade é o piso duro. “Toda minha atenção é voltada para a quadra, que é o que me sustenta”, afirma o jogador, pernambucano criado em João Pessoa, na Paraíba.

EM CASA

Se a seleção chega otimista ao mundial por jogar em casa, alguns jogadores estão ainda mais confiantes, por estarem ainda mais casa. São os pernambucanos que defendem as equipes masculina e feminina. Entre os homens, os representantes são o goleiro Anderson Lima, o Coxinha, e o lateral Gil. Entre as mulheres, Priscilla Annes e Millena Alencar. “Tenho irmão, tios e sobrinhos que moram aqui ainda. Não consegui ver ninguém, mas amanhâ (hoje) eles estarão na quadra, reforçando a torcida”, disse Coxinha.

OS RIVAIS

Tricampeão no masculino e bicampeão no femino, o Brasil vê nas seleções européias as principais ameaças ao título. Entre os homens, os rivais são os russos. “Desde 2006 estamos presentes em todas as finais. Então, chegamos para ser campeões”, afirmou Gil. Entre as mulheres, Dinamarca e Hungria vêm rivalizando com a seleção nos últimos campeontos. “Fizemos a final do World Games, ano passado, com a Hungria. Elas cresceram muito. As dinamarquesas também são bem fortes”, contou Patrícia Scheppa.

As regras do handebol de praia

A origem pode ser a mesma, mas há diferenças substanciais entre o handebol de areia e o de quadra, introduzidas para dar maior dinâmica ao esporte e por conta do terreno de disputa:

Números de jogadores:

Na quadra: 6 mais 1 goleiro

Na areia: 3 mais 1 goleiro

Quique e condução da bola:

Na quadra: o quique da bola é obrigatório e o tempo de permanência com ela em mãos é livre

Na areia: até por conta do terreno, não é possível quicar a bola. O jogador pode ficar três segundos com a posse ou dar três passos

Duração e determinação do vencedor

Na quadra: são dois tempos de 30 minutos e vence quem marcar mais gols durante toda a partida

Na areia: é como no vôlei, com dois sets de 10 minutos. Ganha a partida quem vencer mais sets. Se houver empate ao fim do set, a disputa vai para o gol de ouro. Caso cada equipe ganhe um set, a decisão é nos shootouts, uma espécie de pênalti cobrado em movimento

Gols:

Na quadra: cada gol vale um ponto

Na areia: os gols podem valer um ou dois pontos. Os chamados “pontos especiais” são os gols dentro da área (pelo ar, sem invasão) ou com giro de 360 graus antes do arremesso

Contato:

Na quadra: o contato é permitido, alguns até mais fortes

Na areia: o contato não é permitido, com a marcação de falta caso aconteça


Para acompanhar

A entrada para o evento será gratuita. Quem quiser conhecer um pouco mais do esporte ou torcer pelo Brasil, a arena foi montada na praia do Pina, em frente ao restaurante Boi e Brasa. As partidas serão diárias, a partir das 15h

TABELA

Rodada de abertura

Abertura

Grupo A

Masculino

22/07

15h50

Brasil x Omã

Dinamarca x Austrália

Sérvia x Uruguai

19h30

Uruguai x Brasil

Austrália x Sérvia

Omã x Dinamarca

17h

Dinamarca x Sérvia

Grupo B

17h30

Croácia x Catar

Rússia x Espanha

Egito x Argentina

18h40

Rússia x Egito

22h

Argentina x Croácia

Espanha x Egito

Catar x Rússia

Feminino

22/07

Grupo A

15h

Brasil x Austrália

Noruega x Itália

Uruguai x Taipei

17h

Uruguai x Austrália

Brasil x Noruega

Itália x Taipei

18h30

Taipei x Brasil

Itália x Uruguai

Austrália x Noruega

Grupo B

16h40

Hungria x Tailândia

Dinamarca x Espanha

Ucrânia x Argentina

21h10

Argentina x Hungria

Espanha x Ucrânia