Agentes Fifa e ex-sócios de Ricardo Teixeira surgem na lista do Swissleaks

Dos 8.667 brasileiros que aparecem na lista de clientes do banco HSBC na Suíça, na investigação conhecida como Swissleaks, ao menos cinco estão ligados ao futebol. Três deles são agentes de jogadores: Reinaldo Pitta, Eduardo Uram e Richard Alda. Outros dois, empresários ligados ao ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e ex-sócios do cartola: Renato Tiraboschi e Octavio Koeler.

O quinteto menteve contas numeradas no banco, segundo informações do Uol e de O Globo. Ao jornal carioca, todos negaram qualquer irregularidade em suas movimentações financeiras.

Reinaldo Pitta tornou-se conhecido na década de 1990, como o primeiro empresário do ex-atacante Ronaldo, cujo passe lhe custou US$ 7,5 mil quando o futuro melhor do mundo estava no São Cristóvão-RJ. Atualmente, Pitta agencia Emerson Sheik, do Corinthians, e Paulo Victor, do Flamengo.

O nome de Pitta aparece nas planilhas do HSBC devido a uma conta aberta e fechada no mesmo dia, 20 de julho de 2000. O agente chegou a ser preso duas vezes, em 2003 e em 2005, e investigado na CPI do Futebol, em 1999. As acusações contra ele, no entanto, foram arquivadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no início deste mês.

Eduardo Uram segue como empresário influente e agencia o lateral Léo Moura, que recentemente trocou o Flamengo pelo Fort Lauderdale Strikers, dos EUA. Sua conta no HSBC eram compartilhada com outras três pessoas de mesmo sobrenome. Foi aberta em 14 de junho de 1989 e tinha US$ 343 mil no ano fiscal 2006/2007.

Richard Alda, responsável pela transferência do lateral Marcelo do Fluminense para o Real Madrid, teve conta no banco suíço entre 1995 e maio de 2005.

Os empresários Renato Tiraboschi e Octavio Koeler eram sócios de Ricardo Teixeira e estiveram envolvidos no relatório da CPI do Futebol, no início do século. Tiraboschi e Koeler mantinham uma conta conjunta no HSBC associada à empresa Geriba ZKR, aberta em maio de 1989 e fechada em junho de 1991.

Entenda o caso

De acordo com a legislação brasileira, manter contas bancárias no exterior não é crime. Crime é possuir as contas e não declará-las à Receita Federal - o que configuraria evasão de divisas. Várias personalidades do esporte tiveram seus nomes ligados ao escândalo do Swissleaks, como os pilotos Michael Schumacher e Fernando Alonso, o atacante uruguaio Diego Forlán e o tenista russo Marat Safin.

Segundo as informações, baseadas em arquivos bancários retirados do HSBC Suíça pelo ex-funcionário Hervé Falciani, quase US$ 180 bilhões teriam transitado por contas do HSBC em Genebra, na Suíça para fraudar o fisco ou lavar dinheiro sujo.

Analisados por 154 repórteres de 47 países, os dados correspondem ao período que vai de 1988 a 2007. Várias personalidades políticas, do mundo do entretenimento, do esporte e dos negócios têm sido citadas pela imprensa internacional desde o início do ano.