Em alto nível no Cruzeiro, Dedé comemora retorno à Seleção e sonha em disputar Copa do Mundo em 2022: 'É um recomeço'

Às 11h desta sexta-feira, Tite, técnico da Seleção Brasileira, anunciou que Dedé era um dos 24 convocados para os amistosos contra Estados Unidos e El Salvador, nos dias 7 e 11 de setembro. No momento em que tomou conhecimento da notícia, o zagueiro estava em casa, acompanhado dos empresários Giuliano Aranda e Ubiraci Cardoso. À tarde, foi informado pela assessoria de comunicação do Cruzeiro de que concederia entrevista coletiva. E durante 22 minutos, falou sobre a felicidade em retornar à seleção depois de cinco anos, além de fazer planos para, quem sabe, jogar a Copa do Mundo do Catar, em 2022.

“Estava em casa, com meus empresários que vieram para ver o jogo e ficaram até hoje. Foi um momento especial para mim, diferente de todas as convocações, é claro. Vi muitos pedindo meu nome na seleção. A gente sempre fica com aquele: será? Graças a Deus deu certo. Estou curtindo muito esse momento”, disse Dedé, que relembrou ainda dos momentos difíceis no Cruzeiro. Ele sofreu lesões nos dois joelhos e teve a sequência bastante prejudicada entre outubro de 2014 e dezembro de 2017, com apenas 12 partidas disputadas nesse período.

“A gente para e pensa em tudo que se passou. Já falei inúmeras vezes aqui de tudo que eu senti. Até na pré-lista para a Copa do Mundo foi muito emocionante para mim. Hoje vi meu empresário emocionado, uma das únicas vezes que o vi olhar para mim com os olhos cheios de lágrimas. É uma vitória que a gente buscou e batalhou. Não apenas por estar na seleção, mas por voltar em alto nível. Temos muitas coisas para lembrar, pelos momentos difíceis. Não consigo parar de pensar na voz do Tite falando o meu nome na televisão”.

A convocação gerou muita festa na Toca da Raposa II. Em clima de muita descontração, os jogadores obrigaram Dedé a passar por um corredor polonês antes do treino desta sexta-feira. 



Ausência na Copa do Brasil?

Por causa da convocação, Dedé poderá desfalcar o Cruzeiro no primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, contra o Palmeiras. Até aqui, a partida está marcada pela Confederação Brasileira de Futebol para o dia 12 de setembro (quarta-feira), um dia depois do duelo contra El Salvador, em Washington (EUA). Em função disso, muitos cruzeirenses se mostraram temerosos com a provável ausência do zagueiro. Dedé se mostrou compreensivo com o pensamento do torcedor, mas afirmou que estar na Seleção é o auge para todo atleta profissional.

“Eu entendo o pensamento do torcedor, mas como o Samuel me falou: é o auge, é o lugar que todo torcedor quer estar, na Seleção. Fui convocado porque fiz o meu melhor no Cruzeiro. Não sei o que responder ao torcedor, só digo que estou feliz. Tenho certeza que eles estão felizes por mim também. Responder isso agora é difícil. Só lá na frente vamos saber”.

O vice-presidente de futebol, Itair Machado, prometeu montar uma operação de logística para conduzir Dedé dos Estados Unidos ao Brasil a tempo de ser aproveitado na partida de ida das semifinais da Copa do Brasil.

Copa aos 34 anos?

Pela Seleção Brasileira, Dedé disputou nove jogos. O último deles foi em 15 de outubro de 2013, contra Zâmbia, em amistoso na China. Nessa partida, o defensor marcou o segundo gol do Brasil na vitória por 2 a 0. Em 2014, ficou de fora da lista de Luiz Felipe Scolari e, depois, passou por várias lesões. Por tudo que enfrentou, pelas interrupções na carreira, Dedé vê a convocação em 2018 como um recomeço e sonha: por que não o Catar em 2022, quando terá 34 anos?

“Não me lembro bem da idade do Thiago Silva. 34? 33! Ele fez uma excelente Copa! A idade não interfere em nada. Depende é do jogador ter disciplina. Fiquei por três anos sem jogar, mas me cuidei muito bem, foquei no meu tratamento. Tive alguns detalhes no joelho que não ficaram do jeito que era, mas isso não impediu minha velocidade e meu impulso. Trabalho sempre para estar bem. Hoje ganhei uma esperança de batalhar por essa vaga", frisou o zagueiro.

“É difícil falar o que senti, mas pensei nisso. Depois de cinco anos, depois de um bom tempo, voltei à seleção. Não só por isso, mas por tudo que passei nesse tempo. Eu vou como novato. Foi tudo renovado, novo treinador, vou chegar lá, com minha humildade, como se fosse a primeira vez. Está sendo diferente essa convocação”, acrescentou.

Desde que assumiu a condição de titular do Cruzeiro, Dedé mostrou rendimento em alto nível. Nas jogadas aéreas, alia força e impulsão, graças à estatura elevada de 1,92m. Por baixo, usa a velocidade e o condicionamento físico para enfrentar atacantes rápidos. Além da qualidade defensiva, o zagueiro é arma no ataque em cobranças de falta e escanteio. Ele marcou dois gols de cabeça em 31 partidas na temporada. Em outras ocasiões, não teve tanta sorte, pois suas finalizações acertaram a trave ou foram defendidas pelos goleiros adversários.