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REFENO

Sonho de criança: a história de Moacir Marte e o veleiro Bona ganham as águas de Noronha

Desejo de consumo, velejador recuperou embarcação abandonada por oito anos

postado em 23/09/2014 08:15 / atualizado em 23/09/2014 10:14

Maria Eugênia Nunes /Diario de Pernambuco

Paulo Paiva/DP/D.A Press
Da década de 1950 para os dias atuais. Da Holanda para o Brasil. De São Paulo para o Recife. Abandonado durante oito anos em um terreno baldio no Guarujá, o veleiro Bona foi se degradando. Sobrou apenas o casco de aço com ferrugem, água e mosquitos. Fato lamentável para quem já velejava na época em que ele encantava por sua beleza singular. “Quando eu tinha uns dez anos, ele já chamava a atenção. Ficava fora do pier por causa do seu tamanho. Ele sempre foi muito bonito”, lembra o médico Moacir Marte, de 51 anos, que sempre sonhou em ter um barco igual. Não sabia ele que teria, sim. Não igual. Mas o mesmo barco que admirava.

Moacir continuou a velejar e sempre passava pelo barco, acompanhando o avanço das marcas do abandono. Até que, um dia, decidiu ir em busca do português que havia comprado o Bona em um leilão. Ficou sabendo, então, o motivo de tê-lo deixado de lado: estava passando por um período de dificuldade financeira. Soube ainda que a paixão da sua infância por pouco não foi transformada em pregos - ia ser vendido como sucata para “reciclagem”. Resolveu intervir. “A negociação durou uns três anos para ser concluída. Enfim, consegui”, afirmou.

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Satisfeito com a compra, Moacir decidiu reformá-lo. Queria revestí-lo de forma clássica. Levá-lo de volta ao passado, à originalidade. Como realmente tinha sido criado, em 1950. “Foram cinco anos de reforma (2008-2013) para tentar deixar ele bem original. Ficávamos querendo saber como era realmente o antigo Bona. O projeto foi baseado nele para manter as características da década de 1950”, explica.

Companhia
O médico nunca esteve sozinho neste projeto. Quando fala sobre a reforma, faz questão de falar sobre um grande amigo. Amizade forte, que já vem durando muitos anos. O comandante Antônio Vieira também teve grande participação na realização do sonho - colocou a mão na massa durante toda a reforma. “É uma parceria que vem há mais de 14 anos. Como a minha família não gosta muito de velejar como eu, ele é a minha dupla. É como se fossemos irmãos”, confessa Moacir, que está inscrito na tripulação do Taru Ande (atual nome do antigo Bona), na 26º Regata Internacional Recife - Fernando de Noronha, que acontecerá no próximo sábado. Esta será a primeira regata oficial do veleiro após a reforma.