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A praia de Ubiratan José dos Santos

Para evitar lesões, maratonista faz reforço muscular na praia de Mangue Seco

postado em 28/02/2015 10:00 / atualizado em 27/02/2015 16:12

Ana Paula Santos /Diario de Pernambuco

Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
Se há algo que costuma atrapalhar Ubiratan José dos Santos, são as lesões. Os anos de 2009 e 2010 foram os mais críticos para o corredor, que participa, neste domingo, da Meia-Maratona de São Paulo. Nesse período, foram necessários três meses para zerar as principais contusões ao longo dos anos. Nas três temporadas seguintes, Bira também fez pequenas paradas no departamento médico. Um histórico que ele espera não viver mais. A estratégia? Os treinos na praia de Mangue Seco, em Igarassu.

Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
Um local escolhido de acordo com o perfil do fundista. Ubiratan nasceu e se criou no pequeno povoado de Cuieiras, em Igarassu. Poucas vezes saiu de lá. Depois que virou corredor, há 12 anos, teve que se ausentar para competir. Principal atleta do estado e do país nas provas de 5.000 e 10.000 metros, Bira, de 33 anos, recusou convites para defender equipes do sudeste brasileiro. Também não é muito adepto de treinamentos com longos deslocamentos. Por isso, mantém sua rotina nos arredores de Cuieiras.

Já com índices para disputas do Troféu Brasil e do Pan-Americano de Toronto na prova dos 10.000 metros, Ubiratan começou a treinar na praia de Mangue Seco desde janeiro. Pelo menos três vezes por semana, o corredor realiza treinos de força nas areias. Os exercícios tem ajudado na prevenção de lesões. “Esse trabalho do professor Daniel (treinador Daniel Pereira) tem sido muito bom. Estou há um tempo sem contusão. Sinal que essa atividade na praia de Mangue Seco tem ajudado no fortalecimento da musculatura. Só precisei, no começo, fugir dos cachorros”, conta Ubiratan, rindo ao lembrar que nos primeiros dias de treinos na praia precisou ter cuidado para não ser mordido.

A base do treinamento de Ubiratan sempre foi caseira e, além dos exercícios nas areias de Mangue Seco, ele segue fazendo suas trilhas pelos terrenos acidentados do povoado de Cuieiras e entre o canavial da Usina São José. Corre, diariamente, de 12km a 15km. “Mas tem também os treinos mais puxados, que chegam aos 18km e 20km. Estamos em uma fase boa de resultados. E pensar que muita gente questionou os nossos locais e forma de treinamento”, relatou Daniel Pereira, técnico de Ubiratan há 12 anos.

Maratona
Após colecionar vários títulos em provas de longa duração, Ubiratan foca em maratonas. Essa mudança ocorreu depois do atleta completar 30 anos. Despretenciosamente, há dois anos ele ficou em segundo lugar nas Maratonas de Porto Alegre e Maurício de Nassau. No ano passado, retornou à capital gaúcha e garantiu o primeiro lugar com o tempo de 2h16min22s.
O estilo peculiar de preparação de Ubiratan sofreu um pequeno incremento quando veio a decisão de disputar prioritariamente maratonas. “A gente só usava água para repor o que perdíamos durante as provas. Agora, ele está ingerindo uns gels que ajudam a deixá-lo mais inteiro. Na última maratona que ele disputou, percebi que com o uso desses produtos ele ficou mais inteiro”, contou o professor Daniel Pereira.

Foco na maratona
Até maio deste ano, Ubiratan José dos Santos precisa se manter entre os cinco primeiros do ranking brasileiro de maratonas caso sonhe em representar o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto ou no Campeonato Mundial - já tem vaga para os 10.000 metros. É que, seguindo critérios da Confederação Brasileira de Atletismo, os três primeiros da lista irão ao Mundial, marcado para a China, enquanto os outros dois devem ficar com as vagas do Pan, no Canadá. Atualmente, Bira ocupa a segunda colocação no ranking.