Cruzeiro

CRUZEIRO

Cruzeiro faz acordo e pagará a Dodô R$ 15 milhões

Contrato do jogador (salários e luvas) estava avaliado em R$ 33,25 milhões; negócio foi feito na gestão Wagner e Itair

postado em 11/12/2020 08:33 / atualizado em 11/12/2020 16:34

(Foto: Vinnicius Silva / Cruzeiro)
Depois de meses brigando na Justiça,  Cruzeiro  e o lateral-esquerdo  Dodô fizeram um acordo. O clube celeste vai pagar R$ 15 milhões ao atleta, sendo R$ 14.750.000,00 de indenização por rescisão contratual e R$ 250 mil de FGTS. O contrato do jogador (salários e luvas) estava avaliado em  R$ 33,25 milhões.

Os R$ 15 milhões serão quitados em 60 parcelas iguais, mensais e sucessivas de R $ 250 mil cada. O primeiro pagamento ficou estipulado para o dia 15 de janeiro de 2022, e as demais prestações vencerão no dia 15 dos meses subsequentes. O encerramento do débito está programado para 15 de dezembro de 2026 .

Os valores passarão por correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até a data do seu vencimento, sem a incidência de juros mora se pagos dentro do prazo.

Em caso de mais de cinco dias de atraso, será aplicada  multa de mora de 1% sobre o valor de cada parcela pendente, sem embargo da correção pelo IPCA, além de juro moratório de 1% ao mês.

Na hipótese de atraso de cinco parcelas, alternadas ou sucessivas, ocorrerá também o vencimento antecipado de toda a quantia não quitada, com o acréscimo de multa de 10% sobre o saldo devedor existente nessa data, sem embargo da correção pelo IPCA, além de juro moratório de 1% ao mês.

(Foto: Tulio Santos/EM D.A Press)


Dodô na Justiça


O caso estava na Justiça do Trabalho desde março. Dodô queria que o contrato com o Cruzeiro fosse reativado nos moldes originais. Por sua vez, a defesa celeste considerava as cláusulas lesivas e solicitava o anulamento. 

O contrato de Dodô, feito na gestão de Wagner Pires de Sá , Itair Machado e Sérgio Nonato , previa pagamento mensal de R$ 917,2 mil brutos ao jogador de março a novembro de 2020. O valor é mais de seis vezes superior ao ‘teto’ de R$ 150 mil estabelecido pelo Cruzeiro, que teve queda substancial nas receitas em razão do rebaixamento à Série B do Brasileiro.

Dos R$ 917,2 mil, R$ 330 mil são de salários e R$ 587,2 mil a título de luvas. Considerando 13º e um terço de férias em 2020, o valor atingiria R$ 1,35 milhão em dezembro. De janeiro de 2021 a dezembro de 2023, o atleta contaria exclusivamente com os vencimentos por mês.

De acordo com o documento, datado em 23 de janeiro de 2019, o ordenado do lateral-esquerdo era dividido em R$ 297 mil de salário-base e R$ 33 mil de acréscimo remuneratório, não havendo, portanto, direitos de imagem.

Os R$ 8,8 milhões de luvas seriam parcelados em 18 vezes: a primeira, de R$ 366 mil, em fevereiro de 2019; da segunda à oitava, também de R$ 366 mil, de agosto de 2019 a fevereiro de 2020; e as dez restantes, de R$ 587,2 mil cada, de março a dezembro de 2020.

Contando luvas, salários e direitos econômicos, o Cruzeiro teria um gasto médio anual de R$ 6,65 milhões com Dodô, totalizando aproximadamente R$ 33,25 milhões em cinco anos de contrato.

Com o acordo, o caso vai sair da Justiça do Trabalho.

Cláusula de compra


Na entrevista de apresentação de Dodô, em 24 de janeiro de 2019, Itair Machado explicou os moldes da transação. Segundo ele, o Cruzeiro pagou 200 mil euros à Sampdoria e concordou com a obrigação de compra de 90% dos direitos econômicos por 300 mil euros se o time alcançasse 15 pontos no Campeonato Brasileiro ou o atleta participasse de três jogos. Mesmo rebaixada à Série B, a Raposa contabilizou 36 pontos, enquanto o lateral-esquerdo atuou em 18 partidas na Série A.

Dívida


De acordo com a petição inicial na Justiça, Dodô não treina de maneira adequada desde o início do ano, quando o Cruzeiro comunicou, em 10 de janeiro, que ele estava liberado para procurar outro clube. Nesse período, o atleta não recebeu um mês sequer de salário, segundo afirmou seu empresário, Junior Pedroso, em entrevista ao canal do jornalista Jorge Nicola, no YouTube, em 5 de maio.

O conselho gestor que administrou o Cruzeiro antes do presidente Sérgio Santos Rodrigues fez uma proposta para a reintegração do lateral ao grupo, porém as partes não chegaram a um denominador comum. O clube queria bases diferentes do vínculo original, contestando principalmente os R$ 8,8 milhões em luvas, e a repactuação dos vencimentos do atleta dentro do limite de R$ 150 mil.

Passagem pelo Cruzeiro


Contratado sob alta expectativa após boa temporada pelo Santos em 2018, Dodô frustrou a torcida do Cruzeiro. Na maior parte de 2019, sem conseguir regularidade, amargou a reserva de Egídio, mesmo com o titular sofrendo com muitas críticas. O ponto positivo nos 28 jogos do lateral-esquerdo foi um belo gol de fora da área, marcado na vitória por 4 a 0 sobre o Huracán, da Argentina, na fase de grupos da Copa Libertadores.

Tags: justiça acordo cruzeiroec R$ 15 milhões Dodô