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Conhece o Ceub de Santo Amaro?

"Filial" paulista faz homenagem ao time brasiliense e ganha apoio dos dirigentes da "sede" e até do patrocinador oficial

postado em 07/10/2016 11:38 / atualizado em 07/10/2016 11:57

Vítor de Moraes /Correio Braziliense

Divulgação/Facebook

As primeiras reações são sempre de espanto. “Como assim? Ceub de Santo Amaro?”. É verdade. O bairro paulista nem ao menos abriga um câmpus da universidade patrocinadora de um dos principais times de basquete do país. A princípio, não há motivos para a equipe do DF estar, de certa forma, representada na Região Sul de São Paulo.

 

O UniCeub/BRB, antes Universo, foi fundado em 2000. Nesse tempo, venceu quatro campeonatos nacionais, três Ligas Sul-Americanas e uma Liga das Américas. O jornalista Fernando Pratti, um dos idealizadores da homenagem, acompanhou parte dessa história, quando morou em Brasília em 2006.

 

Em outubro do ano passado, Fernando e os amigos, alguns ex-jogadores profissionais, inscreveram o grupo amador em um torneio organizado pelo Sesc, com a participação de equipes de unidades de outras cidades. Os membros do time precisavam de um nome. A sala de troféus do UniCeub/BRB pesou, e eles decidiram homenagear o tetracampeão brasileiro.

 

Além de um nome, o Ceub Santo Amaro se viu diante de nova necessidade: um uniforme. Na temporada passada, as peças dos brasilienses eram confeccionadas em São Caetano (SP). Pratti foi até lá e comprou algumas. A equipe estava criada. Até o lobo-guará, mascote do UniCeub/BRB, acabou sendo adotado. O BRB, banco patrocinador, também está na camisa, assim como o monumento Dois Candangos.

 

O desafio seguinte eram os Jogos da Cidade de São Paulo, entre maio e junho. Neles, a “filial” venceu o Basket Blues por 36 x 35, mas perdeu para o Clube Eledy por 35 x 29, para o DCL por 100 x 30 e para o Dunks por 49 x 28. Para se inscreverem, os paulistanos precisavam de um segundo uniforme. Pratti pediu o azul e vermelho do UniCeub/BRB à fábrica de São Caetano.

 

Fora da capital federal, o time do DF é conhecido apenas como Brasília. “Não fazia sentido a gente usar Brasília como nome, até porque o nome Ceub está escrito em letras grandes na camisa. A partir disso, começamos a tomar empatia maior pelo time”, conta Fernando.

 

Quando o UniCeub/BRB vai a São Paulo, onde costuma enfrentar Paulistano e Pinheiros, os jogadores de Santo Amaro aparecem nas arquibancadas com o uniforme. “Uma vez, o Vidal (José Carlos, ex-treinador) foi até falar com a gente”, lembra Pratti, ex-companheiro de Guilherme Giovannoni nas categorias de base, em Piracicaba (SP).

 

Apoio

Naturalmente, a homenagem dos paulistas chegou aos ouvidos do diretor de Comunicação e Marketing do UniCeub/BRB, Rodrigo Costa. Ele gostou da iniciativa, para alívio de Fernando Pratti, que tinha dúvidas quanto à maneira como o patrocinador receberia a notícia.

 

“Isso mostra o tanto que o basquete, na esfera dos clubes, tem expandido suas fronteiras. Em nosso caso, vemos o quanto somos uma referência no basquete masculino nacional”, avalia o diretor.

 

O patrocinador, por sua vez, não se prenderá ao elogio e ao agradecimento. O próximo Novo Basquete Brasil (NBB), em que o UniCeub/BRB estreia em 10 de novembro, contra o Caxias (RS), pode ter uma organizada “do DF” nas arquibancadas paulistas.

 

“Vamos explorar essa história. Uma ideia é montar uma torcida organizada nas nossas partidas em São Paulo. Temos uma cota de ingressos nos jogos fora, talvez revertamos esses bilhetes para eles. Daí, começaremos a fazer essa ponte”, projeta Costa, sem citar outras atividades dessa nova parceria.