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Começa briga pelo título do Rally Piocerá

Competição muda rotina no Nordeste, atrai curiosos e movimenta até a economia por onde passa

postado em 27/01/2015 22:22

Sílvia Mendonça

Diego Lopes
 

O primeiro dia de provas da 28ª edição do rally off-road Piocerá já começou com fortes emoções, nesta terça-feira (27/1). Com a largada oficial no começo desta manhã, as motos, quadriciclos, UTVs, carros 4×4 e bikes seguiram para o primeiro trajeto da competição – marcado por estradas de cascalho, campos de carnaubais e mata fechada. Logo na primeira hora de prova, uma surpresa: o carro 712, de Francisco Moreira Junior e Paulo Sergio Santos Magalhães, de Fortaleza/CE, abusou na curva em um balaio mais estreito e tombou. A prova seguiu sem complicações e a dupla foi resgatada sem ferimentos.

Pelo caminho, além das paisagens, o destaque fica para o povo receptivo e ansioso em conferir cada manobra dos competidores que trouxeram poeira alta e aventura para o interior do Piauí. Raimundo de Oliveira, de 81 anos, acompanha há três edições a corrida. Sob sol forte, o aposentado conta que não tem evento mais importante do que assistir aos atletas passarem por seu vilarejo. “Ainda melhor que ver os carros é receber o povo aqui, ver gente diferente e poder conversar. Acho tudo bonito demais quando vocês chegam”, conta alegre.

Os amigos Matheus Mendes, de 10 anos, Giovana Pereira, de 8 anos, e Francisco Manuel, de apenas 5 anos, também se reuniram para conferir a movimentação aventureira pela região. A atração principal para as crianças ficou por conta das motos e quadriciclos. “É bonito demais, a poeira sobe alto e eles passam correndo pela gente”, narra Matheus. Os adolescentes Iago Oliveira, de 13 anos, e Jânio da Silva, de 17 anos, chegaram montados na própria moto ao local onde os competidores passaram nesta tarde. “Tenho vontade mesmo é estar no rally. Ser profissional”, sonha Jânio. O jovem conta até mesmo com o apoio dos pais, que também não perdem as provas que passam por ali.

Economia local

As proprietárias da lanchonete Café do Campo, no posto Jenipapo, em Campo Maior/PI, Gardênia e Rosário Felix, de 49 e 53 anos, respectivamente, tiveram que se organizar para receber a competição. O idealizador do Piocerá, Ehrlich Cordão, já tinha as avisado que ali seria um ponto de parada da prova. “A demanda quadruplicou hoje. Para quem trabalha em BR, esse tipo de evento é maravilhoso, porque recebemos novos clientes e faturamos bem mais”, conta Gardênia. Para tanto, foi preciso aumentar o cardápio e, também, a quantidade de funcionários. A tradicional “paçoca nordestina” foi um dos pratos com maior saída.

Esta foi a primeira vez que o açougueiro Antônio de Almeida, de 70 anos, viu de perto os motores do Piocerá. Ele também possui um pequeno estabelecimento no posto e conta que em uma única manhã faturou mais do que em um dia inteiro bem sucedido. Apesar do esporte preferido ser futebol, o flamenguista conta que ver os carros do rally foi tão incrível que superaria até mesmo um encontro com os jogadores do time carioca. “Rapaz, é uma emoção ‘monstra’ no coração”, descreve.