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Tubarões do Cerrado e Brasília V8 duelam por por uma vaga nos play-offs

Liderados pelos respectivos quarterbacks — o principal jogador no futebol americano —, os dois times brasilienses que disputam o Torneio Touchdown, Tubarões do Cerrado e Brasília V8, se enfrentam, amanhã, na última rodada antes dos play-offs. A rivalidade acirrada, que fica apenas dentro de campo, segundo os atletas, será amenizada pela tabela do campeonato. Enquanto o V8 briga por uma vaga nas finais, o Tubarões, já sem chances de avançar, apenas cumpre o calendário.

Com a missão de comandar o time, armar estratégias e iniciar as jogadas, a posição de quarterback é a mais visada nas equipes. Para Luiz Gustavo Garcia, 26 anos, lançador do Tubarões, o lugar não é uma escolha. “Eu comecei como recebedor, depois fui escolhido para ser quarterback. É algo que cai no colo pelo perfil apresentado. Não é só saber lançar a bola. Tem que liderar, ter postura e até ser frio, às vezes”, explica. Da mesma maneira, Felipe Alvim, 23 anos, do V8, também chegou à posição mais famosa depois de jogar como tight end — jogador que deve impedir os adversários de alcançarem o quarterback. “Por ser uma posição de destaque, tem gente que nos acha marrento. Mas, no Brasil, só temos mesmo o respeito do time”, brinca sobre o desconhecimento do esporte no país.

Nos Estados Unidos, berço da modalidade, os atletas do futebol americano estão entre os mais bem pagos do mundo, sendo o quarterback Drew Brees, do New Orleans Saints, o top 3 no ranking da revista esportiva Sports Illustrated, com salário anual de U$S 47,8 milhões (cerca de R$ 96,5 milhões). No Brasil, os jogadores ainda tiram recursos do próprio bolso para competir. “Eu pago para jogar. É complicado, mas acho que está começando a ter investimentos. Nas equipes maiores, já há alguns norte-americanos recebendo para jogar”, conta Luiz Gustavo, que se divide entre os treinos três vezes por semana e o trabalho como auditor contábil.

A falta de reconhecimento profissional, contudo, tem sido recompensada por suspiros na plateia. Algumas das meninas que se interessam pelo esporte e acompanham as partidas — no Tubarões, elas montaram uma equipe de cheerleaders/animadoras de torcida — provocam ciúmes nas namoradas dos rapazes. Ambos comprometidos, os quarterbacks brasilienses amenizam o assédio. “As pessoas não conhecem bem as posições, não é como ser artilheiro”, desconversa Felipe. De olho na conversa, a namorada de Luiz Gustavo, Keliane Almeida, 28 anos, contesta: “Alguma coisa tem. Elas dão um trabalho...”.

Para avançar à próxima etapa, o V8 precisa ultrapassar a equipe Minas Locomotiva, que tem uma vitória a mais e ocupa o segundo lugar no grupo. Fora da disputa pela vaga, o Tubarões do Cerrado fez uma campanha ruim no torneio. Até agora, foram quatro derrotas e apenas duas vitórias.

Programe-se
Torneio Touchdown

Tubarões do Cerrado x Brasília V8
Quando: amanhã
Horário: 15h
Local: Estádio do Cave, Guará
Ingressos: R$ 20 (inteira) e
R$ 10 (meia)
Obs: têm direito à meia-entrada torcedores com a camiseta do Tubarões, estudantes, professores de ensino básico e pessoas com mais de 60 anos desde que munidos de identificação.