Todo grande time começa por um bom goleiro. A frase pode parecer clichê, mas se encaixa perfeitamente nos esquadrões formados pelo Cruzeiro em 97 anos de história. Nas décadas de 1960 e 1970, Raul foi o guardião da meta celeste nas conquistas de Taça Brasil e Copa Libertadores. Nos anos de 1990, Paulo César Borges e Dida se tornaram ídolos, ajudando o clube a enriquecer a sala de troféus com Copas do Brasil (1993 e 1996), Supercopas (1991 e 1992) e o bicampeonato da Libertadores. A camisa 1 cruzeirense também foi vestida por André e Gomes, nomes importantes na Copa do Brasil (2000) e na Tríplice Coroa (2003). Depois de ser reserva na primeira passagem, em 2000, Fábio regressou à Toca em 2005. Para não sair mais. São 756 partidas até aqui e nove títulos oficiais: Campeonato Mineiro (2006, 2008, 2009, 2011 e 2014), Campeonato Brasileiro (2013 e 2014) e Copa do Brasil (2000 e 2017).
Desde a reestreia em 2005 – vitória por 2 a 0 sobre o Democrata de Sete Lagoas, no Mineirão, em 29 de janeiro, pela primeira rodada do Campeonato Mineiro –, Fábio virou titular absoluto. Para contratar o camisa 1, o Cruzeiro repassou o atacante Alex Dias ao Vasco. Artur, que integrava o elenco da Tríplice Coroa (era reserva de Gomes), ficou como suplente por causa das atuações irregulares no Brasileiro de 2004.
Enquanto Fábio jogava quase sempre no Cruzeiro, a diretoria buscava alternativas no mercado para o banco. Em 2006, Lauro e Juninho foram adquiridos respectivamente a Ponte Preta e Vitória. O primeiro fez 10 partidas. O segundo nem sequer entrou em campo.
Em dezembro de 2007, Andrey foi contratado sem custos ao Steaua Bucareste, da Romênia. À época, o Cruzeiro temia perder Fábio para o futebol europeu. O Osasuna, da Espanha, estava interessado no goleiro, porém o vínculo acabou prorrogado por mais dois anos (até o fim de 2009). A partir daí, o clube celeste foi estendendo a ligação com o ídolo.
Jean – 2018
Paralelamente à hegemonia de Fábio, surgiu Rafael. Campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2007, o prata da casa integrou, dois anos depois, a Seleção Brasileira Sub-20 vice-campeã mundial. Sua ascensão ao elenco profissional da Raposa ocorreu em 2008. A estreia foi num amistoso com o América, no Independência, no qual o Cruzeiro ganhou por 2 a 1.
Até 2009, Rafael era terceiro goleiro. A partir de 2010, virou reserva imediato. E se consolidou de vez com a chegada do preparador de goleiros Robertinho, há quase oito anos. O profissional contratado ao Flamengo sob a indicação do técnico Cuca entendeu que o melhor caminho era investir nos jovens talentos formados na Toca da Raposa I em vez de gastar dinheiro com aquisições.
Por vezes, Rafael recebeu propostas para deixar o Cruzeiro, mas resolveu permanecer. E mesmo sendo ‘sombra’ de Fábio, entrou em campo em momentos importantes. Como na vitória por 6 a 1 sobre o Atlético, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2011, quando o time escapou do rebaixamento no histórico clássico de 4 de dezembro, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. O camisa 12 ainda ganhou sequência de jogos entre agosto de 2016 e maio de 2017, pois o titular ficou em tratamento de lesão no ligamento cruzado do joelho direito durante oito meses. Nesse intervalo, a direção chegou a cogitar a contratação de um atleta da posição, porém Robertinho recomendou priorizar as opções da casa.
Goleiros de outros clubes
Parceria Fábio-Rafael
Conforme já citado, Fábio contabiliza 756 jogos pelo Cruzeiro. É o recordista de sempre no clube e tem contrato assinado até dezembro de 2019. Rafael está longe dessa marca. Mas, por ser reserva, tem números importantes. No jogo contra o Tupi neste domingo, às 11h, no Mineirão, o suplente completará 99 partidas. E se voltar a jogar posteriormente, será o 16º goleiro em todos os tempos a atingir 100 jogos vestindo a camisa azul. O camisa 12 tem vínculo com a Raposa até dezembro de 2021.
Desde que foi contratado em 2005, Fábio jogou 755 das 877 partidas realizadas pelo Cruzeiro no intervalo de 13 anos e dois meses (86% de assiduidade). Rafael atuou em 98 oportunidades. Em seguida vêm Lauro (10), Andrey (8), Gatti (6), Lucas França (4), Artur (4) e Elisson (3). Em 10 ocasiões, o time utilizou dois goleiros no mesmo jogo. Em uma, três atletas da posição foram acionados.
Desde que foi contratado em 2005, Fábio jogou 755 das 877 partidas realizadas pelo Cruzeiro no intervalo de 13 anos e dois meses (86% de assiduidade). Rafael atuou em 98 oportunidades. Em seguida vêm Lauro (10), Andrey (8), Gatti (6), Lucas França (4), Artur (4) e Elisson (3). Em 10 ocasiões, o time utilizou dois goleiros no mesmo jogo. Em uma, três atletas da posição foram acionados.
Base promissora
A escola atual de goleiros do Cruzeiro não se resume a Fábio Rafael. O terceiro da posição, Lucas França, é tido como sucessor. No grupo ainda há Vitor Eudes, de 19 anos, natural de Belo Horizonte. Esses dois últimos medem, respectivamente, 1,94m e 1,95m. São os atletas de maior estatura no elenco.
No elenco sub-20 há Gabriel Brazão, que representou a Seleção Brasileira Sub-17 no Mundial da categoria, em 2017. Ou seja, se depender da geração sucessora de Fábio, o Cruzeiro continuará por muitos anos sem contratar goleiros.
No elenco sub-20 há Gabriel Brazão, que representou a Seleção Brasileira Sub-17 no Mundial da categoria, em 2017. Ou seja, se depender da geração sucessora de Fábio, o Cruzeiro continuará por muitos anos sem contratar goleiros.
Goleiros de outros clubes
Enquanto o Cruzeiro está há mais de 10 anos sem contratar um goleiro, outros clubes do futebol brasileiro recorreram ao mercado em várias oportunidades para fortalecer a relação de atletas da posição em seus elencos. No levantamento feito pelo Superesportes com base no banco de dados do site Ogol.com.br, o leitor confere a lista dos goleiros que, desde 2008, reforçaram os grupos profissionais de equipes que disputarão a Série A em 2018.
Atlético
Lauro – 2016
Lee – 2013
Victor – 2012
Giovanni – 2011
Fábio Costa – 2010
Marcelo – 2010
Carini – 2009
Aranha – 2009
Juninho – 2008
América
João Ricardo – 2014
Fernando Leal – 2014
Darley – 2014
Igor Rayan – 2014
Marcelo Moretto – 2013
Neneca – 2011
França – 2010
Gléguer – 2010
Edmar – 2009
Flávio – 2008
Alencar – 2008
Corinthians
Douglas Friedrich – 2016
Walter – 2013
Cássio – 2012
Renan – 2011
Bobadilla – 2010Palmeiras
Fernando Prass – 2013
Jailson – 2014
Aranha – 2015
Vagner – 2016
Weverton – 2018
São Paulo
Jean – 2018
Sidão – 2017
Renan Ribeiro – 2013
Dênis – 2009
Santos
Vanderlei – 2015
Aranha – 2011
Douglas – 2008
Flamengo
Júlio César – 2018
Diego Alves – 2017
Muralha – 2016
Felipe – 2011
Vinícius – 2010
Vasco
Martín Silva – 2014
Rafael Copetti – 2014
Michel Alves – 2013
Diogo Silva – 2011
Fernando Prass - 2009
Alessandro – 2009
Tiago – 2008
Rafael – 2008
Ricardo – 2008
Fluminense
De Amores – 2018
Rodolfo – 2018
Júlio César – 2014
Felipe Garcia – 2013
Diego Cavalieri – 2011
Rafael – 2009
Botafogo
Gatito Fernández – 2017
Sidão – 2016
Helton Leite – 2014
Jefferson – 2009
Castillo – 2008
Flávio – 2008
Grêmio
Paulo Victor – 2017
Douglas Friedrich – 2016
Bruno Grassi – 2015
Dida – 2013
Victor – 2008
Internacional
Marcelo Lomba – 2016
Danilo Fernandes – 2016
Dida – 2014
Abbondanzieri – 2010
Michel Alves – 2009
Ricardo – 2008
Lauro – 2008
Atlético-PR
Felipe Alves – 2018
Leo Vieira – 2017
Weverton – 2012
Rodolfo – 2011
Márcio – 2011
Edson – 2010
Galatto – 2008
Paraná
Luis Carlos – 2018
Thiago Rodrigues – 2018
Richard – 2017
Leo Vieira – 2017
Douglas Baldini – 2017
Felipe Alves – 2015
João Ricardo – 2014
Marcos – 2013
Luis Carlos – 2013
Zé Carlos – 2011
Juninho – 2010
Ney – 2009
Zé Carlos – 2009
Mauro – 2008
Bahia
Douglas Friedrich – 2018
Rafael Santos – 2017
Anderson – 2016
Muriel – 2016
Douglas Pires – 2013
Marcelo Lomba – 2011
Jair – 2011
Fernando Wellington – 2010
Renê – 2010
Marcelo – 2009
Darci – 2008
Fabiano Borges – 2008
Fernando Leal – 2008
Gessé – 2008
Vitória
Gatito Fernández – 2014
Fernando Miguel – 2013
Wilson – 2013
Douglas Dias – 2011
Deola – 2012
Fernando Leal – 2011
Felipe Alves – 2011
Renan Rocha – 2010
Vinicius – 2010
Gléguer – 2008
Viáfara – 2008
Chapecoense
Ivan – 2018
Elias – 2017
Jandrei – 2017
Artur Moraes – 2017
Marcelo Boeck – 2016
Follmann – 2016
João Paulo – 2015
Sílvio – 2014
Lauro – 2014
Danilo – 2013
Vanderlei – 2012
Rodolpho – 2011
Alencar Baú – 2011
Marcelo Rangel – 2010
Sport
Agenor – 2016
Danilo Fernandes – 2016
Luiz Carlos – 2015
Matheus Cavichioli – 2012
Rodrigo Calaça – 2011
Gustavo Nascimento – 2010
Ceará
Renan – 2018
Fernando Henrique – 2017
Lauro – 2016
Douglas Dias – 2016
Tadeu – 2016
Everson – 2015
Luis Carlos – 2014
Jailson – 2013
Tiago – 2012
Luis Cetin – 2012
Dionatan – 2011
Fernando Henrique – 2011
Diego – 2010
Eduardo – 2010
Michel Alves – 2010
André Sangalli – 2010
França – 2010
Lopes – 2009
Marcelo Bonan – 2008
Gustavo – 2008
Lista de goleiros que mais jogaram pelo Cruzeiro:
1 – Fábio (2000; 2005/presente) – 756 jogos
2 – Raul – (1966/1978) – 557 jogos
3 – Geraldo II (1934/1955) – 388 jogos
4 – Dida (1994/1998) – 306 jogos
5 – Geraldo I (1927/1945) – 276 jogos
6 – Paulo César Borges (1989/1998) – 264 jogos
7 – Luiz Antônio (1978/1986) – 241 jogos
8 – Hélio (1971/1978) – 207 jogos
9 – Vítor (1971/1984) – 183 jogos
10 – Gomes I (1982/88) - 180 jogos
11 – Genivaldo (1956/1961) – 131 jogos
12 – Mussula (1955/1963) – 126 jogos
13 – André (1999/2003) – 123 jogos
14 – Rossi (1956/1961) – 122 jogos
15 – Gomes II (2002/2004) – 110 jogos
16 – Rafael (2008/presente) – 98 jogos
16 – Rafael (2008/presente) – 98 jogos
17 – Tonho (1962/1970) – 88 jogos
18 – Jefferson (2000/2002) – 81 jogos
19 – Wellington (1986/1989) – 80 jogos
20 – Fábio (1963/1966) – 78 jogos