Percorrer 3,8km de natação, 180,2km de ciclismo e 42,2km de corrida é tarefa para quem tem resistência de sobra. Não à toa, as marcas, somadas, fazem parte de uma das provas esportivas mais difíceis do mundo, o Ironman. A competição é um desafio sem tamanho para os profissionais, mas pode ser adaptada apenas para quem tem o objetivo de ganhar saúde e condicionamento físico. “É uma grande vantagem porque há uma variedade de estímulos físicos. Isso é muito interessante para o corpo”, comenta o ex-técnico da Seleção Brasileira de triatlo Bruno Gagliardi.
Com o sempre motivador objetivo de emagrecer, o funcionário público Marco Aurélio Guimarães procurou a modalidade em junho do ano passado. “Eu tinha acabado de completar 48 anos e estabeleci uma proposta de vida: fazer um Ironman aos 50”, conta. A rotina — que estava sedentária havia seis anos — mudou completamente. Ele acorda antes de o Sol nascer para correr e pedalar às 5h30. A rotina continua depois do expediente, quando chega a hora dos treinos de natação.
O funcionário público Marco Aurélio Guimarães perdeu 38kg fazendo triatlo
“Mudou o meu estilo de vida. Agora, eu durmo melhor, como melhor e meu humor melhorou muito”, comemora Marco Aurélio. A transformação, porém, não é apenas na rotina. Depois que deixou o sedentarismo e começou a correr, nadar e pedalar, o novo triatleta perdeu 38kg. “Eu estava com problemas de distúrbio do sono, pressão alta, me alimentava mal. Agora, minha mulher me apoia integralmente porque, sem ronco, ela dorme melhor”, diverte-se.
Alheio à moda da corrida de rua, Marco Aurélio defende que mais pessoas pratiquem as três modalidades, por mais trabalho que isso possa dar. “Correr tem várias vantagens, mas você não tem o benefício da natação, que é excelente para a função cardiopulmonar e para o desenvolvimento dos membros superiores”, defende. Com alguma experiência, Marco Aurélio fez o primeiro teste como atleta, no Ironman 70.3, prova com metade dos percursos: 1,9km de natação, 90km de ciclismo e 21km de corrida.
Treinador de Marco Aurélio, João Carlos de Almeida comemora o perfil entre os alunos. “O melhor do esporte é que, em vez de passar dez horas em uma academia, a pessoa pode variar entre as modalidades e isso é positivo tanto para o lado físico quanto para o mental”, avalia. Para Bruno Gagliardi, ex-técnico da seleção brasileira de triatlo, a junção das três modalidades é perfeita. “Eu não teria sido só ciclista, nadador ou corredor.”
