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Brasilienses disputam Mundial de Canoa Havaiana no Taiti

Seis brasilienses representarão o Brasil no Mundial de Va'a, modalidade que ganha cada vez mais espaço no Lago Paranoá

postado em 22/06/2017 12:25 / atualizado em 22/06/2017 12:47

Minervino Junior/CB/D.A Press

Do Lago Paranoá para os mares do Taiti. É lá que a equipe feminina brasiliense de canoa havaiana vai participar do 1º Campeonato Mundial de Va’a de Longa Distância na próxima terça-feira. O time master, composto por quatro brasilienses, uma carioca e uma capixaba, vai representar o Brasil na prova mundial de 27km, e a expectativa é alta. Além das meninas, dois brasilienses estão inscritos na competição.

A estreia é uma incógnita. Como este é o primeiro Mundial de Maratona de canoa va’a, o desempenho criará uma referência. Para a capitã, Diana Nishimura, 43 anos, a experiência vai servir para ver em que lugar a equipe brasileira está em relação às outras nações. “Se chegarmos em último, estou feliz, porque começamos uma história”, ressalta Diana, que terá a companhia de Renata Franco, Dani Bertin e Larissa Lima.
Diana, que competiu e conquistou títulos em diversos lugares e modalidades, conta que o campeonato tem gosto diferente. “Estamos indo para o país que originou o esporte que amamos”, analisa a campeã pan-americana por equipe em 2007, no Rio de Janeiro. Além de capitã, também é treinadora do time que ela mesma montou.

 

Diana explica que, quando começou a pensar em preparar uma equipe, em 2012, o cenário feminino em Brasília era fraco. “Hoje, não faltam mais mulheres. Quando eu montei os times, porém, só tinha eu com mais experiência para ser responsável pelo leme”, conta a encarregada pela direção da embarcação.


Além da habilidade, era necessário ter disponibilidade para treinar e competir, e condição financeira para custear as viagens. “Procurar mulheres com esse perfil não é algo tão simples”, afirma. Diana não achou atletas assim em Brasília e teve que optar por pessoas de fora.

Taís Amorim, 43 anos, de Vitória (ES), e Lidiane Delesderrier, 40, de Niterói (RJ), amigas de Diana, toparam o convite. Juntas, foram campeãs brasileiras master de OC6 (canoa com seis lugares) e chegaram ao terceiro lugar na elite, em 2016.

O crescente cenário na capital do país

A participação do time de Brasília vai servir também para chamar atenção para o esporte na cidade. Apesar das dificuldades para se destacar em um cenário dominado por São Paulo e Rio de Janeiro, a capital federal não fica muito atrás. Outros dois brasilienses estão inscritos na competição de canoa havaiana. Marcelo Bosi, 42 anos, integra o time master masculino do Rio de Janeiro, enquanto Felipe Rodrigues, 19, será o único brasileiro na categoria júnior.

Marcelo, além de atleta, é um dos diretores da Confederação Brasileira de Va’a (CBVA’A) e chefe da delegação brasileira no mundial do Taiti. Ele e um amigo trouxeram duas embarcações para Brasília em 2003, e assim começou a prática da canoa havaiana no DF. “Na época, pouca gente praticava esportes no lago. Então, eram só os amigos que se reuniam para remar”, conta.

 

Pouco tempo depois, Marcelo teve que vender um dos barcos e se mudou para a Bahia. “A outra canoa foi para um amigo e, como ficava na casa dele, o acesso não era tão fácil”, explica. Logo, o esporte estagnou na cidade, mas a situação mudou quando o atleta voltou para Brasília, em 2013.

Atualmente, a cidade tem oito clubes e cerca de 150 praticantes. O número de canoas também aumentou. São mais de 20 embarcações individuais, 16 destinadas a seis pessoas, duas para quarteto e uma para trio. “O cenário brasiliense está em crescimento. Nos últimos dois anos, o número de clubes cresceu muito e isso facilitou o acesso ao esporte”, completa.

Nova confederação

A modalidade va’a de canoagem ganhou a própria confederação este ano. Em 2016, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCA) decidiu emancipar a modalidade va’a, ou seja, deixou de representar a categoria. Dessa forma, a Confederação Brasileira de Va’a (CBVA’A) foi criada e rege o esporte atualmente.

Espírito de união

A canoa va’a para seis remadores mede de 12m a 14m de comprimento, com 50cm de largura e pesa entre 150kg e 200kg. Ela é caracterizada por um “braço exterior” lateral, chamado de ama, que dá maior estabilidade. Cada remador tem um papel específico. O primeiro e o segundo ditam o ritmo das remadas. O terceiro e o quarto funcionam como os “motores”. O quinto dá suporte para o sexto integrante, o capitão da equipe, que tem a função de dirigir a canoa.

Minervino Junior/CB/D.A Press

Categorias em que o Brasil vai participar

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