Mais Esportes

Conheça a musa do taekwondo brasileiro: Letícia Farias, nascida e criada no Gama

Atleta foi eleita em concurso aberto nas redes sociais. Ela treina em Londrina

postado em 07/07/2015 11:26

Carlos Vieira/CB/D.A Press

Letícia Farias começou a lutar taekwondo aos 3 anos, incentivada pelos pais, também lutadores — o pai é mestre e árbitro da modalidade, e a mãe é faixa preta. Hoje, 20 anos depois, a vida dela virou do avesso. A garota nascida e criada no Gama foi eleita a atleta-musa de 2015 em eleição aberta da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD).

Com 1,7 mil votos, 40,6% do total, ela desbancou as 14 concorrentes com facilidade. “Eu acordei e comecei a receber ligações, muitas pessoas passaram a me seguir nas redes sociais, tudo aconteceu muito rápido”, relembra.

O concurso era aberto para lutadoras de taekwondo de qualquer nível. Letícia luta na categoria até 49kg e já foi campeã do Brasileiro Adulto Sub-21, em 2011; dos Brasileiros Universitário e Adulto, em 2012; da Copa Brasil, em 2013; e do Nacional Interclubes, em 2015.

Carlos Vieira/CB/D.A Press
Do Gama, a lutadora de 1,60m e 50kg vive há três anos em Londrina (PR), onde treina com o técnico da Seleção Brasileira, Fernando Madureira. A história de Letícia é parecida com a de tantos atletas da capital, marcada pela falta de reconhecimento quando praticava o esporte na cidade. “Cheguei a ganhar uma vaga para o Mundial, mas não me colocaram na equipe brasileira porque eu não tinha experiência internacional”, lamenta.

Depois desse episódio, a atleta desanimou por um tempo. “Eu morava no Gama e treinava em Taguatinga Norte, era um esforço de deslocamento muito grande. Além disso, eu não me sentia valorizada aqui”, explica. Foi assim que a atleta-musa decidiu se arriscar, treinando no Paraná. “Minha mãe e meu irmão sofreram bastante, pois éramos só nós três em casa, mas eles me apoiam muito”, conta. Ela vem à capital nos intervalos entre os campeonatos.

Letícia começou a cursar educação física em Brasília. Concluiu o curso em Londrina e, agora, está terminando uma pós-graduação. “Não poderei ser atleta para sempre, preciso pensar no futuro”, pondera. Até o ano passado, ela recebia Bolsa Atleta do governo federal. Contudo, no fim do ano, teve alguns problemas de saúde e não foi selecionada para continuar a receber o benefício em 2015. Hoje, a permanência no Paraná é sustentada pela mãe. Ao menos até que os bons resultados voltem a aparecer.