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Duelo entre Cam Newton e Peyton Manning marca encontro de gerações no Super Bowl 50

Duelo representa encontro do futuro da posição com o passado que foi inovador

postado em 07/02/2016 09:00 / atualizado em 05/02/2016 20:27

Rafael Brasileiro /Diario de Pernambuco

Kevin C. CoxGetty ImagesAFP // Dustin BradfordGetty ImagesAFP
O duelo do fim de semana mais importante do esporte americano é entre Carolina Panthers e Denver Broncos. Mesmo sendo um jogo coletivo, os jogos de futebol americano sempre são vendidos como um duelo entre os quarterbacks. No Super Bowl 50, não será diferente, mas o confronto de gerações dará o tom no Levi’s Stadium, em Santa Clara. O passado encontrará o futuro dentro de campo quando Cam Newton e Peyton Manning comandarem as ações ofensivas de cada equipe.

Quando Manning foi draftado pelo Indianapolis Colts em 1998, Cameron Newton ainda nem jogava futebol americano no ensino médio. Quando Newton finalmente chegou à universidade da Flórida, Manning já tinha seu primeiro anel de campeão do Super Bowl. De lá para cá a vida dos dois teve altos e baixos, mas neste domingo certamente estão no ponto mais alto possível para ambos.

Enquanto Manning superou quatro cirurgias no pescoço, mudança de franquia, derrotas dolorosas em playoffs, uma lesão no pé - que o tirou de sete jogos da temporada regular deste ano - e uma recente acusação de doping com HGH (hormônio do crescimento), Newton jogou em três universidades diferentes em três anos, foi campeão nacional universitário - já na Universidade de Auburn -, ganhou o troféu Heisman (prêmio dado ao melhor jogador universitário) e mesmo assim chegou à NFL sob bastante desconfiança.

Quatro anos mudaram tudo para ambos os lados só deixaram o encontro no Super Bowl mais surreal. Enquanto o camisa 18 do Denver Broncos mudou o jogo através dos passes e das mudanças de jogada antes da bola sair, o camisa 1 do Carolina Panthers é o símbolo da inovação da posição de quarterback. Com altura de um linebacker, velocidade de um corredor e com passes fortes e que hoje têm precisão, Newton é uma ameaça constante a qualquer defesa por ser imprevisível, algo que vários times procuram na sua posição atualmente.

As qualidades do quarterback dos Panthers não diminuem o que Manning fez para o futebol americano. Estatisticamente ele é um dos melhores de todos os tempos e provavelmente fará sua última partida na liga. Um despedida memorável. Porém, talvez sem ele, Newton não tivesse se inspirado a ser um quarterback e como o próprio estreante em Super Bowls disse em tom de respeito: “Eu vou jogar contra o Xerife”.

Newton x Manning


vez que dois quarterbacks escolhidos com a primeira escolha geral do recrutamento universitário se enfrentarão no Super Bowl

13 anos e 48 dias
é a diferença de idade entre os quarterbacks, a maior entre dois jogadores na posição em um Super Bowl


vez que dois quartebacks oriundos da SEC (principal divisão do futebol americano universitário) se enfrentarão em uma decisão da NFL

 

Saiba mais!

Jogo não é apenas de quarterbacks
É óbvio que os holofotes estão voltados para Peyton Manning e Cam Newton, mas ambos só chegaram no Super Bowl porque as defesas de Broncos e Panthers foram fora de série. Com fortes líderes e sem permitir jogo terrestre do adversário, a decisão deste domingo tem tudo para ser definida por estas unidades. Quem conseguir roubar mais bolas do ataque adversário deve ser o vencedor.


Técnicos com caminhos diferentes
Ron Rivera, técnico do Carolina Panthers, e Gary Kubiak, comandante do Denver Broncos, têm estilos bem diferentes. Enquanto o técnico dos Panthers tem a mente voltada mais para a defesa, o treinador dos Broncos é uma mestre em ataques. Restícios da época em que jogaram na NFL. Anos que, por sinal, foram contemporâneos. Rivera foi campeão com os Bears de 1985 e tornou-se titular em Chicago em poucos anos. Na mesma época, Kubiak foi quarterback e reserva do seu atual chefe - John Elway, diretor geral dos Broncos -  e se aposentou sem títulos. Como treinadores, também tiveram caminhos distintos. Kubiak tornou-se assistente (1992) assim que se aposentou e já está em seu segundo trabalho como ténico principal. Já Rivera começou mais tarde (1999) e pela assumiu o comando dos Panthers em 2011.

As lesões que preocupam
O futebol americano é um jogo de colisão fazendo com que as lesões sejam frequentes. Com 18 jogos disputados até o momento, Panthers e Broncos têm alguns atletas no departamento médico e isso pode ser crucial para a partida. Curiosamente, as principais preocupações estão nas defesas.

Do lado da equipe da Carolina do Norte, o linebacker titular Thomas Davis quebrou o braço e  deveria estar fora da partida. Contudo, o atleta garante que vai jogar mesmo com menos de duas semanas de cirurgia. Um braço faturado não é nada para Davis, que já passou por três cirurgias no mesmo joelho e é o jogador mais antigo na franquia. Por isso o desejo de não perder esse jogo por nada. Na sexta-feira, o técnico Ron Rivera confirmou o linebacker como titular. 

 

Nos Broncos, as dúvidas são os safeties TJ Ward e Darian Stewart. Ambos devem jogar, mas se não estiverem 100%, a vida de Cam Newton pode ser um pouco menos complicada.