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HANDEBOL MASCULINO

França conquista tríplice coroa no Mundial de handebol masculino

Seleção francesa fica com o título do 24º Campeonato Mundial, disputado em Doha

postado em 01/02/2015 17:06 / atualizado em 01/02/2015 19:28

Ana Paula Santos /Diario de Pernambuco

AFP PHOTO / MARWAN NAAMANI
Doha - Bem que o treinador francês Claude Onesta avisou que iria fazer a seleção do Catar descer das nuvens. A declaração não foi em tom de provacação ou menosprezo pelo Catar, que de forma inédita chegou à final do Campeonato Mundial de handebol masculino, encerrado na noite deste domingo, na Arena de Lusail, em Doha, no Catar. Era confiança que Claude tinha no seu time. Afinal, a França é a atual campeã olímpico e europeia. E apesar de permitir reações circunstanciais dos donos da casa, os franceses conquistaram o título da 24 edição do Mundial. Venceram por 25 a 22. Em uma partida digna de uma grande decisão.

A seleção da França teve a calma na hora necessária e soube impor sua forte marcação desde o primeiro minuto de jogo. Isto deixou o time do Catar atônito, sem saber muito o que fazer para sair dos braços do adversário. Com esta pegada forte, os franceses foram se distanciando um pouco no marcador, com boas infiltrações do pivô Daniel Narcisse. Mas era na força de Nikola Karabatic - autor de cinco gols, na primeira etapa - que o ataque dos Blues se sustentou.

Com o passar do tempo, Rafael Capote - sempre ele- foi contribuindo para a seleção do Catar reagir e diminuir a diferença no placar. O goleiro Danijel Saric voltou a mostrar que não é ídolo à toa. Onde os franceses arremessavam, lá estava o camisa 12. Com a partida ganhando em emoção, a França tratou de dar uma desacelerada no ritmo. Fez uns dois gols e decretou o placar do primeiro tempo: 14 a 11.

O Catar - sob os olhos do emir Tamim bi Hamad Al Thani e toda família real - iniciou o segundo tempo baixando para um gol a diferença para os franceses, com Saric praticando importantes defesas. Era tudo o que a torcida da casa queria.

Megafones nas mãos, os animadores entoavam cantos compreendidos unicamente pelos cataris de nascença. A bandinha barulhenta - e contratada na Espanha - também ajudava nas misturas de sons e ritmos.

A França, porém, deu provas de estar imene ao barulho e voltou a ficar na frente: 16 a 14. E se o Catar tinha Saric fechando tudo, na outra barra um veterano passou a desempenhar papel importante nesta final. Thierry Omeyer, que joga com a camisa 16, mostrou que ainda está em forma.

O clima esquentou e Capote, pela segunda vez, levou a punição de ficar dois minutos fora da partida. Reclamou da marcação de uma falta em favor dos franceses. O descontrole do time do Catar só ajudava a seleção da França, que nem precisou usar muitos seus alas nas jogadas ofensivas (muio bem exploradas na semifinal diante da Espanha). Mas quando precisou da finalização precisa de Valentin Porte, ele não decepcionou. Michael Guigou, ponta esquerda, também deixou sua marca no gol de Saric.

Empurrada pela absoluta maioria em Lusail, a seleção da casa começou a pressionar mais. Faltando dez minutos para o fim do jogo, o imenso placar mostrava 18 a 17. Diferença ínfima, mas que perdurou até o fim da partida. Mesmo em vantagem, a França parecia inquieta e querendo decidir a partida rapidamente. Com isso, passou a errar passes e colocar a bola na trave de Saric. Até que aos 20 minutos, um gol tranquilizador permitiu que os franceses 'relaxassem' um pouco.

Quem não podia se dar a esse luxo era a seleção do Catar, pressionada e apoiada pelos mais de 15 mil torcedores. E tome batucada para sacodir a equipe em quadra.Só que era a França que, faltando sete minutos para terminar o confronto, seguia liderando. E a grande colônia de franceses neste pequeno país, às margens do Golfo Pérsico - boa parte trabalha nas empresas de gás e petróleo - não parava de empurrar os jogadores ao som de 'Allez les blue!'. Uma defesa de Omeyer fez a torcida comemorar como se fosse gol. Faltando um minuto e meio para o fim do duelo, a torcida de turbante branco se calou. Já a turma de azul, branco e vermelho aumentou o volume em Lusail. A França estava perto de conquistar a tríplice coroa. E nem precisou o árbitro encerrar o duelo. Eles já estavam comemorando o título de campeões do mundial de 2015, aos 29 minutos e 56 centésimos.