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VIDA ESPORTIVA

Estudo comprova que visualização mental ajuda no alcance de objetivos

Técnica, que também exige aperfeiçoamento, é empregada com sucesso tanto por esportistas famosos quanto por amadores

postado em 11/03/2014 11:23

Redação /Correio Braziliense

(Arquivo Pessoal)
Campeã de Slalom em Sochi, a norte-americana Mikaela Shiffrin surpreendeu alguns ao declarar que sentia estar recebendo aquela medalha de ouro pela milionésima vez. A estreante em Olimpíadas se explicou: “Enquanto treinava, imaginei essa competição até o momento do pódio repetidas vezes em minha cabeça.”. Mas, é claro, quando o tão esperado momento realmente aconteceu, a emoção foi bem diferente. “Tudo que imaginei nem se compara ao que eu senti de verdade”, revelou.

A imaginação fértil de Mikaela Shiffrin não é a idiossincrasia de uma jovem atleta. Pelo menos, é o que aponta um artigo publicado semana passada na revista Harvard Business Review pelo neurocientista e professor da conceituada universidade americana, Sirini Pillay. O título do texto é autoexplicativo: “Para alcançar seus objetivos, faça um filme mental” (no original, “To reach your goals, make a mental movie”).

Segundo o neurocientista, os estudos empíricos mostram que uma imagem realmente vale mais do que mil palavras. Pensar em um movimento, por exemplo, estimula determinadas áreas cerebrais a agirem de acordo com a imaginação, além de ajudar a centralizar a atenção. A técnica é utilizada não só por atletas que buscam otimizar os treinamentos, mas também na recuperação de movimentos em pessoas que tiveram um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Imaginar-se durante a ultrapassagem de um adversário, marcando um gol ou executando um movimento aprendido no treino são exemplos de estímulos visuais que, segundo Sirini Pillay, podem ser efetivos na estimulação de áreas cerebrais importantes e geram impactos na movimentação corporal.

Em forma
O psicólogo esportivo Maurício Pinto Marques alerta, no entanto, que não basta fechar os olhos e soltar a imaginação para obter resultados positivos. “É preciso treinar, como se faz na preparação física, usando técnica e tática. Deve-se ter um tempo na rotina para isso e, principalmente, saber aonde quer chegar, ter uma meta definida”, explica.

A médica Jannine Barboza utilizou a técnica para entrar em forma. Por conta de um tratamento para endometriose, chegou a engordar 14kg. “Fiquei com o corpo largado de 2007 a 2012. Mas há dois anos, por motivos pessoais, resolvi atingir meu objetivo de ter um corpo bacana e, só a partir disso, consegui mudar”, conta. Além de praticar exercícios 4 vezes por semana, Jannine recortou em revistas imagens de corpos que lhe agradavam e os pregou em um caderno e na geladeira, para os quais olhava constantemente, em busca de motivação. Também se desafiou a entrar em uma calça jeans que tinha e não lhe passava mais nos joelhos.

Hoje, a médica já entra na caça jeans antiga sem problemas, após emagrecer mais do que os 12kg inicialmente previstos. Mesmo feliz com o próprio corpo, já possui metas diferentes e, é claro, estímulos diferentes também. “Quero ganhar mais massa magra e ficar mais durinha. Agora sigo a Gabriela Pugliesi e a Bela Falconi (blogueiras famosas na área de fitness) como forma de inspiração”, conta.