Cruzeiro

MISSÃO IMPOSSÍVEL

Campeões da Supercopa 91 relembram título após vitória obrigatória por 3 a 0

Jogadores do elenco atual também precisam de "milagre" para serem campeões mineiros

postado em 13/05/2013 17:51 / atualizado em 13/05/2013 19:05

Paulo de Deus/EM - 20/11/1991

O Cruzeiro tem uma missão praticamente impossível para o próximo domingo: vencer o forte time do Atlético por três gols de diferença para conquistar o título mineiro de 2013. Em 1991, o clube viveu uma situação similar e conseguiu a façanha, ao derrotar o River Plate por 3 a 0, no Mineirão, na decisão da Supercopa, extinto torneio que reunia somente os campeões da Libertadores.

O Superesportes ouviu alguns dos heróis daquela época, que relembraram o feito histórico e falaram sobre a difícil situação do time atual.

Charles: o treinador fez a diferença


O atacante Charles não marcou gol na decisão contra o River, mas teve atuação tão destacada que foi comprado por Maradona por US$ 1,25 milhão após a final. O craque argentino colocou o atacante no Boca Juniors. Foi a maior venda de um jogador no futebol brasileiro até então. Para o ex-atleta, a presença do treinador Ênio Andrade durante a semana decisiva foi crucial para o título sobre o River.

”O que mais me marcou naquela decisão foi o Ênio Andrade, que acreditou o tempo inteiro. Durante toda a semana, ele conversou com cada um dos jogadores, falou em marcar época, fazer história, mostrou que tínhamos que acreditar, só nós poderíamos reverter a situação. Foram oito dias de concentração total, um jogador incentivando o outro, querendo mostrar a vontade de vencer”, relembra Charles.

”Os jogadores atuais também têm uma tarefa difícil. O time do Atlético é o melhor da América atualmente. Se o Cruzeiro conseguir reverter o resultado, será histórico. No futebol tudo é possível. O Cruzeiro era o único clube do Brasil invicto até esse domingo, não pode perder a confiança, tem que acreditar”, completou.

Mário Tilico: torcida foi combustível


O atacante Mário Tilico marcou dois gols na final contra o River (o outro foi marcado pelo volante Ademir) e virou herói do título. Para ele, o apoio incondicional dos 67.279 pagantes foi o grande combustível para a vitória por 3 a 0.
Paulo de Deus/EM - 20/11/1991


”Foram 70 mil torcedores nos apoiando do início ao fim, isso intimidou o time do River e nos deu moral. A cada bola dividida, a cada lance de perigo, nossa torcida se inflamava mais. Claro que num clássico isso é diferente, pois haverá uma parcela de atleticanos no estádio no próximo domingo”, avalia Tilico. Para ele, a maturidade do grupo também foi fundamental na vitória de 91.

”Tínhamos um elenco experiente, acostumado a decisões e o grupo era como uma família, nós conversávamos entre a gente para conseguirmos a vitória. Só conseguimos reverter a situação porque nós, atletas, entramos determinados e cientes de que era possível reverter. O River era um grande time, como é o Atlético hoje, mas acreditamos em nós mesmos e entramos para a história do clube”.

Boiadeiro: auto-estima e confiança


O meia Marco Antônio Boiadeiro ressalta que a auto-estima e a confiança do grupo foram determinantes para a vitória histórica sobre o River.

”Nessa hora, mais do que esperança, tem que ter confiança. Tudo pode acontecer no futebol. Tem que treinar sabendo que não está perdido, você pode reverter qualquer situação. Aquela final contra o River foi assim. Eu já perdi jogo faltando 30 segundos para acabar, já ganhei partida em que o time não fez nada em 90 minutos e depois fez em três. O importante é ter pegada e preparo físico e psicológico. O resto é o dom que Deus nos deu, que é jogar bola”.

Como torcedor celeste, o ex-jogador mandou um recado para os atletas do elenco atual do Cruzeiro. “Você pode perder o campeonato, mas não pode perder o clássico. Tem que lutar até o fim. O Atlético é um grande time e vai jogar esperando o contra-ataque, mas o Cruzeiro tem que ser firme e brigar até o fim, dar a vida nos 90 minutos”.

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