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Alemanha usa auxílio de universitários para estudar os rivais da Copa do Mundo

Rodrigo Antonelli

Publicação:

22/04/2014 11:35

A vitória por 4 x 1 contra a Inglaterra, nas oitavas de final da Copa de 2010, escancarou ao mundo uma das principais estratégias da Alemanha para vencer os rivais: relatórios completos sobre o adversário elaborados por estudantes da Escola Superior de Esportes de Colônia. Ao fim do jogo, o técnico Joachim Löw agradeceu os envolvidos no projeto e creditou boa parte do sucesso do time naquele dia ao dossiê.

Quase quatro anos depois, o grupo de 45 universitários comandado pelo professor Stephan Nopp tem mais ferramentas e experiência para dissecar os possíveis rivais da seleção alemã na Copa e promete um trabalho ainda mais detalhado para tentar levar a equipe ao tetracampeonato mundial. “Geramos vídeos a partir de relatórios de mais de 200 páginas para a Federação Alemã de Futebol, detalhando comportamentos táticos das outras seleções e mapeando o desempenho individual de alguns atletas”, conta Nopp, em entrevista ao Correio.

Não à toa, o lema da Alemanha para a Copa é “preparados como nunca”. Depois de dois terceiros lugares (em 2010 e 2006) e um vice (em 2002) nos últimos três mundiais, o povo alemão crê que está na hora de voltar a levantar a taça. “A população está confiante nesse time, que vem se mostrando forte nos últimos anos. Essa é uma preparação fundamental, porque algumas estratégias podem ser baseadas em conhecimentos sobre adversários e estatísticas”, acredita.

Perguntado sobre as análises que o grupo tem feito sobre a Seleção Brasileira — adversária da Alemanha nas semifinais, caso as duas passem em primeiro nos seus grupos e cheguem até lá —, Nopp preferiu se esquivar, mas confessou que está focado em Neymar. “É um trabalho para identificar a movimentação do jogador, o lado de preferências nas batidas de pênaltis e outras coisas”, resumiu.

Previsíveis
Segundo os pesquisadores da Alemanha, a Inglaterra jogou exatamente como eles previam, o que facilitou o trabalho da seleção alemã. “Um exemplo claro foi que, nos estudos, percebemos que eles tinham problema para se defender de lançamentos longos. Usamos isso e vencemos. O primeiro gol do jogo saiu de um lançamento direto do goleiro para o atacante”, lembra Stephan Nopp.

Como funciona

» Os 45 estudantes assistem aos jogos dos adversários e, com a ajuda de um software, identificam padrões de movimentos em cada equipe ou jogador. Esses dados são transformados em vídeos explicativos e em relatórios que podem ter até 100 páginas.

» Antes de ser enviado à Federação Alemã de Futebol (DFB), o material é analisado para selecionar os pontos mais importantes. Depois, uma equipe especializada da DFB faz uma nova triagem, diminuindo ainda mais o conteúdo, para só depois enviar à Seleção.

» O conteúdo final só chega às mãos do técnico Joachim Löw poucos dias antes do jogo. Sua comissão técnica recebe os documentos um pouco antes e faz estudo prévio. Por último, entrega ao treinador, que depois de ver os documentos decide sua estratégia e instruí os jogadores.

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