Orgulho de Betinho

Um gol na final da Copa do Brasil. O suficiente para transformar a desconfiança que acompanhou Betinho desde a sua chegada no Palmeiras, estampada nos três meses de duração do contrato, em herói. Não só da torcida palmeirense. No Ibura, onde o atleta morou durante a sua infância e adolescência, os comentário sobre o gol do atacante pernambucano foram acompanhados por sorrisos. Reação de quem viu o garoto dar os primeiros passos no futebol. Em especial do seu primeiro treinador, Alessandro Gomes da Silva.

Foi num campo de areia que não existe mais que Sandrinho, como é conhecido, viu talento no garoto e o levou ao Náutico, seu primeiro time profissional. No lugar, hoje existe uma Unidade de Pronto Atendimento - UPA. Para substituir o que era o maior campo da região, foi “construído” um campo de terra batida duas ruas após a unidade médica. “Para mim não foi legal, mas para a comunidade a construção da UPA foi ótima. Por isso não reclamo. Mas meu trabalho ficou mais complicado”, lamentou Sandrinho.

Na tarde do dia seguinte que Betinho sagrou-se herói, cerca de 20 peladeiros estavam jogando no novo campo, bem menor do que o antigo - parece mais uma gaiola, pois é todo cercado com telas e redes. E recordando os lances de Betinho. Não no Palmeiras. Mas do xará Palmeirinha, que defendeu entre os 16 e 17 anos. “Ele era dfícil de marcar. Era sempre mais rápido nas jogadas. O parceiro dele aqui era Diego, que foi com ele para o Náutico. Quando os dois estavam juntos era complicado”, disse Ari Juniór que frequenta o campo.

Hoje, o Palmeirinha não existe mais. Em seu lugar surgiu o Sensação. O comando continua sendo de Sandrinho, que utiliza outro campo, por trás da igreja da UR11. “Betinho chegou aqui através de Diego. Ele e Sandro Manoel, que hoje está no Santa Cruz. O trio jogava muita bola e me ajudou a ser campeão do Iburão quando estavam aqui. Vencemos o time da Lagoa do Araçá por 4 a 0”, disse o treinador saudosamente.

Visita

O último contato que Sandrinho teve com Betinho foi no último feriado de 1º de maio. O atacante apareceu no torneio do bairro e cumprimentou o técnico e os atletas. “Ele chegou aqui no seu carrão, deu aquela conversada, falou com a meninada e foi embora”, lembrou o ex-treinador.