Futebol Nacional

CAMPEONATO PERNAMBUCANO

Presidente da FPF dá novo prazo para utilizar 'árbitro de vídeo' no Pernambucano 2017

Evandro Carvalho diz que tecnologia só deve ser usada nas finais do Estadual

postado em 20/03/2017 16:45 / atualizado em 20/03/2017 16:49

Ricardo Fernandes/DP
A promessa era de que o Campeonato Pernambucano 2017 contaria com o recurso do “árbitro de vídeo”. Anúncio feito em novembro, bem antes do início da competição, portanto. O hexagonal final entrou em sua reta final e nada. Mas a intenção de utilizar o recurso tecnológico no Estadual deste ano não foi abandonada. A intenção do presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, é implementá-la na fase semifinal.

Antes de detalhar o estágio atual do processo, Carvalho explicou o atraso. Com a autorização da Fifa para realizar os testes em mãos, a FPF planejava utilizar as imagens geradas pela emissora transmissora do Estadual, no caso a TV Globo. A entidade máxima do futebol, porém, não aceitou a solução “caseira”. Exigiu uma produção própria da Federação. “A Fifa entende que, por estar envolvida na atividade (no caso, a Globo), há a necessidade de uma operação própria (da FPF)”, disse Evandro.

Diante disso, a Federação tem dialogado com um patrocinador a fim de viabilizar a produção para as partidas decisivas do Estadual. “Em uma escala de um a dez, estamos no ponto oito. Ainda restam duas pequenas questões técnicas a serem superadas”, ponderou o presidente, otimista com a implantação da tecnologia na fase semifinal.

De acordo com Evandro, a CBF estima em R$ 700 mil o custo para a transmissão, por partida, para viabilizar a utilização dos árbitros de vídeo. Porém, a FPF conseguiu baixar o custo “substancialmente”. O presidente da FPF, todavia, furtou-se a apresentar os custos sob o argumento de ter uma cláusula de confidencialidade com o patrocinador em potencial.

“O investimento significa ter todo equipamento próprio, profissionais contratados, desenvolvimento dos softwares, situação que torna o projeto caríssimo. Ainda assim, neste ano, nas finais, tudo indica que deveremos fechar parceira com CBF e patrocinador e deveremos utilizar pela primeira vez no Brasil e na América Latina essa tecnologia aqui”, comentou.

Histórico

Em 2 de outubro de 2015, a FPF, através do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, encaminhou um ofício à Fifa solicitando o uso experimental na fase decisiva do Campeonato Pernambucano. Não conseguiu porque a International Football Association Board (Ifab), órgão que regulamenta as regras do futebol, só autorizou os testes em março do ano passado. A Federação Pernambucana é a única federação brasileira a solicitar à Fifa a autorização para realizar a experiência do uso da tecnologia para interferir em lances decisivos de uma partida e recebeu a sinalização positiva da Escola Nacional de Árbitros de Futebol (Enaf).

A CBF é uma das seis confederações mundiais autorizadas a realizar os testes. Estados Unidos, Austrália, Alemanha, Portugal e Holanda (que já começou o uso) são os outros países que podem usar o sistema. Outras nações, como México, França e Itália, também demonstraram interesse.

Como funciona?

Uma comissão com três árbitros ou ex-árbitros com qualificação Fifa ficarão em um container dentro do estádio, mas isolados de qualquer tipo de interferência. Nele, terão acesso ao replay de imagens da partida e, em contato direto com o árbitro da partida por rádio, podem receber a solicitação para tirar dúvidas em lances cruciais. Técnicos, jogadores ou qualquer membro de comissão técnica não poderão requisitar a revisão de um lance. A decisão partirá apenas do árbitro principal.

O árbitro de vídeo atuaria em quatro frentes*:
1) Para determinar se o bola ultrapassou a linha do gol;
2) Marcação de pênalti;
3) Expulsão (Cartão vermelho);
4) Identificação de jogadores para punição

*Não há limites para intervenções

O árbitro de vídeo NÃO atuaria em:
- Cartão amarelo;
- Marcação de escanteios;
- Inversão de faltas;
- Faltas fora da área;
- Inversão de arremesso lateral;
- Lances interpretativos (bola na mão)