Basquete

UniCeub/BRB estreia para tentar ser o quarto brasileiro na semi da Liga das Américas

Time brasiliense não poderá contar com Giovannoni e Ronald, lesionados

postado em 05/02/2016 11:53

Vítor de Moraes /Correio Braziliense

Carlos Moura/CB/D.A Press

Brasil, decime qué se siente. O “hino” dos argentinos, cantado repetidas vezes durante a Copa do Mundo de 2014, pode ser reproduzido nas ligas de basquete. Mas com uma alteração na letra: Argentina, decime qué se siente. Desta vez, os brasileiros cantam. Até 2012, os argentinos tinham protagonismo e títulos na Sul-Americana e na Liga das Américas. Desde então, a situação mudou. O Brasil virou o papatítulos.

A partir desta sexta-feira, às 19h45, contra o Capitanes de Arecibo (Porto Rico), o UniCeub/BRB busca ser a quarta equipe semifinalista dos quatro times brasileiros na Liga das Américas. Mogi, Bauru e Flamengo asseguraram vaga na segunda fase depois de liderarem seus respectivos grupos. A Argentina, representada por Gimnasia e Quimsa, teve um eliminado. O primeiro, líder da Conferência Sul da liga nacional, não avançou.

Os brasilienses partiram na quarta-feira para Barquisimeto, na Venezuela. Amanhã, enfrentam os Capitalinos de la Habana (Cuba) e, no domingo, os venezuelanos Guaros de Lara. Atual campeão sul-americano, o UniCeub/BRB busca o segundo título das Américas. O dono do troféu disputará a Copa Intercontinental, considerado o Mundial, contra o campeão europeu, que será conhecido em junho.

Em 2011, o Obras Sanitarias foi campeão sul-americano. Na edição de 2010/2011, o Regatas Corrientes ficou com o título da Liga das Américas. No ano seguinte, o mesmo Regatas foi campeão da América do Sul, e o La Unión Formosa perdeu o título das Américas no saldo de pontos para o Pioneros de Quintana (México).

Até então, os argentinos praticamente dominavam o basquete sul-americano. O Brasil ganhou um troféu ou outro, mas o esporte dos vizinhos estava à frente. Nomes como Federico Kammerichs e Leonardo Gutiérrez causavam calafrios. Até que, em 2013, a história da Argentina nesses torneios começou a desandar.

A virada

Entre 2006 e 2008, eles foram tri da Sul-Americana. Tiveram campeões em 2012 (Regatas) e 2011/2012 (Obras), mas viram o Brasil ficar com os últimos três títulos (UniCeub/BRB duas vezes e Bauru). Na Liga das Américas, os argentinos levaram três troféus em quatro anos: Peñarol (2007/2008 e 2009/2010), os dois títulos com o técnico Sergio Hernández, ex-UniCeub/BRB; e Regatas Corrientes (2010/2011).

Depois, assim como na Sul-Americana, assistiu ao Brasil levar os três títulos seguintes (Pinheiros, Flamengo e Bauru). “A chegada do Novo Basquete Brasil (NBB) melhorou muito em termos de estrutura, não só a quadra ou a bola que se usa, falo de tudo, inclusive de software. Conseguimos estudar cada vez mais, principalmente no que diz respeito à parte tática, física, em que nos víamos para trás. Igualamo-nos bastante nisso”, avalia o técnico do UniCeub/BRB, Bruno Savignani, da chamada “nova geração”.

Acostumado a disputar as competições internacionais contra os argentinos, o ala Arthur está de volta à equipe. Ele lidou com uma inflamação na coxa esquerda até o último fim de semana e viajou com o grupo para a Venezuela. O camisa 4 foi campeão das Américas em 2008/2009 com o time brasiliense e acompanhou o protagonismo argentino. “De alguns anos para cá, o basquete brasileiro cresceu muito. Copiamos coisas boas deles, e acho que a geração da Argentina agora não é tão boa como a brasileira, como não tínhamos uma geração boa como a deles”, opina.

Os times da Liga Nacional de Básquetebol (LNB) têm dependido bastante de medalhões para ter resultados favoráveis, como Paolo Quinteros (Regatas Corrientes), Leonardo Gutiérrez (Peñarol), Walter Herrmann (San Lorenzo) e Bruno Lábaque (Atenas de Córdoba). As novas promessas, além disso, ainda estão em processo de transição, como Nicolás Brussino (Peñarol), Luca Vildoza (Quilmes) e Gabriel Deck (Quimsa).

“É uma soma de fatores. Primeiro: o NBB, evidentemente, está começando a dar seus frutos. Em segundo lugar, há várias equipes brasileiras investindo muito dinheiro nos últimos anos, e isso se traduz em times muito poderosos, como Bauru, Flamengo e UniCeub/BRB”, analisa Fabián García, colunista da revista argentina especializada Básquet Plus.

Na avaliação de García, o regulamento da liga da Argentina tem dificultado o sucesso das equipes nas ligas Sul-Americana e das Américas, embora tenha o objetivo de dar espaço aos novos talentos. Segundo a norma, os times podem escrever até oito “adultos”, dois jogadores sub-23 e dois menores de 20 anos. “Essa restrição prejudica muito as equipes que disputam torneios internacionais. Percebe-se muito na Liga das Américas”, continua Fabián, referindo-se ao torneio de maior exigência técnica.

Desfalques

Os brasilienses chegaram capengas à Venezuela. A equipe viajou sem Guilherme Giovannoni e Ronald. Giovannoni sofre com um problema na coluna que se manifesta quando o intervalo entre os jogos é curto, e as partidas atrasadas no Novo Basquete Brasil (NBB), devido à participação na Sul-Americana, foram encavaladas. Ronald está com caxumba. “São duas perdas grandes, jogadores importantes não só no que diz respeito a nomes, mas que têm produzido muito”, lamentou o técnico Bruno Savignani. “Mas o grupo é aguerrido, tivemos jogos sem o Guilherme, sem o Ronald devido a número de faltas e suprimos bem”, pondera.

Programe-se

Sexta-feira (5/2), 19h45
UniCeub/BRB x Capitanes de Arecibo

Sábado (6/2), 19h45
Capitalinos de la Habana x UniCeub/BRB

Domingo (7/2), 22h15
Guaros de Lara x UniCeub/BRB

*Todos os jogos terão transmissão do SporTV