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MUNDIAL PARALÍMPICO DE NATAÇÃO 2015

Primeiro dia de Mundial Paralímpico de Natação rende três ouros e três pratas para o Brasil

Revezamento da Seleção bateu recorde mundial

postado em 13/07/2015 17:55 / atualizado em 13/07/2015 18:58

Amanda Martimon - Enviada especial

Leandra Benjamin/CPB/MPIX
Glasgow - A estreia do Brasil no Mundial Paralímpico de Natação 2015, em Glasgow, na Escócia, começou bem: foram três ouros e três pratas no primeiro dia de prova. As seis medalhas saíram de sete finais. A competição vai até 19 de julho, sempre com as eliminatórias pela manhã e as decisões pela tarde.

O atleta Matheus Reine abriu o pódio para a equipe verde-amarela com prata nos 100m estilo livre categoria S11 (cegueira total). "A parte que tem mais efeito é a volta. Na virada, eu consegui consertar os erros", comemorou, aos pulos, ao fim da prova.

Com o pódio aberto, foi a vez do favorito do Brasil, Daniel Dias, conquistar o primeiro ouro da Seleção, nos 50m costas na categoria S5 (problemas físico-motor). Batendo o nadador da casa, Andrew Mullen, britânico de Glasgow, o brasileiro saiu da piscina como queria, após ser provocado pelo atleta que, além de não cumprimentá-lo, avisou que estava nadando devagar nas eliminatórias, quando ficou 12 segundos a frente.

"Acho que foi um jogo que ele tentou fazer, mas é na piscina que a gente mostra como é que é", respondeu Dias sobre o assunto à espera da cerimônia pelo ouro.

Ajuda especial
Em meio a torcida ensurdecedora dos donos da casas, duas fãs solitárias na arquibancada, munidas com a bandeira do Brasil, aguardavam uma prova em especial. Mãe de Carlos Farrenberg, o Carlão, Malu - ao lado da tia do nadador, Dóris - chegou ao fim da prova do filho, com menos fôlego do que o atleta.

Os gritos de "Vai, Carlão", com gestos que indicavam a chegada, só começaram depois de um silêncio solene, com "shiu" para os menos atentos no momento de concentração para a largada. "A viagem já valeu. Nós chegamos hoje", comemorou ao ver o nadador conquistar a prata nos 50m estilo livre categoria S13 (baixa visão).

Nos 50m estilo livre S10 (problemas físico-motor), a previsão de dobradinha de confirmou. De volta após uma lesão que o tirou das piscinas no ano passado, André Brasil se emocionou com o ouro. "É como diz uma música de Dorival Caymmi. O tempo virou. E virou mesmo." Ao lado dele no pódio, o pernambucano Phelipe Rodrigues levou a prata.

Para fechar as conquistas do dia, o revezamento do Brasil levou o ouro. Ao lado do experiente Clodoaldo Silva, Daniel Dias e Joana Neves, a estreante em Mundial Esthefany de Oliveira, de apenas 16 anos e 98 cm, tentou explicar, apesar da timidez, a sensação da primeira medalha na competição: "Falaram para eu fazer o meu melhor, eu fui lá e fiz".

Na terça-feira, a Seleção Brasileira de natação paralímpica volta a competir, no TollCross International Swimming Centre, em Glasgow. Doze atletas do país entram na piscina pelas eliminatórias.