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Corinthians vive tempos difícieis com estádio próprio

Além de o custo de manutenção ser milionário, as receitas de bilheteria são destinadas à quitação da dívida da obra

postado em 19/11/2014 11:21 / atualizado em 19/11/2014 10:26

Rodrigo Antonelli /Correio Braziliense

Ben Stansall/AFP-18/6/2014
Enquanto o maior rival está na expectativa dos ganhos financeiros com a inauguração do repaginado Palestra Itália, o Corinthians vive apenas o início de tempos complicados com o Itaquerão. Um problema exclusivo da casa corintiana, entre os times que jogam em novas arenas, é o custo de manutenção. O alvinegro terá de arcar com todas as despesas, e os valores são altos por se tratar de um estádio moderno. Já Palmeiras, Grêmio, Inter, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Cruzeiro e Atlético-MG estão isentos dessa conta, uma garantia prevista nos acordos com as construtoras.

A diretoria do Timão calcula que pelo menos R$ 35 milhões serão gastos anualmente para manter a arena. Estima-se que as despesas de manutenção com estádios mais antigos, como o Morumbi, Vila Belmiro e São Januário, não passem de metade desse valor.

Além disso, o Corinthians não vai ver tão cedo a cor do dinheiro conquistado com bilheteria. Apesar de normalmente ter casa cheia, está com toda a receita obtida com a venda de ingressos alocada em um fundo imobiliário para ser utilizada na quitação da dívida de R$ 1 bilhão que o clube contraiu na construção do estádio. A primeira parcela, de R$ 100 milhões, vence em junho. O alvinegro tem 12 anos para pagar toda a dívida. Nesse período, parte da renda será, necessariamente, destinada ao pagamento do montante, mas a porcentagem reservada para isso deve diminuir com o passar dos anos.

Por isso, o clube corre para tentar achar uma empresa interessada em batizar o estádio e, assim, lucrar com a venda dos naming rights. A diretoria, porém, tem encontrado problemas nas negociações, principalmente porque os empreendimentos consideram difícil que um novo nome consiga substituir o já famoso “Itaquerão”.

O Inter é outro que vive situação semelhante. Como a construtora Andrade Gutierrez reformou o estádio para ser sede da Copa do Mundo sem cobrar nada do clube, ela terá o direito de explorar partes da arena por 20 anos, tirando um dinheiro que poderia ir para os cofres colorados. As rendas obtidas com camarotes, lojas, garagens, cadeiras VIPs, publicidade estática e shows ficam todas com o clube.