Vôlei

SUPERLIGA FEMININA

Em jogo disputado ponto a ponto, Bernardinho, do Rio, supera o pupilo Anderson, do Brasília

Em casa, brasilienses desperdiçaram vários set points na derrota por 3 sets a 0

postado em 24/02/2017 23:57 / atualizado em 25/02/2017 00:37

Brasília Vôlei/Divulgação


Na véspera do carnaval (24/2), o esquenta para a folia brasiliense contou com casa lotada no Ginásio Sesi Taguatinga, com capacidade para 1.200 torcedores. Não era por menos. O Brasília Vôlei, do técnico e ex-jogador campeão olímpico Anderson Rodrigues, recebeu o Rio de Janeiro, de Bernardinho, dono de seis medalhas olímpicas como treinador – em uma delas, em Atenas-2004, o agora comandante da equipe brasiliense era jogador; na outra, no Rio-2016, ele fazia parte da comissão técnica. Após um jogo cauteloso dos dois lados, o mestre levou a melhor novamente na segunda vez que se enfrentam pela Superliga feminina. A equipe carioca venceu por 3 sets a 0, com parciais de 25/20, 27/25 e 31/29.
 
Foi um confronto entre estudiosos do banco de reservas. Como um bom pupilo, Anderson surpreendeu com uma mudança de posições do elenco em quadra: a oposta Andreia assumia a função de origem dela – central – quando Roberta subia para a rede. "Chega nessa altura da Superliga, os times têm de se reinventar para tentar surpreender o adversário", explica a capitã Paula Pequeno.  Com uma formação um pouco diferente, o Brasília Vôlei começou impondo uma disputa parelha, porém deixou escapar quatro pontos seguidos. O problema é que o adversário não é o líder isolado à toa. Experiente, o Rio de Janeiro aproveitou a vantagem e fechou a primeira parcial por 25 x 20.
 
O Brasília Vôlei voltou para o segundo set mais cauteloso. A disputa foi ponto a ponto até o fim e os ralis mais volumosos. Uma aula de vôlei. O momento de maior silêncio no ginásio se deu pela aparente lesão na mão da levantadora Macris. Mas poucos minutos depois ela sinalizou estar bem e seguiu na partida. Com o apoio da torcida, as donas da casa chegaram a vantagem de 24 x 22 no placar e ainda tiveram cinco set points para empatar o jogo. Ainda assim, desperdiçaram a oportunidade. Do outro lado, as cariocas foram decisivas: 27 x 25.
 
O jeito dos dois treinadores, à beira da quadra, foi contido na maior parte do jogo. Vez ou outra, Bernardinho esbravejou e descontou a fúria nos óculos – como já repetiu inúmeras vezes quando comandava a Seleção Brasileira, cargo que deixou em janeiro. Do outro lado, Anderson também se controlou mais do que o de costume. Lembrou o mestre nos casos raros em que esmagou a bola após lamentar pontos decisivos perdidos por sua equipe. Tanto auto-controle dos dois lados, porém, não foi repercutido nas arquibancadas.
 
O terceiro set parecia uma prova de nervos. A disputa precisou de incríveis 31 pontos para ser encerrada. Da torcida, os gritos de "calma, Bernardinho" quebravam a tensão. O tradicional  "eu acredito", quando a partida ainda estava indefinida, também ecoou pelo ginásio nas quatro chances que o Brasília teve de fechar a parcial. Porém, a história se repetiu e a vitória ficou com o Rio de Janeiro, que chega a 53 pontos e figura na liderança isolada, com 18 vitórias em 19 jogos. Já o Brasília Vôlei permanece com 32 pontos, na sexta colocação, com 11 vitórias e oito derrotas.

"Sabemos da superioridade do Rio, que é o líder do campeonato. Não é tarefa fácil enfrentá-lo. Ao mesmo tempo, encaramos de igual para igual. É o melhor parâmetro que podemos ter e acho que estamos no caminho certo. Derrota nunca é bom, mas tem algumas mais fáceis de engolir", avaliou Paula Pequeno, após o jogo. O próximo compromisso das candangas é contra o Valinhos, fora de casa, na sexta-feira (3/3). No dia seguinte, o Rio de Janeiro receberá o Osasco, num dos maiores clássicos do vôlei nacional feminina, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca.