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FUTEBOL AMERICANO

Paixão pela bola oval supera futebol para e alguns torcedores chegam a ser "donos" do time

Otto Schmidt é torcedor do Sport, mas quando o Packers joga ele fica em casa

postado em 31/01/2015 22:00 / atualizado em 31/01/2015 01:10

Rafael Brasileiro /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Um dos motivos para que o futebol americano tenha atingido tantas pessoas é a quantidade de jogos que a TV a cabo transmite. São ao menos seis por semana e as redes sociais só faltam explodir de tantos comentários, posts e menções sobre as partidas na web. Nos 114 jogos transmitidos para o Brasil nesta temporada, cerca de 10,8 milhões de pessoas foram atingidas pelas publicações em redes sociais. Porém, não é apenas pela TV que o brasileiro começou a acompanhar a bola oval. Um deles foi o administrador Otto Schimdt, que após seis meses de intercâmbio nos Estados Unidos, voltou um verdadeiro torcedor do Green Bay Packers.

Sua equipe do coração ficou fora da grande final, o Super Bowl, por muito pouco. Perdeu uma das partidas mais emocionantes dos últimos anos e que liderou os Trend Topics do Twitter no Mundo. Porém, a tristeza pela derrota vai logo embora quando ele lembra das emoções vividas na época em que vivia em Racine, cidade a duas horas de Green Bay, casa dos Packers.

“Todo mundo na minha família americana é fanático pelos Packers. O estado (Wisconsin) todo é muito apaixonado pelo time. Quando voltei influenciei meu pai, namorada e até amigos que torciam para outro times da NFL”, contou Otto. Por sinal, uma das suas melhores lembranças esportivas foi no Lambeau Field, estádio do Packers. “Tínhamos que vencer os Cowboys e os Vikings tinha que perder para os Cardinals, mas a combinação era muito difícil de acontecer. O jogo era no mesmo horário e como já havíamos arrumado uma boa vantagem fomos para as lanchonetes do estádio para assistir o jogos dos nosso rivais e no último minuto os Cardinals nos ajudaram a conquistar a vaga nos playoffs”, relembrou o torcedor fanático.

Otto gosta tanto do time, que “comprou” uma parte dele em 2012. O time de Green Bay é o único que não tem um dono, mas 364.122 proprietários. Para que a equipe nunca pudesse sair da cidade de apenas 100 mil habitantes, os primeiros donos decidir vender ações e não permitir que nenhum “dono” possa ter mais de 200 mil ações. Otto pagou U$ 1.000,00 e tornou-se um membro dessa legião de “cabeças de queijo”, apelido da equipe de Green Bay.

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
O administrador estava com tudo planejado para gastar muito mais dinheiro neste domingo, porém a derrota frustrou seu planos de ir até ao Arizona. “ Estava tudo certo para irmos para o Arizona, pois minha família de lá tem uma casa do Arizona. Como todo inverno eles vão para lá, nós iríamos juntos. Mas os Packers perderam para os Seahawks, nós desistimos e estou indo apenas visitá-los. Meu irmão norte-americano também é um dos ticket holders (possui ingresso para a temporada inteira) e teria direito a comprar um par de ingressos do Super Bowl por U$1.500,000 cada”, explicou Otto

No Recife, Otto não deixa de acompanhar o futebol. É torcedor fanático do Sport e sempre vai aos jogos na Ilha do Retiro. Porém, se as partidas das suas equipes do coração são no mesmo horário, ele fica em casa. “Deixo de ir para o estádio e fico zapeando entre os canais para poder acompanhar um pouco dos dois. Mas a prioridade é do Packers”, contou. Um dos motivos para a paixão de Otto é o sistema que a NFL utiliza para que nenhuma equipe tenha muita vantagem sobre a outra. Todos os times têm o mesmo teto salarial e o pior time da temporada regular é a primeira a selecionar os jogadores oriundos da universidade, enquanto o campeão é o último. “Acho que o futebol tem que aprender com o futebol americano é ser igualitário. As equipes não podem ser tão diferentes em termos de recursos. Da parte da torcida temos que aprender que em jogos são só adversários e não inimigos. Lá é todo mundo misturado e não tem briga.”