Futebol Nacional

FUTEBOL MINEIRO

BH é a bola da vez

Títulos da Libertadores e do Brasileiro colocam a capital mineira em evidência no Brasil e atleticanos e cruzeirenses comemoram o ótimo momento

postado em 17/11/2013 09:14

(Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Exagero nenhum dizer que Belo Horizonte, atualmente, é a capital do futebol sul-americano. O sucesso, que se iniciou com a conquista inédita da Libertadores, em julho, pelo Atlético diante do paraguaio Olimpia no Mineirão, foi confirmado e fortalecido com o tricampeonato brasileiro do Cruzeiro, sacramentado com quatro rodadas de antecipação na quarta-feira, quando a Raposa venceu o Vitória, no Barradão, por 3 a 1. De quebra, os rivais mineiros puseram fim à hegemonia do eixo Rio-São Paulo, um feito considerado histórico. Afinal, nunca Galo e Raposa estiveram em tanta evidência por ter conquistado duas das mais importantes competições do continente no mesmo ano.

As duas conquistas tornam-se ainda mais valorosas levando-se em consideração o número de representantes do eixo: oito clubes (quatro do Rio e quatro de São Paulo). Há 10 anos, a hegemonia de cariocas e paulistas não era quebrada no Nacional. Em 2003, o Cruzeiro foi soberano. Conquistou os títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro (além do Mineiro, invicto). Desde então, os paulistas, especialmente, foram destaque no continente. Apenas em 2006, um clube de outro estado teve notoriedade. O gaúcho Internacional levantou a taça da Copa Libertadores e, no fim do ano, a do Mundial de Clubes.

Ainda para fechar a temporada, o Galo disputará o Mundial, em dezembro, no Marrocos. O alvinegro, aliás, vive o mais importante momento de sua história. Nos últimos 10 anos, o Atlético foi do caos à consagração. Depois do rebaixamento à Série B em 2005 e de algumas lutas contra o rebaixamento, seis anos depois o panorama mudou de forma meteórica. Regido pelo maestro Ronaldinho Gaúcho, contratação mais badalada do Brasil em 2012, por muito pouco não foi campeão brasileiro naquele ano. Terminou em segundo, credenciado para a Libertadores, vencida em 2013.

O casal Leonardo César e Raquel Santiago, ambos de 34 anos, dá o exemplo e, mesmo em lados opostos, comemora o momento mágico vivido pelo futebol mineiro. Leonardo é atleticano e Raquel, cruzeirense. Eles dispensam qualquer tipo de rivalidade e falam com orgulho dos feitos conquistados por Galo e Raposa. “Para Minas foi maravilhoso. Principalmente porque só se falava em cariocas e paulistas. Sinto que o país está se rendendo ao futebol de nosso estado e Minas precisava disso”, opinou a jornalista, filha e irmã de cruzeirenses. “Lá em casa, minha mãe e minhas três irmãs são cruzeirenses, só minha sobrinha de 9 anos, a Isadora, que é vira-folha, tende a ser atleticana por causa da conquista da Libertadores”, contou aos risos.

INCENTIVO E é justamente a conquista do título continental que, para Leonardo, impulsionou a campanha incontestável do Cruzeiro no Brasileiro. “Antes, o Cruzeiro vivia em estado de acomodação porque era hegemônico no estado. Sabia que dominava, que o Atlético não tinha estrutura e não era competitivo. A partir do momento em que o Galo se reestruturou e tornou-se forte e competitivo, o Cruzeiro se viu na obrigação de voltar a ser a máquina que era. E isso é muito bom. A rivalidade sempre fez muito bem para os clubes do Rio e de São Paulo. Acredito que eles sempre dominaram o país por causa dela”, justificou o professor, que vem de uma família inteira de alvinegros.

Para o casal, o que faltava aos mineiros era mais profissionalismo. “Sou cruzeirense. Então para mim, o que importa é o Cruzeiro, o time, não quero saber de atacar o atleticano”, afirmou Raquel. “Aqui, um queria ver a caveira do outro. Acho que os dois títulos foram importantes para renovar a torcida. Todos estão agora com a paixão renovada e fortalecida”, opinou Leonardo.

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