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Cruzeiro tenta resolver greve e crise antes de enfrentar Avaí pela Série B

Jogadores decidiram paralisar treinos enquanto salários não forem pagos pelo clube. Presidente Sérgio Rodrigues busca socorro financeiro com empresários

postado em 15/10/2021 06:00 / atualizado em 15/10/2021 14:21

(Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro - 01/09/2021)

A uma semana de enfrentar o Avaí pela 31ª rodada da Série B, o Cruzeiro busca uma solução para encerrar as pendências salariais com jogadores e funcionários. Por causa dos recorrentes atrasos, o elenco principal decidiu paralisar os treinamentos na Toca da Raposa II até que a diretoria apresente uma saída. O time celeste volta a campo na próxima sexta-feira, às 21h30, no estádio da Ressacada, em Florianópolis.

Nessa quinta-feira, o presidente Sérgio Santos Rodrigues desembarcou no Aeroporto Internacional de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, depois de uma estada de quatro dias em Lisboa, capital de Portugal, onde deu palestra sobre os desafios da gestão moderna de futebol no Brasil no evento Global Football Management . Em rápido contato com jornalistas, ele afirmou ter acompanhado as notícias sobre a greve dos atletas e prometeu que falaria sobre o assunto nesta sexta-feira.

Mais uma vez, Sérgio buscou socorro financeiro com parceiros do clube, como o empresário Pedro Lourenço, que recentemente renovou o patrocínio master até dezembro de 2023 por valor superior a R$8 milhões. Em entrevista à Rádio Itatiaia no dia 2 de outubro, o dono do Supermercados BH criticou o dirigente por não ter cumprido o combinado à época da contratação do técnico Vanderlei Luxemburgo, no início de agosto.

“Quando conversamos com o Vanderlei, ele exigiu que os salários estivessem em dia. Quando falo salário, não é só do jogador. Eles não jogam sozinhos, não estão lá sozinhos. Tem o cara que ganha R$2 mil, R$3 mil. Tem que ser pago. Chegou para mim a conta que era X. Então eu comprei o patrocínio de 2023 - cerca de R$8,1 milhões. Era para acertar até o dia (da chegada) do Vanderlei. Depois disso, não se pagou nenhum jogador. O presidente não pagou. A proposta era eu fazer esse aporte e ele continuaria pagando em dia. E isso não foi feito. Então, o Vanderlei tem razão de falar”.

Segundo o jornalista Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minas e do Superesportes,   o Cruzeiro pediu R$9 milhões a um grupo de empresários, que descartou o empréstimo por falta de garantias de pagamento . Sem o auxílio num primeiro momento, Sérgio Rodrigues deve conversar com o técnico Vanderlei Luxemburgo e alguns jogadores, casos do goleiro Fábio, do volante Rômulo e do atacante Rafael Sobis. Na quarta-feira, os atletas compartilharam uma carta nas redes sociais explicando que a greve também tinha o propósito de dar voz a funcionários “que têm sofrido com a atual situação”.

“Informamos que, diante dos reiterados atrasos salariais neste ano de 2021, chegamos ao ponto insustentável de termos até 06 (seis) meses de atrasos, o que demonstra a precária situação financeira a que estão expostos todos funcionários, que atualmente estão sendo socorridos pelo auxílio/ajuda financeira dos atletas profissionais para manutenção das necessidades básicas de sobrevivência”, diz trecho do comunicado.

Se não contar com ajuda de empresários em curto prazo, o Cruzeiro dificilmente sairá dessa situação, uma vez que sua dívida de 2020 foi fechada em R$897 milhões, ante uma arrecadação líquida quase sete vezes inferior, na casa de R$120 milhões. A tendência é que os números de 2021 estejam em patamares aproximados aos da temporada anterior.

Em 11º lugar na Série B, com 39 pontos, a Raposa tem 0,15% de chance de acesso, conforme o Departamento de Matemática da UFMG . Assim, o ano de 2022 caminha para ser semelhante a 2020 e 2021 em termos de faturamento. O cenário só mudará caso a agremiação se transforme em Sociedade Anônima do Futebol e receba aportes de investidores.


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