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Correio mostra o que realmente está em jogo no Pan de Guadalajara

A três dias do começo do evento em Guadalajara, Correio mostra em quais modalidades a disputa valerá vaga nas Olimpíadas de Londres, em 2012

Ana Cláudia Felizola - Correio Braziliense

Gustavo Marcondes - Correio Braziliense

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Publicação:

11/10/2011 08:31

 

Atualização:

11/10/2011 08:38

Sátiro Sodre/Agif
César Castro tem tarefa difícil nos saltos ornamentais: apenas o ouro garante vaga em Londres
Os Jogos Pan-Americanos começam nesta sexta-feira cercados de desconfiança. Afinal, qual é a verdadeira importância da disputa em Guadalajara, no México? Para muitas modalidades, a resposta é desanimadora. Vôlei, basquete, futebol, judô e ginástica artística, entre muitas outras, não oferecem grande motivação aos competidores e as equipes embarcaram para o México recheadas de reservas. Para 12 esportes, no entanto, a briga vai ser bastante séria e os competidores encaram a pressão de poder carimbar o passaporte para as Olimpíadas de Londres, em 2012.

Atletas de handebol, hipismo, tiro esportivo, tênis de mesa, triatlo, canoagem, atletismo, natação, polo aquático, nado sincronizado, saltos ornamentais e pentatlo moderno terão a oportunidade de garantir de uma vez por todas um lugar na principal competição esportiva do mundo. São cerca de 100 vagas em aberto para Londres nessas modalidades, em que o Brasil tentará inserir a maior quantidade de atletas possível.

E como a disputa vale vaga olímpica, outros países também entrarão armados nas provas. “Americanos, canadenses e mexicanos, nossos adversários mais fortes, não economizaram e vão com os times principais pensando na vaga”, explica o diretor técnico da Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri), Marco La Porta. Segundo ele, o triatlo, cada vez mais difícil, segue na contramão de outras modalidades, nas quais o Pan não tem grande validade.

No atletismo, apenas as provas da marcha atlética de 50km e na maratona valerão índice olímpico. Na natação, a vaga pode vir da mesma forma, com o tempo mínimo exigido. Já nas outras modalidades, há uma lugar reservados para os campeões ou os primeiros colocados. Nesta reportagem, o Correio mostra, em cada uma dessas 12 modalidades, as chances brasileiras de conquistar um lugar em Londres.

Apesar da importância duvidosa em várias modalidades, o Brasil leva ao México a maior delegação da história em uma disputa no exterior, com 519 atletas. É a terceira maior delegação do evento, atrás apenas dos anfitriões (644) e dos Estados Unidos (620). O objetivo é superar o número de medalhas conquistadas no Rio, em 2007: 54 de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. “Queremos ter o melhor resultado possível, mas sabemos que será difícil repetir o que fizemos no Rio”, afirmou o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, ao site do COB.

Saiba mais

De olho no futuro
Quando o esporte disputado não tem nos Jogos Pan-Americanos a chance de obter classificação olímpica, muitas vezes a melhor alternativa é mesmo investir em atletas mais novos. Com isso, a experiência já abre portas para que esses talentos dispontem em uma próxima edição das Olimpíadas. Foi essa a solução encontrada, por exemplo, pela Seleção feminina de futebol que atuará em Guadalajara. “Estamos seguindo com um elenco renovado, com jogadoras jovens, que se destacaram em competições nacionais. Por não ser uma competição da Fifa, várias jogadoras não foram liberadas por seus clubes. Os Jogos Pan-Americanos vão dar essa experiência às mais jovens, que poderão mostrar seu trabalho e se fixar na Seleção”, considerou o técnico Kleiton Lima. A equipe já estreia contra a rival Argentina, no dia 18. 

 

 

Por um lugar no Olimpo

Atletismo

Sessenta e dois atletas vão a Guadalajara, incluindo nomes como Maurren Maggi, no salto em distância, e Fabiana Murer, no salto com vara. Entretanto, brigam por vaga em Londres apenas os representantes na marcha atlética de 50km e na maratona. Participam dessas provas Mário José, Jonathan Rieckmann, Solonei Rocha, Jean Carlos da Silva, Adriana Aparecida da Silva e Michele das Chagas. Marilson dos Santos tentou obter o índice durante a Maratona de Chicago, no último domingo, mas passou mal e precisou abandonar a prova. No Pan, ele irá correr os 10.000m.

Canoagem
Com 17 atletas em Guadalajara, o Brasil reuniu a força máxima para tentar conquistar vagas nas Olimpíadas de Londres. A competição é a última classificatória para os Jogos de 2012. Garantem o passaporte os campeões das provas individuais e do C2 1000m. Já os vencedores nas outras provas de duplas dependerão ainda dos resultados no Mundial de Canoagem. A equipe ainda tenta superar o desempenho conquistado no Rio-2007, com uma medalha de ouro, duas de prata e três de bronze.

Handebol
No caso do handebol, a expectativa maior fica por conta da equipe feminina. Sem adversários à altura, as brasileiras são favoritas a confirmar a vaga para Londres. No masculino, o time tem a Argentina na cola, mas o Brasil chega com a vantagem de ter vencido as duas últimas edições (Santo Domingo-2003 e Rio-2007). “Estamos muito focados, bem preparados e agora é a hora de colher os frutos”, acredita o ponta-direita Renato Tupan. Apenas os campeões garantem o lugar nas Olimpíadas.

Hipismo
No Pan, o Brasil quer confirmar mais vagas para as Olimpíadas — a equipe de salto garantiu lugar ainda em 2010. Há disponíveis em Guadalajara outras três vagas no salto em equipe e quatro no individual. Caso não consigam se classificar agora, os brasileiros terão até maio do ano que vem para se posicionarem entre os melhores do ranking internacional. Entre os cavaleiros mais bem cotados da Seleção, estão Rodrigo Pessoa (foto) (ouro em Atenas-2004) e Álvaro “Doda” Miranda.

Nado sincronizado

As medalhistas de ouro em Guadalajara garantem vaga nas Olimpíadas. A missão brasileira, porém, é difícil. Atletas de Estados Unidos, Canadá e México chegam como candidatas ao pódio e o Brasil corre por fora tanto no dueto quando por equipe — no Rio, em 2007, o país conseguiu dois bronzes. Caso não consiga o lugar em Londres no Pan, restará ainda a chance no pré-olímpico da modalidade, em abril, quando serão oferecidas três vagas para equipes, e 16 vagas para duetos.

Natação
Trinta e oito atletas (20 mulheres e 18 homens) formam a delegação brasileira da natação no Pan-2011. Com Cesar Cielo à frente da equipe, a expectativa é que a campanha seja ainda melhor que a conquistada no Rio-2007, quando o Brasil ficou com 25 medalhas, sendo 10 de ouro, 6 de prata e 9 de bronze. O principal objetivo de vários atletas, como Gabriel Mangabeira,
Flávia Delarolli, Guilherme Guido, entre outros, é conseguir o índice olímpico para garantir um lugar em Londres.

Pentatlo moderno
Sétima colocada no Mundial da Rússia, em setembro, e terceira no ranking, a pernambucana Yane Marques tem boa chance de carimbar a vaga em Londres nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. São quatro em disputa: as medalhistas de ouro e de prata e as melhores atletas sul-americanas e das Américas do Norte e Central.
O detalhe é que as quatro devem
ser de países diferentes.

Polo aquático
Longe das Olimpíadas desde Los Angeles-1984, o Brasil tem tarefa dura para voltar em Londres-2012. Os campeões no Pan-Americano garantem a vaga olímpica, mas tanto no masculino quanto no feminino os Estados Unidos são favoritos ao ouro. Os canadenses também aparecem como adversários duros. “Estamos preparando as equipes para o Jogos do Rio, em 2016”, admite Ricardo Cabral, supervisor-geral da modalidade na CBDA. Nas duas disputas, o Brasil espera pelo menos estar no pódio.

Saltos ornamentais

O campeão nos Jogos Pan-Americanos garante lugar em Londres, mas isso será tarefa dura para os representantes do Brasil em Guadalajara. “Se conseguirmos beliscar uma medalha, já será um grande feito”, admite Ricardo Moreira, coordenador da Seleção Brasileira e técnico do saltador César Castro, uma das principais esperanças do país no Pan, ao lado de Hugo Parisi e Juliana Veloso. Se a vaga não vier, a última chance será na Copa do Mundo, em fevereiro, que dá mais 18 postos.

Tiro esportivo
A modalidade conta com 22 representantes em Guadalajara, depois de a atleta Cibele Breide ter perdido sua vaga no evento por um erro da Confedereção Brasileira de Tiro Esportivo (CBTe), que inscreveu um número acima do permitido de participantes. No México, os atiradores brasileiros brigam para ocuparem as 11 vagas disponíveis para as Olimpíadas de Londres.

Tênis de mesa
A primeira equipe brasileira a desembarcar na Vila Pan-Americana tem, como principal nome, Hugo Hoyama (foto), recordista nacional de medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos — são nove até hoje. Além dele, outro cinco atletas vão representar o país e brigar pela vaga olímpica dada aos medalhistas de ouro nas categorias individuais: Gustavo Tsuboi, Thiago Monteiro, Lígia Silva, Jessica Yamada e Caroline Kumahara, que, aos 16 anos, também já é esperança de bons resultados.

Triatlo
A equipe masculina, formada por Reinaldo Colucci, Diogo Sclebin e Bruno Matheus, alimenta grandes esperanças de medalha e conquista da vaga para Londres, concedida apenas ao campeão da prova. “Nossa chance maior é no masculino, pois a equipe está bastante equilibrada. Entre os cinco ou seis favoritos ao ouro, estão também os brasileiros”, aponta o diretor técnico Marco La Porta. No feminino, contudo, a tarefa de Carla Moreno, Pamella Oliveira e Flávia Fernandes será mais árdua. “A chilena Bárbara Riveros, apesar de estar vindo de lesão, está em um nível muito superior”, pontua.

 

Somente um treino

Se para algumas modalidades os Jogos Pan-Americanos vão ser classificatórios para Londres-2012, em diversas outras a competição só valerá mesmo como um treino continental. Com uma importância bastante reduzida quando comparado, por exemplo, às Olimpíadas ou a Mundiais, o Pan não recrutará força máxima de algumas seleções.

É o caso, por exemplo, do vôlei. A equipe masculina será composta pelos reservas da Seleção Brasileira, e não contará nem mesmo com a presença do comandante Bernardinho — assumirá o time o auxiliar técnico Rubinho. “Infelizmente, a cada edição, o Pan vai perdendo um pouco de importância, principalmente porque os Estados Unidos não levam suas equipes principais. Eles levam a terceira, a quarta equipe. O Pan não traduz muito a realidade”, afirmou Murilo, ao portal IG. O principal destaque da equipe no México será o levantador Bruno Rezende, titular da Seleção.

A equipe feminina deve ir completa, com promessa de lutar pelo ouro. Mais do que medalha, o maior objetivo das meninas é, no entanto, usar os Jogos como preparativo para a Copa do Mundo do Japão — valendo vaga para Londres-2012 aos três primeiros colocados —, que ocorre em novembro.

Em diversas outras modalidades, o Pan também não terá muita relevância. No basquete, por exemplo, a Seleção já assegurou a vaga para Londres no Pré-Olímpico e não contará com três dos principais nomes brasileiros no México: Alex, Tiago Splitter e Caio Torres pediram dispensa e serão substituídos por Arthur, Cipolini e Guilherme. A motivação ficará por conta da busca pelo tetracampeonato, após ouros em Winnipeg-1999, Santo Domingo-2003 e Rio-2007.

Enquanto isso, a ginástica
artística tem, no momento, seu foco no Mundial de Tóquio, que se encerra no domingo e vale vaga olímpica. De lá, a delegação segue para o Pan. O confronto que merecerá atenção será entre as rivais Jade Barbosa e Shawn Johnson, dos Estados Unidos — a algoz da brasileira conquistou quatro ouros na última edição.

No judô, por sua vez, as lutas não valem pontos na corrida do ranking olímpico, mas, ainda assim, os principais nomes nacionais marcarão presença, ensaiando para Londres e com boas chances em todas as categorias. Leandro Guilheiro, atualmente o brasileiro mais bem colocado na listagem internacional, é um dos fortes favoritos ao título. Além dele, embarcam para Guadalajara nomes como Tiago Camilo, Rafael Silva, Rafaela Silva, Sarah Menezes e os brasilienses Luciano Corrêa e Érika Miranda. (ACF)

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