Mais Esportes

Cerrado oferece boas trilhas para cicloviagem, mas segurança é essencial

Viagens de bicicleta por rodovias ou estradas de terra estão entre as opções do período de férias. Sozinho ou em grupo, quem aceita o desafio deve estar atento às características e necessidades de cada percurso. Região do Cerrado tem atrações fascinantes

postado em 03/01/2014 14:46 / atualizado em 03/01/2014 15:00

Da redação do Super Esportes DF /Correio Braziliense

Paulo de Araújo/CB/D.A Press - 10/2/2009

 

Verão e férias: uma combinação que motiva viagens. Ainda que para a maioria dos turistas o principal interesse seja desfrutar as atrações do destino, há aqueles que também dedicam tempo para apreciar o trajeto até chegar ao ponto escolhido. Essa é uma das vantagens apontadas por Sérgio Gusmão, 38 anos, para se aventurar até outras cidades pedalando. “Além de poder curtir mais a natureza e o visual, o contato com os moradores dos lugares por onde passo nas paradas ou para dormir é mais próximo”, conta Sérgio. “Já houve viagem em que parei em um bar para beber água, engatei um papo muito bom com o dono e acabei indo dormir na casa dele, para continuar a pedalar no dia seguinte”, diverte-se ao lembrar.

Mais conhecido como Sérgio Pão de Queijo, por ser fã do quitute mineiro, o empresário começou a encarar as estradas pedalando aos 15 anos, quando viajava para locais próximos a Brasília. Hoje, a lista de roteiros que percorre de bicicleta é extensa. O último destino foi a Amazônia, em julho. Foram aproximadamente 650km, percorridos sozinho pela BR-319, uma via abandonada que liga Porto Velho a Manaus.

O contraste entre a solidão de pedalar por horas na estrada com o acolhimento das pessoas que se conhece nas paradas também acompanhou Carlos Rodrigues, 46 anos, na viagem até Fortaleza. O desafio pessoal de ir de bicicleta até a praia de Iracema motivou o bancário a encarar 2,8 mil quilômetros, em 21 dias. “É uma aventura e tanto, mas uma ótima oportunidade de ter grandes momentos de reflexão. Chegava a passar 10 horas sozinho”, conta. A recompensa de tamanho desgaste está em conseguir cumprir com o panejado. “Quando cheguei à praia, fiquei deslumbrado com a ideia de que tinha conseguido”, lembra.

Mesmo depois de contar a trajetória solitária até Fortaleza, o bancário assume que a cicloviagem feita em grupo e em trilhas é mais agradável e confortável. “Quando se tem a companhia de outras pessoas é mais divertido e, caso aconteça algum imprevisto, a segurança é maior”, comenta. Antes de partir para Fortaleza, a preparação de Carlos foi em viagens a Pirenópolis e Alto Paraíso. Mesmo depois de cumprir o desafio, assim que pode, Carlos coloca a bicicleta no asfalto ou na estrada de terra batida e vai para um dos dois destinos. Ambas as viagens podem ser feitas pela rodovia ou por trilhas que fogem do asfalto, em caminhos que fazem a ligação com fazendas da região. Outra opção é fazer apenas uma parte do trajeto. Alguns adeptos optam por não voltar pedalando e transportam o equipamento em ônibus ou avião no retorno para casa.

 

Conheça algumas trilhas de cicloviagem:

 

1. Pirenópolis

Trilha 1: saída por Santo Antônio do Descoberto
- Até o início da estrada de terra, é preciso passar pela BR que liga Brasília a Goiânia e entrar para a cidade de Santo Antônio do Descoberto, distante 68km de Brasília. Aos que preferem evitar o trecho urbano, a opção é pedir carona até Santo Antônio do Descoberto. A partir daí, são 98km de percurso passando por Corumbá de Goiás até Pirenópolis.
- Nível de dificuldade: média. Apesar de não apresentar muita dificuldade técnica, o trecho tem várias subidas e descidas, o que exige preparo físico e costume de pedalar em chão batido.
Trilha 2: passa pela Estrada Colonial, localizada no Girassol
- É um caminho antigo, que passa por um trecho histórico do tempo da colonização. Até chegar ao ponto de partida, é preciso pegar a BR-070 até o povoado de Girassol, a 70km de Brasília. A trilha tem 87km por vegetação de cerrado, com belas paisagens vistas de cima de morros.
- Nível de dificuldade: média. Muito parecida com a trilha que sai de Santo Antônio do Descoberto, mas apresenta um pouco mais de subida. As paisagens, no entanto, compensam o esforço.

 

2. Alto Paraíso

- Conhecido como Caminho das Pontes, o destino fica na direção de Formosa. Para evitar o trecho urbano, muitos ciclistas partem do trevo de Itiquira, na cidade goiana, a 130km de Brasília. Depois, seguem pelo Vale do Paranã. O trajeto por trilhas até Alto Paraíso é de aproximadamente 240km, sendo que os últimos 30km apresentam muitas subidas. Como a distância é longa, os ciclistas costumam montar barracas no quintal de moradores do Vilarejo do Forte para passar a noite. O povoado, no entanto, é pequeno e sem estrutura para hospedagem ou acampamento. É indicado buscar informações com pessoas do local ou com quem já foi até lá.
- Nível de dificuldade: difícil. É um caminho mais longo, com altimetria variada, principalmente na subida dos últimos 30km, na Serra das Laranjeiras.

 

3. Goiás Velho

- São aproximadamente 300km, distância que exige um alto condicionamento físico do viajante. Por isso, o mais indicado é fazer em dois ou três dias. Pirenópolis está localizada próxima à metade do percurso e é uma boa opção de parada para dormir, pois a cidade oferece estrutura turística.
- Nível de dificuldade: difícil. Apresenta altimetria variada, mas o principal desafio em uma cicloviagem até a cidade goiana é a distância.

 

Leia a reportagem completa na edição desta sexta-feira (3/1) do Correio Braziliense