São Paulo

Jogadores cogitam sentar para conversar após mais uma expulsão

Cartão vermelho de Paulo Miranda, na quarta, foi o sexto em menos de dois meses

postado em 23/10/2014 19:30

Gazeta Press

AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL
 

A expulsão de Paulo Miranda no empate de quarta-feira com a Chapecoense foi a sexta do São Paulo em menos de dois meses, a segunda nos últimos três jogos. Michel Bastos, responsável por dois desses cartões vermelhos, entende que seria benéfico ao elenco tratar o assunto com mais cuidado.

"Todo jogo, agora temos um expulso", lamentou o polivalente meio-campista, que não atuou em Chapecó por estar suspenso pelo terceiro cartão amarelo. "O negócio é sentar e conversar para ver o que pode ser feito. É complicado. Sei que acabei prejudicando minha equipe duas vezes, porque é muito difícil jogar com um a menos, o desgaste é muito grande. A gente tem que achar uma forma de não tomar muitos cartões."

O técnico Muricy Ramalho garante alertar os atletas na preleção de todas as partidas sobre o aspecto disciplinar. O aviso, no entanto, não tem funcionado bem. Nos dois jogos das oitavas de final da Copa Sul-americana, contra o Huachipato, a equipe atuou com um jogador a menos ainda na primeira etapa. Luis Fabiano foi expulso no jogo de ida, e o volante Denilson recebeu vermelho na partida de volta.

"Sinceramente, alguns amarelos e vermelhos são até um pouco severos. Não sou totalmente de acordo com a arbitragem", ponderou Michel Bastos, ao sair em defesa sua e dos companheiros. "O fato de a gente estar recebendo muitos cartões é porque o time está com vontade, agressivo, tentando fazer uma boa marcação. Muitas vezes, você acaba se excedendo um pouquinho. É normal de uma equipe que quer vencer, que luta."

Antes mesmo da conversa do elenco, a diretoria tomou atitude no afã de controlar o ímpeto dos atletas e puniu Luis Fabiano com multa de 30% do salário. Michel Bastos diz não ter sido multado, mas revelou ter sido procurado pelo clube para se controlar em campo.

"Foi passado para mim que eu estava tomando muitos cartões. Eu dei minha explicação, de que entro com vontade em campo e que não tiro o pé. Nunca fui jogador agressivo, bem ao contrário. Quem me conhece sabe que meu histórico é de poucos cartões. Tenho duas expulsões na carreira, as duas no São Paulo, logo que cheguei. O clube está ciente disso, então me pediram: 'Por favor, sem cartão'", sorriu o meia — que, na realidade, já havia sido expulso enquanto atleta do Lyon, em 2011 —, antes de jurar estar se esforçando.

"Vejo uma diferença grande entre a arbitragem da América do Sul e a da Europa. Sinceramente, vou ter que começar a me adaptar. Já estou começando a me adaptar ao fato de não poder ter comunicação. Já vi que é impossível se comunicar com o árbitro", opinou o jogador, que deverá ser titular na próxima segunda-feira, contra o Goiás, na vaga do suspenso Kaká.