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Com jejum de atacantes, Cruzeiro amarga sua segunda pior média de gols em início de fase de grupos da Copa Libertadores

Time celeste passou em branco em dois dos três jogos do Grupo 5

postado em 20/04/2018 07:30 / atualizado em 20/04/2018 17:04

Vinnicius Silva/Cruzeiro/Divulgação
Os maus resultados do Cruzeiro no Grupo 5 da Copa Libertadores podem ser explicados pela baixa média de gols da equipe na competição. Nas três primeiras rodadas, o time só balançou a rede na derrota por 4 a 2 para o Racing, no El Cilindro, em Avellaneda (ARG), dia 27 de fevereiro. Os responsáveis foram os meias Arrascaeta e Robinho. Nos jogos contra Vasco, no Mineirão (4 de abril), e Universidad de Chile, no Estádio Nacional de Santiago (19 de abril), a Raposa não saiu do zero. Os resultados deixaram o time em terceiro lugar da chave, com apenas dois pontos.

Não é por falta de tentativas de seus jogadores que a equipe enfrenta dificuldades no torneio. Segundo o Footstats, o Cruzeiro é líder do Grupo 5 no quesito finalizações, com 37 conclusões (14 certas e 23 fora do alvo). Depois vêm Racing (35), Vasco (30) e Universidad de Chile (25). Entretanto, ao verificar quais atletas arriscaram chutes, logo se percebe que Thiago Neves, Arrascaeta e Robinho – todos eles meio-campistas – registraram mais participações no fundamento.

Com a 'seca' dos atacantes, a Raposa só não tem média inferior à de 1997, quando marcou um gol na derrota para o Grêmio por 2 a 1, no Mineirão, e passou em branco nos reveses diante de Alianza Lima e Sporting Cristal, ambos por 1 a 0, no Peru. Naquela edição, o Cruzeiro se recuperou no reencontro com os adversários, venceu os três duelos seguintes e arrancou rumo ao título no mata-mata. A diferença é que o time de Paulo Autuori, classificado na segunda posição com nove pontos, poderia avançar até em terceiro lugar. Desde 2000, apenas primeiro e segundo colocados passam para as oitavas de final.

Na edição de 2015, o Cruzeiro também contabilizou dois gols nos três primeiros jogos, porém somava cinco pontos na terceira rodada e aparecia na liderança do Grupo 3.

Em 1967 e 1976, o time celeste estabeleceu seu recorde de 10 gols nas três rodadas iniciais da fase de grupos. Já em 2011 foram nove tentos assinalados.

Gols do Cruzeiro nas três primeiras rodadas da fase de grupos da Libertadores

1967 – 10 gols
1975 – 5 gols
1976 – 10 gols
1994 – 3 gols
1997 – 1 gol
2001 – 7 gols
2004 – 7 gols
2008 – 6 gols
2009 – 5 gols
2010 – 6 gols
2011 – 9 gols
2014 – 6 gols
2015 – 2 gols
2018 – 2 gols

* Em 1977, o Cruzeiro disputou a Libertadores a partir da semifinal em formato triangular. Em 1998, iniciou a disputa nas oitavas de final. Em 2008 e 2010, a equipe participou da fase preliminar da competição continental antes de ingressar nos grupos.

Jejum dos atacantes 

O último jogador de ataque do Cruzeiro a fazer gol foi Raniel. Em 17 de março, o camisa 17 anotou os dois tentos na vitória por 2 a 0 sobre o Patrocinense, no Mineirão, pelas quartas de final do Campeonato Mineiro. Depois disso, os seis gols cruzeirenses saíram dos pés dos meias Thiago Neves (3) e Arrascaeta (2) e do volante Ariel Cabral (1).

Na Copa Libertadores, Mano Menezes chegou a utilizar Fred, que jogou somente cinco minutos contra o Racing e foi substituído após sofrer uma contratura muscular na panturrilha direita. Quando se recuperou e regressou aos gramados, em partida ante o Tupi pela semifinal do Mineiro (vitória por 2 a 1), o camisa 9 machucou gravemente o ligamento cruzado anterior do joelho direito e precisou ser submetido a uma cirurgia. Sua recuperação completa está prevista para outubro.

Ramon Lisboa/EM D.A Press

David, adquirido a peso de ouro ao Vitória – R$ 10 milhões por 70% dos direitos econômicos –, nem sequer estreou na temporada por ter passado os últimos meses em tratamento de lesão muscular na coxa direita. Diante da La U, ele foi cortado do banco de reservas por opção da comissão técnica.

Rafael Sobis atuou por 85 minutos perante o Racing e deu assistências para Arrascaeta e Rafinha chutarem bolas na trave e no travessão. Sassá, por sua vez, desperdiçou boas chances nos empates com Vasco e Universidad de Chile.

Raniel ainda não jogou a Libertadores por estar em processo de recuperação de incômodo muscular na coxa direita. Já Rafael Marques tem treinado normalmente, mas é considerado a última opção no elenco e está em vias de ser emprestado ao Sport.

Números dos atacantes em 2018:

Fred: 9 jogos e 1 gol
Rafael Sobis: 13 jogos e 3 gols
Raniel: 10 jogos e 3 gols
Sassá: 6 jogos e nenhum gol
Rafael Marques: 3 jogos e 1 gol
David: nenhum jogo

Mano confia em recuperação

Mano Menezes não gostou de ser perguntado sobre uma possível eliminação inédita do Cruzeiro na fase de grupos da Copa Libertadores. De maneira convicta, ele garantiu que a equipe se recuperará na competição e já projetou o reencontro com a Universidad de Chile, às 19h15 da próxima quinta-feira, no Mineirão, pela quarta rodada da chave 5.

“Quando chegarmos ao fim das seis rodadas, vamos falar o que o Cruzeiro produziu na fase classificatória, o que é que é bom, o que é que é ruim e se atingiu os objetivos ou não. Mas lá na sexta rodada. Agora é a hora de falar desse jogo. Esse jogo era difícil, fora de casa, contra um adversário difícil de ser enfrentado. Acho que ninguém pode achar que não é difícil enfrentar a La U aqui. A equipe deu uma resposta boa. Não conseguiu vencer, porque não se consegue às vezes, mas teve quatro boas chances para fazer e vai ter na nossa casa na quinta-feira que vem. Os cruzeirenses sabem de qual lado eles têm de estar e as pessoas que eles têm de ouvir nesse momento. Depois vamos fazer nossas avaliações”.

Em 14 disputas de grupos no torneio sul-americano, o Cruzeiro foi primeiro colocado em 10 oportunidades e segundo em quatro. Veja, abaixo, a lista completa:

Desempenho do Cruzeiro na fase de grupos

1967 – 1º, com 15 pontos (7 vitórias e 1 empate)
1975 – 1º, com 7 pontos (3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas)
1976 – 1º, com 11 pontos (5 vitórias e 1 empate)
1994 – 2º, com 7 pontos (3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas)
1997 – 2º, com 9 pontos (3 vitórias e 3 derrotas)
2001 – 1º, com 16 pontos (5 vitórias e 1 empate)
2004 – 1º, com 13 pontos (4 vitórias, 1 empate e 1 derrota)
2008 – 1º, com 11 pontos (3 vitórias, 2 empates e 1 derrota)
2009 – 1º, com 13 pontos (4 vitórias, 1 empate e 1 derrota)
2010 – 2º, com 11 pontos (3 vitórias, 2 empates e 1 derrota)
2011 – 1º, com 16 pontos (5 vitórias e 1 empate)
2014 – 2º, com 10 pontos (3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas)
2015 – 1º, com 11 pontos (3 vitórias, 2 empates e 1 derrota)

* Em 1967, o grupo do Cruzeiro contava com cinco equipes
* Até 1994, cada vitória valia dois pontos. A partir de 1995, o triunfo passou a valer três pontos.
* Em 1977 e 1998, o Cruzeiro iniciou a Libertadores em semifinal (três equipes) e oitavas de final, respectivamente

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