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Chapecoense segue em reconstrução para a disputa da próxima Copa Libertadores

Um mês após desastre que matou quase todo o elenco profissional do clube, grupo conta com apenas 14 atletas contratados. Técnico Vágner Mancini pode ser forçado a apelar para jogadores das categorias de base

postado em 29/12/2016 09:00 / atualizado em 28/12/2016 21:40



Há exatamente um mês, a maior tragédia da história do futebol fez com que a fábula da Chapecoense, finalista da Copa Sul-Americana, recebesse um ponto final antes de seu maior capítulo, os dois jogos da decisão diante do Atlético Nacional, da Colômbia. Entre os 71 mortos na queda do voo 2933 da LaMia estavam 19 jogadores do elenco do time catarinense, além de toda a comissão técnica, diretoria, jornalistas e tripulação (Confira abaixo vídeo sobre o acidente e as investigações). Com o título da competição continental entregue pela Conmebol, a Chape ganhou a vaga na próxima Libertadores da América. E os primeiros 30 dias após o acidente foram marcados — além do luto — pelo lento e complicado processo de reestruturação de um clube inteiro.

 

 

Somando a tradicional dificuldade da competição à reconstrução forçada depois da tragédia de 29 de novembro, a Libertadores de 2017 representará, de longe, o maior desafio da história do Verdão do Oeste. A estreia da Chape no Grupo 7 está marcada para daqui a 68 dias, diante do venezuelano Zulia —a chave ainda tem o uruguaio Nacional e o argentino Lanús. O grupo de jogadores a ser comandado pelo técnico Vagner Mancini segue em construção.

 

Segundo o regulamento do torneio, 30 atletas devem ser inscritos para a primeira fase. Até agora, a equipe tem apenas 14. São seis remanescentes e oito contratações até o momento. As novidades são o goleiro Elias (que estava no Juventude), os laterais Reinaldo (Ponte Preta) e Zeballos (Defensor-URU), o zagueiro Douglas Grolli (Ponte Preta), o volante Moisés (Grêmio), os meias Nádson (Paraná) e Dodô (Figueirense) e o atacante Rossi (Goiás).

 

Novo goleiro da Chapecoense, Elias terá a missão de substituir o ídolo Danilo. O camisa 1 chega a Santa Catarina após ajudar o Juventude a subir para a Série B do Campeonato Brasileiro, na temporada recém-encerrada. O lateral-esquerdo Reinaldo, emprestado pelo São Paulo, foi um dos destaques da Ponte Preta no último Brasileirão. Douglas Grolli está de volta ao clube que o revelou, pelo qual foi campeão catarinense em 2011.

 

Líder em passes

 

Ontem, a Chape anunciou o meia Nádson, ex-Paraná, líder de assistências da Série B junto de Nenê, do Vasco, com nove passes. O time está próximo de anunciar mais três: Niltinho, atacante com passagens por Criciúma e Joinville; Wellington Paulista, centroavante que disputou o último Brasileirão pela Ponte Preta, emprestado pelo Fluminense; e o meia Daniel, cujo contrato com o São Paulo se encerrará no sábado.

 

A expectativa de Vagner Mancini é de ter o elenco “99% completo” na apresentação, em 10 de janeiro. “Claro que a gente esbarra no aspecto financeiro, pois estamos em um mercado competitivo, concorrendo com quem já tem orçamento”, disse o técnico, em entrevista coletiva.

 

A dificuldade no mercado pode fazer com que a Chapecoense precise inscrever quem nunca defendeu o clube nas categorias profissionais. É o caso do meia Lima, grande promessa da base catarinense. Com 17 anos, o jogador foi relacionado apenas uma vez em 2016 e não entrou em campo.

 

*Estagiário sob supervisão de Braitner Moreira