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Cruzeiro: saiba quem são os empresários indiciados pela Polícia Civil ao lado de Wagner, Itair e Serginho

Além de ex-dirigentes, Polícia Civil indiciou quatro empresários por negociações realizadas com a antiga gestão do Cruzeiro

postado em 10/08/2020 20:55 / atualizado em 11/08/2020 12:48

(Foto: Jair Amaral/EM/D.A. Press)
A Polícia Civil confirmou nesta segunda-feira a conclusão do inquérito que apurou irregularidades cometidas por ex-dirigentes do Cruzeiro. Além do ex-presidente Wagner Pires de Sá, do ex-vice-presidente de futebol Itair Machado e do ex-diretor-geral Sérgio Nonato, foram indiciados pela corporação quatro empresários - três com atuação no futebol e um no ramo de equipamento de proteção individual (EPI). Todos podem responder por apropriação  indébita, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O empresário do ramo de EPI é Cristiano Richard dos Santos Machado. Já os agentes esportivos, segundo informações do Globoesporte, são Wagner Cruz, João Sérgio Ramalho e Carlinhos Sabiá.

João Sérgio Ramalho



João Sérgio Ramalho, o João da Umbro, foi representante do goleiro Fábio até o começo deste ano. Ele embolsou, por meio da Veloz e Moraes Negócios e Consultoria LTDA, R$ 900 mil na renovação do camisa 1, fechada em fevereiro de 2019. Além disso, faturou R$ 500 mil de comissão no acordo de patrocínio máster do Cruzeiro com o banco Digimais.

Apesar do notório reconhecimento como parceiro de Fábio, João Sérgio não tinha a empresa cadastrada na lista de intermediários da CBF. O agente não atendeu aos telefonemas do Superesportes e nem respondeu mensagem enviada por WhatsApp.


Wagner Cruz


(Foto: Reprodução)

Também sem registro na Confederação Brasileira de Futebol, Wagner Cruz recebeu, por meio da Dinamic Marketing e Processamentos LTDA, na renovação de Fábio (R$ 750 mil), na venda de Gabriel Xavier ao Nagoya Grampus-JAP (R$ 474.110,00) e nas contratações de Mancuello (R$ 388.800,00) e Barcos (R$ 758.887,00). A soma dos valores é de R$ 2.371.797,00.

Fábio é representado por João Sérgio (citado em tópico anterior), enquanto Gabriel Xavier tem como empresário Junior Pedroso, o mesmo do lateral-esquerdo Dodô. Quem cuida da carreira de Barcos é seu irmão, David Barcos, e o procurador de Mancuello é o uruguaio Uriel Pérez.

O Superesportes tentou contato com Wagner Cruz para saber qual o posicionamento dele com relação ao inquérito da PCMG, mas o empresário não atendeu aos telefonemas.


Carlinhos Sabiá


(Foto: Instagram/reprodução)

Carlos Alberto Isidoro, conhecido como Carlinhos Sabiá, foi ponta-direita do Cruzeiro entre 1979 e 1985. Em 302 jogos, marcou 62 gols e aparece em 33º do ranking de maiores artilheiros da história do clube. Depois de encerrar a carreira, tornou-se empresário de jogadores.

Em 2017, Sabiá ganhou espaço na mídia por ter intermediado a contratação de Bruno Silva, do Botafogo, pelo Cruzeiro. Entretanto, foi por um jogador do qual ele nem sequer é agente que a Polícia Civil passou a investigá-lo. Carlinhos recebeu R$ 800 mil do clube na venda do lateral-direito Mayke ao Palmeiras, em outubro de 2018. 

Além de não ser representante de Mayke - os empresários são Giuliano Bertolucci e Fábio Mello -, Carlinhos Sabiá não tinha cadastro no sistema de intermediários da Confederação Brasileira de Futebol. O pedido de registro da empresa Jeo Rafah foi feito apenas em 1º de novembro, data posterior à venda do ex-jogador do Cruzeiro.

Procurado pelo Superesportes, Carlinhos Sabiá informou que pretende conversar primeiramente com seu advogado antes de dar qualquer declaração.


Cristiano Richard dos Santos Machado


Ficou conhecido por emprestar R$ 2 milhões ao Cruzeiro, recebendo em troca parte dos direitos econômicos de jogadores do profissional, como David (20%), Raniel (5%), Murilo (7%) e Cacá (20%), e de outros que passaram pela base e foram negociados, casos de Gabriel Brazão (20%) e Vitinho (20%). Além disso, o Cruzeiro inseriu participação em uma possível venda do promissor Estevão William, à época com 12 anos, que, pelas leis trabalhistas, só poderá assinar vínculo laboral a partir dos 16.

Em 27 de maio de 2019, Cristiano Richard argumentou que “em nenhuma circunstância se pretendeu criar relação de parceria em direitos econômicos de atleta, mas apenas inserir cláusulas contratuais e condições que garantiriam o recebimento do empréstimo”. Itair Machado seguiu a mesma linha, ressaltando, em entrevista coletiva, que o dinheiro seria utilizado para pagamento de impostos e salários, e o sócio da firma de EPI seria ressarcido em uma parcela de R$ 600 mil e outras oito de R$ 195 mil.

O empréstimo de Cristiano Richard ao Cruzeiro foi consolidado em 1º de março de 2018. Dezenove dias depois, o filho do empresário, Henrique Richard de Almeida Machado, assinou contrato de formação com o clube até 18 de março de 2021 e foi incorporado ao elenco sub-15. Depois das denúncias de supostas irregularidades envolvendo o nome do pai e a diretoria cruzeirense, o adolescente foi orientado a não participar dos treinamentos na Toca da Raposa I.

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