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No Recife, Etiene Medeiros destaca participação da mulher e incentiva ações esportivas

Em visita ao governador Paulo Câmara no Palácio do Campo das Princesas, a nadadora falou sobre a carreira e projetos

postado em 21/08/2017 20:30 / atualizado em 21/08/2017 20:48

 Hesiodo Goes/Seturel-PE
“Eu fico muito feliz por ser nordestina, negra e estar lá em primeiro lugar do pódio”, essa frase foi dita pela pernambucana Etiene Medeiros, primeira mulher brasileira a conquistar o ouro no Mundial de Esportes Aquáticos, em Budapeste, na Hungria. A atleta veio até o Recife para aproveitar o descanso ao lado da família. O governador Paulo Câmara, o prefeito Geraldo Júlio e o secretário de Turismo, Esporte e Lazer, Felipe Carreras receberam na tarde desta segunda-feira, a nadadora com a sua mãe Etiene Pires e o seu irmão Jamison Medeiros, no Palácio do Campo das Princesas.

No encontro, a nadadora falou sobre a medalha no Mundial de Esportes Aquáticos e também da conquista, antes de embarcar para o Recife, no Troféu José Finkel, em que venceu a mesma prova que a tornou campeã do mundo. Aproveitando a oportunidade com os chefes de estado, Etiene presenteou Paulo Câmara com uma camisa e touca. Em troca, recebeu do Governador um broche com a bandeira de Pernambuco, destacou a importância no investimento de projetos sociais esportivos ressaltando sua importância no desenvolvimento de crianças e adolescentes. “Muitas pessoa precisam do esporte. Isso é essencial. Qualquer modalidade é importante. Eu sempre estou aberta para qualquer coisa. Adoro esse contato com as pessoas. A natação me deu muita coisa, agora é o momento de devolver”, declarou Etiene.

Em entrevista ao Superesportes, a nadadora fez questão de enaltecer o fato de ter representado o estado e o Nordeste. “O nome que recebi em Budapeste foi “pioneira”. Eu fico muito feliz com esse título. É um feito histórico, não só para mim, mas para todos os brasileiros. A gente passa por muita dificuldade, mas a gente tem que passar por tudo isso mesmo. Sempre tive meus pais para superar tudo. Espero ser exemplo para as meninas e meninos do Nordeste e do meu país que um dia queiram estar nas Olimpíadas”, apontou.

A atleta também comentou sobre ser uma das pessoas que está ajudando a quebrar o machismo que está presente não só no dia a dia, mas também no esporte. “Isso existe até hoje. Falar que não existe tá mentindo. Isso acontece dentro da seleção, do nosso trabalho, de tudo mesmo. Então você tem que ser mulher e tem que ser guerreira. Tenho isso dentro de mim. Qualquer lugar que esteja, vou ser a Etiene super simpática, que fala com todo mundo. A minha representatividade nesse lado do machismo e ser uma pessoa exemplo em relação a isso, acho que sou eu. Mas lógico, tendo a minha postura de guerreira. É o que eu levo para a vida”, explicou Etiene.

O objetivo de Etiene até a próxima Olimpíada, em Tóquio, no Japão, é manter as boas marcas. Para isso, ela vai seguir a programação de treinos de segunda a sábado. Contudo, ela não se sente pressionada para a competição. Para Etiene, é um passo de cada vez. “Tem que ter paciência.  Eu sempre falo sobre isso. Esses dois próximos anos é o momento de você colocar combustível na sua máquina. Quando voltar  para São Paulo, vou ter oito semanas de intensos treinamentos. Já tô trabalhando a parte psicológica para que seja uma fase melhor para mim. Esse 'quase hiato' é difícil. Agora tenho que tentar manter um alto nível de competitividade. Novembro vou para o Japão passar o mês inteiro por lá. Esse ano tenho duas competições seguidas que é muito bom para o treinamento. Então é encher a máquina de combustível até chegar 2020 em Tóquio. Mas esse período de treinamento é para doer, é para doer", explicou sorrindo.