Náutico

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Com dois anos no Recife e dono da braçadeira de capitão, Gastón fala do seu momento no Náutico

Lateral esquerdo diminuiu quantidade de cartões amarelos e comentou mudanças que vivenciou no clube da Avenida Rosa e Silva desde que chegou aos Aflitos

postado em 23/09/2016 09:00 / atualizado em 23/09/2016 10:26

Rafael Brasileiro /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP
Gastón Filgueira completou dois anos no Náutico no último dia 15 de setembro. Data que o lateral esquerdo uruguaio guarda com carinho na memória. Porém, é outro período de tempo que tem feito o jogador comemorar ainda mais. Já são oito jogos sem receber um cartão amarelo. Quase dois meses jogando “pendurado”, já que na próxima advertência que receber, estará suspenso. O último foi contra o Tupi no já distante dia 30 de julho. Em entrevista ao Superesportes, Gastón falou um pouco destes dois anos no Náutico, como aprendeu português rapidamente, renovação de contrato e a braçadeira de capitão.

O que mudou no Gastón que não recebe cartão amarelo há oito jogos?
Ninguém lembrou disso, né? Eu me cobro bastante e em vários detalhes. Os cartões vinham me atrapalhando bastante e até meus companheiros vinham me cobrando. Estava prejudicando a mim e ao time. Eu me esforço nas divididas e tenho me esforçado para não ir tanto no corpo. Eu tive que aprender o estilo de jogo daqui e fui me adaptando. Dei uma diminuída nesta estatística. 

É verdade que no ano passado a diretoria conversou com você sobre os cartões?
Não teve conversa com a diretoria, mas os treinadores me falaram que eu estava inteiro fisicamente e não precisava fazer tantas faltas. Lances bobos, mas que acaba atrapalhando e dando cartão. Fui observando o jogo e vendo que estava vendo com muito ímpeto. Continuo com a mesma pegada, mas com menos faltas. O que for falado para melhorar eu aceito. 

Você está no clube desde 2014 e desde então a base vem sendo aumentada. De 2014 tem você, Júlio César e João Ananias. Do ano passado ainda estão no time Bergson e Rafael Pereira. Qual é a importância disso e o que você viu mudar nesse tempo de Náutico? 
A base é sempre importante. Um jogador que se identifica com o clube é bom porque ajuda. Ele se entrega mais. Você fica com o sentimento de que o clube dá tudo para a gente. Você se sente à vontade. No tempo que estou aqui mudou a diretoria. A direção passada acertou muito conosco, fez muita coisa que nos ajudou, mas também tiveram erros. Não tenho nada o que reclamar. Agora é um tempo novo. Acho que tudo tem que ser em busca do melhor para o clube. O Náutico precisa de gente para colaborar, seja diretor ou jogador.

Nesse tempo de Náutico você também teve vários treinadores. Você antes de jogar no Brasil tinha ideia de que aqui seria assim?
Sinceramente não estava acostumado com isso. Joguei na Argentina, Uruguai e Chile e nunca tinha visto isso. Já joguei com Dado (Cavalcanti), Moacir Jr., Lisca, Gilma (Dal Pozzo), Gallo e agora Givanildo. São muitos em pouco tempo. Isso acontece não apenas no Náutico. Até nos times como Corinthians acontece isso. A pressão é muito grande. O resultado é tudo. Você tem que se manter no nível. A pressão termina atrapalhando o projeto e para encaixar de novo é mais difícil.

Teve algum desses treinadores que te marcou mais?
Acho que todos me deixaram alguma coisa. Estou conhecendo agora o Givanildo e é pouco tempo para dizer algo. Cada um tem sua característica. Não vou dizer que marcou, mas o que me ajudou foi o Dado que me deu a chance aqui. Na última partida (contra o Paysandu, time que Dado comanda), eu fui falar com ele e agradeci. Não tinha tido a chance ainda. Ele me marcou por isso. Ele tinha dois laterais e me deu essa sequência. 

Teu português evoluiu muito rápido e só parece que é estrangeiro pelo sotaque. Como foi isso?
Minha mulher e meu filho estão comigo aqui e até brinco com ela que aprendi muito rápido. Você convive com 35, 40 pessoas que falam português e era ruim ficar fora da resenha. Era estranho. Hoje, eu sei dizer se o cara é de Pernambuco, do Rio de Janeiro ou São Paulo. Os caras não acreditam muito. Foi bom (aprender o português) porque sempre é bom ter essa comunicação e procuro aprender um pouco mais de português a cada dia.

Você recebeu a braçadeira de capitão recentemente e de Alexandre Gallo, mas Givanildo a manteve contigo. Qual é a importância dela? 
Sinceramente, de coração, não ligo para isso. Sei que existe uma responsabilidade muito grande, de ser cobrado ainda mais, mas o time tem muitos líderes. Assumi a minha liderança do meu jeito. Cobro dentro de campo. Não sou de cobrar fora. Fora sou um cara normal. Se o professor decidir retirar a faixa para mim será algo normal.

Já existe alguma conversa para renovação? Existe teu interesse?
Trabalho para as coisas boas acontecerem para minha a família. Já conversei com a direção do Náutico e recebi uma proposta há pouco tempo. Negociamos minha permanência e uma dívida que existe desde o ano passado. Jogador não gosta de ficar mudando de cidade. Tem que se mudar, muda rotina da família, do filho. Jogador gosta de lugar que dê condições e tranquilidade para trabalhar. Sempre é bom se estabelecer em um lugar por dois, três anos. Tenho isso aqui no Náutico. Gosto da cidade. Meu filho está bem adaptado aqui, minha esposa fez muitas amigas. Estamos muito à vontade aqui. Tomara que dê tudo certo, mas sabemos como é carreira de jogador. É muito instável. 

A mudança de Gastón

Confira os números do atleta em 2015 e nesta temporada
 
17 
cartões amarelos em 2015

vezes recebeu dois amarelos em uma partida da Série B e foi expulso. Contra o Vitória e Mogi Mirim

11 
cartões amarelos em 2016

0
Expulsões na Série B 2016