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Conheça o surfista pernambucano que participou da pré-temporada de Gabriel Medina, em 2014

Paulo Moura viajou com Medinal para o Havaí, onde eles dividiram algumas ondas

postado em 05/01/2015 09:00 / atualizado em 05/01/2015 10:06

Felipe Bueno de Andrade /Especial para o Diario

Matheus Camarotti/Divulgacao
Antes mesmo de Gabriel Medina confirmar o título mundial pela Associação dos Surfistas Profissionais (ASP), na etapa de Pipeline, no Havaí, os brasileiros já tentavam recordar os antecessores do paulista de Maresias. Afinal, a conquista dele foi a primeira do país na modalidade. O surfe não é exatamente novidade na cultura litorânea do Brasil - muitos foram apontados como colaboradores do primeiro grande sucesso nacional. Em Pernambuco, dois nomes já se destacaram no WCT: Fábio Gouveia, paraibano radicado no estado, e Paulo Moura, que dividiu algumas ondas com Medina antes da sua caminhada para o título.

No início de 2014, Gabriel Medina se preparava para a temporada que seria um divisor de águas em sua carreira e no surfe nacional. Era um princípio de incertezas. Após fraturar o tornozelo, o atleta, então com 20 anos, passou dois meses sem treinar.

Coube a parceiros mais experientes tranquilizá-lo. Por possuírem o apoio do mesmo patrocinador, Gabriel e Paulo viajaram juntos para a pré-temporada no Havaí. E o veterano trocou informações com a então promessa. “Tentei passar um pouco do que eu já tinha vivido e fiquei muito feliz de ter feito essa pré-temporada. Logo na outra semana ele começou ganhando no campeonato”, contou o surfista.

Depois do Brasil finalmente conquistar seu título com Medina, Paulo espera agora que o esporte conquiste mais apoio e adeptos. “Muita gente gosta, quer surfar, admira o estilo de vida, mas as competições ainda se arrastam um pouco. Mas acho que isso vai unir esse lifestyle com o esporte propriamente dito. Vai ser bom pra o grande surfe, que todo mundo gosta”, comentou. E nada melhor que um campeão com talento nato para liderar uma evolução no esporte. O pernambucano vê Gabriel Medina como um surfista fenomenal ao estilo Kelly Slater, unindo ousadia e pouquíssimos erros. Se os números dele se igualarão ao do norte-americano, não há como prever, mas ele aposta em ondas maiores para o surfe nacional. “Medina tá puxando essa carruagem.”

O início

Natural de Afogados da Ingazeira, sertão de Pernambuco, Paulo se mudou para o Recife ainda na infância, tendo os estudos como objetivo. Morando em Boa Viagem, começou sua história no surfe quando ainda era possível pegar onda na principal praia da capital pernambucana. Acabou se envolvendo com a vida nas águas. Aquilo que era diversão passou a ser seu trabalho. Foi campeão em torneios estaduais, nacionais, se mudou para São Paulo e seguiu vencendo, até que foi campeão mundial Pro Junior e chegou ao WCT, principal divisão das ondas do planeta.

Na elite do surfe, Moura teve resultados expressivos, como uma semifinal no Pipe Masters (um dos melhores resultados brasileiros antes de Medina). Mas lesões seguidas nos joelhos acabaram freando a carreira. “Ganhar, mesmo que uma vez, de ídolos como Kelly Slater, Mick Fanning, Andy Irons, é um sonho”, disse o pernambucano, que agora acompanha um jovem companheiro decolar.

Presente

Após seis anos percorrendo o mundo com o WCT e recuperações de lesões complicadas, Paulo Moura voltou a morar no litoral de Pernambuco, mas segue viajando para surfar profissionalmente. Na maior parte do tempo, participa de campanhas junto ao seu patrocinador buscando ondas melhores, livre da pressão das competições. Competindo menos, ele ainda pretende disputar provas em outra área do surfe, que já tem Carlos Burle como representante do estado. “Um caminho que ainda quero seguir no surfe é o das ondas gigantes. Fora isso, todos os meus trabalhos, mesmo que fora da água, são voltados para o esporte, que continua sendo minha paixão.”
Arquivo pessoal/Paulo Moura