Basquete

BASQUETE

Saiba onde estão Fab Melo e Vitor Faverani, que chegaram a integrar a NBA, mas sumiram do mapa

Eles tiveram passagem relâmpago pelo Boston Celtics, maior campeão da liga norte-americana

postado em 18/03/2015 12:25 / atualizado em 18/03/2015 16:06

Vítor de Moraes /Correio Braziliense

REUTERS/Adam Fenster

Fab Melo e Vitor Faverani estiveram no centro das atenções em 2012 e 2013. Os pivôs brasileiros assinaram com o tradicional Boston Celtics, franquia com mais títulos da história da NBA, e eram figuras sempre presentes no noticiário. Mas os anos passaram, eles deixaram a liga norte-americana e, atualmente, estão na lista dos achados e perdidos: onde estão Melo e Faverani?

O primeiro, mineiro, jogou o basquete universtiário por Syracuse antes de ser escolhido pelos Celtics, em 2012. Mas, em Boston, Fab pouco atuava, e foi aproveitado na D-League %u2014 a liga de desenvolvimento. O Memphis Grizzlies tentou resgatar o brasileiro. A ideia não deu certo. Melo parou no Dallas. Sem chances, voltou à D-League, de onde saiu no ano passado. O Paulistano o repatriou. No entanto, teve problemas de bastidores e sumiu. O paradeiro de Melo é um mistério.

Assinar contrato com uma franquia da NBA pode ser o auge da carreira, mas também não significar nada. Além de segurança, o atleta precisa de sorte. Lesão é um drama. Entretanto, o problema de Fab Melo, 24 anos, foi outro: pavio curto. Durante partida da D-League, ele bateu boca com o técnico do Texas Legends, Eduardo Najera. Atitude pouco recomendada a quem quer seguir carreira na NBA. O Paulistano não confirmou, mas teria dispensado o pivô por indisciplina. E, aí, ele caiu no ostracismo.

Recentemente, o brasileiro reapareceu na imprensa norte-americana, mas de forma negativa. Fab Melo tornou-se personagem de investigação no basquete universitário. Quando atuava por Syracuse, o mineiro acumulou notas baixas. Lá, quem não estuda, não joga. Descobriu-se que a universidade alterou as notas de Melo. A enxurrada de críticas e xingamentos ao pivô, pouco familiarizado com o idioma dos Estados Unidos, invadiu as redes sociais. Até agora, ele não se pronunciou. A conta no Twitter foi deletada. Em média, são mais de 100 menções a Melo em um período de uma semana.

Amigo de Fab Melo dos tempos de Juiz de Fora (MG), Daniel Defilippo não tem ideia do paradeiro do jogador. "Quando ele estava nos Mavericks, não respondia minhas mensagens no Facebook. Algum tempo depois, ele explicou que a equipe pediu aos jogadores que ficassem fora das redes sociais", conta Defilippo. Segundo a assessoria de imprensa do Dallas, Fab Melo não tem mais vínculo com a franquia.

Há boatos também sobre um possível contrato com a Canton Charge, de Ohio, onde Melo estaria procurando moradia. A assessoria da equipe, no entanto, diz que não há como saber quem jogará a próxima D-League até outubro. Isso porque os atletas tentam atuar na NBA até o último momento, e em seguida tornam-se disponíveis para a liga de desenvolvimento.

 

Desconectado do mundo

 

Vitor Faverani, 26 anos, trilhou outro caminho. O pivô teve seus momentos com a camisa do Boston Celtics, mas sofreu lesão no menisco do joelho esquerdo e foi submetido a duas operações: em março e outubro de 2014. Dois meses depois da segunda cirurgia, Vitor foi dispensado da NBA. Os Celtics não permitiram ao gaúcho utilizar as instalações para continuar a recuperação, e o pivô seguiu para a Espanha. Faverani está em Múrcia, onde termina a fisioterapia. Pela equipe da cidade, ele jogou de 2009 a 2011. “Eles têm grande carinho por mim, o chefão do time é meu amigo e me deixou usar a estrutura”, conta Faverani ao Correio, por telefone.

Ao contrário de Fab Melo, Vitor tem boas chances de voltar à NBA. O brasileiro diz ter recebido propostas recentes do Dallas Mavericks e do New York Knicks para contratos curtos, de alguns dias. Orientado pelos fisioterapeutas, recusou. Faverani não quis forçar o joelho para atuar “por equipes que não estarão nos playoffs”, explica, referindo-se aos Knicks. “Não quero ter pressa.”

Otimista quanto ao retorno à maior liga de basquete do mundo, Faverani fala com mágoa dos Celtics. O gaúcho não acredita que o time de Massachusetts o convocará novamente em breve. E nem ele parece tão a fim de voltar para Boston. “Depois que fui embora, não falei mais com eles. Uma pessoa de lá até me mandou uma mensagem, mas eu não quis ter contato. Machuquei o joelho de tanto treinar e tentar jogar, dei a vida por eles”, lamenta.

Imerso em sua recuperação, Vitor seguiu os passos de Fab Melo, fechou perfis em redes sociais e deixou recado aos amigos. “Estou desconectado do mundo, quero focar na recuperação. Encerrei a conta no Twitter, mas o pessoal tem meu telefone. Eu me fechei no meu mundinho”, reconhece.