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À SORTE DE QUEM?

Atletas de modalidades que não têm federação no DF se viram como podem

Em alguns casos, brasilienses precisam se unir aos vizinhos para conquistar apoio

postado em 24/04/2014 12:02 / atualizado em 24/04/2014 12:08

Vítor de Moraes /Correio Braziliense , Maíra Nunes - Especial para o Correio

No início do mês, 30 homens de porte avantajado, 15 em cada extremidade do campo do estádio Vasco Viana de Andrade, no Núcleo Bandeirante, se preparavam para a terceira rodada do Campeonato Centro Oeste de Rúgbi. De um lado, o Goianos Clube. Do outro, um dos poucos times da modalidade que sobrevivem na capital brasileira: o Brasília Rúgbi. Antes do jogo, a preparação de Cedric Wamba, 28 anos, não pôde seguir o ritual convencional de concentração de um atleta. A estratégia tática e os detalhes sobre os pontos fortes do adversário eram apenas mais uma das preocupações do jogador, que precisou chegar mais cedo para conferir as marcações do campo e resolver qualquer contratempo que pudesse surgir antes do apito inicial da partida.

A falta de uma federação da modalidade na capital explica, em parte, essa sobrecarga de tarefa aos adeptos do rúgbi. Resta a um ou outro amante do esporte, como o designer Ricardo Maciel, 38 anos, assumir a responsabilidade de organizar os torneios e, se der sorte, atrair novos adeptos. O gosto pelo rúgbi, que Ricardo conheceu a convite de um amigo em 2011, logo tomou conta dos fins de semana do designer. “O pessoal se juntava todos os fins de semana para jogar bola”, lembra. “Quando sentimos que precisaria de um representante para participar de torneios nacionais, pensamos que o caminho natural seria montar uma federação”, conta. A intenção, no entanto, esbarrou na exigência da confederação brasileira da modalidade: é preciso que o estado — ou DF, no caso — tenha, no mínimo, três clubes.
Paulo de Araujo/CB/D.A Press

“A solução encontrada foi reativar o time Rúgbi Sem Fronteiras”, conta Ricardo. Em 2013, os esforços dos praticantes mais entusiasmados resultaram no primeiro e único Campeonato Brasiliense de Rúgbi. O melhor momento do esporte na capital — que contou com quatro times —, porém, não conseguiu ser convertido em um acordo para fundar uma federação na região. “Todo mundo quer uma federação, mas é difícil encontrar alguém que queira assumir a responsabilidade”, explica. Neste ano, dois times foram extintos, e a esperança de fortalecer o esporte por meio de uma instituição filiada à confederação acabou adiada.

Maurício Migliano, um dos gestores de desenvolvimento da Confederação Brasileira de Rúgbi, lamenta que a capital do país não faça parte da rota do campeonato nacional. “É um estado central que poderia sediar algumas etapas do Brasileiro, principalmente pelo fato de facilitar o deslocamento”, avalia. Outro ponto é que os praticantes de rúgbi da capital não chegam ao conhecimento da instituição. “Não conseguimos contemplar o número de praticantes reais por não conseguirmos contabilizar os atletas sem federação”, reclama.

Leia a reportagem completa na edição desta quinta-feira do Correio Braziliense