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MERCADO DA BOLA

Moreno acerta saída do Cruzeiro e viaja para assinar com o Cerro Porteño

Atacante fechou com equipe paraguaia por duas temporadas

postado em 09/02/2022 14:48 / atualizado em 09/02/2022 17:49

(Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)
Chegou ao fim nesta quarta-feira a terceira passagem do atacante Marcelo Moreno pelo Cruzeiro. Maior artilheiro estrangeiro do clube, com 54 gols em 147 jogos, o boliviano de 34 anos acertou sua transferência para o Cerro Porteño, do Paraguai, por duas temporadas.
 
Moreno usou o seu perfil no Instagram para se despedir da torcida cruzeirense. Ele compartilhou um vídeo com gols pelo clube e a frase "até breve!" no fim. O estafe de Marcelo informou ao Superesportes que o centroavante já está a caminho de Assunção, onde terá a missão de ser o camisa 9 do Ciclón na Copa Libertadores de 2022.


Moreno tinha acabado de retornar ao Brasil após representar a Bolívia nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, em jogos contra Venezuela e Chile (derrotas por 4 a 1 e 3 a 2). Ele balançou a rede diante dos chilenos e se isolou na artilharia da competição, com 10 gols.

A saída de Moreno do Cruzeiro era aventada desde 2021, quando o Colo Colo, do Chile, chegou a demonstrar interesse. O atacante não conseguiu engrenar desde que voltou ao clube, em fevereiro de 2020. Em 54 jogos, anotou somente nove gols.
 
Além do desempenho abaixo do esperado, Moreno não entrou em acordo para reduzir os salários e ter o contrato transferido para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Por esse motivo, sua permanência na Raposa ficou cada vez mais complicada.

Assim, os últimos dias do Flecheiro em BH serviram para para definir os termos de rescisão contratual. O atleta recusou a oferta do clube de diminuir os salários em 60% e antecipar o encerramento do vínculo de dezembro para abril de 2022.
 
 
 

Trajetória no Cruzeiro


Marcelo Moreno iniciou a sua história no Cruzeiro em março de 2007, quando teve os direitos adquiridos por US$ 400 mil (R$ 830 mil na época) por empresários, que repassaram 40% sem custos à Raposa. O então garoto de 19 anos havia contribuído para o acesso do Vitória à Série B, em 2006, ao marcar 12 gols na Terceira Divisão.

A estreia de Marcelo pelo Cruzeiro foi na derrota por 3 a 0 para o Corinthians, na segunda rodada do Campeonato Brasileiro de 2007, no Mineirão. Apesar do placar, ele deixou boa impressão ao entrar na etapa complementar e cabecear uma bola no travessão.

No decorrer da Série A, Moreno ganhou oportunidades com o técnico Dorival Júnior e terminou o ano com seis gols em 14 partidas. A Raposa obteve a classificação para a fase preliminar da Copa Libertadores ao alcançar a quinta colocação no Brasileirão.

Na temporada 2008, Moreno virou a referência no ataque e anotou 15 gols em 22 jogos. Campeão mineiro com direito a gols nos dois jogos da decisão contra o rival Atlético (vitórias por 5 a 0 e 1 a 0), o boliviano também se destacou na Libertadores, na qual dividiu a artilharia com o paraguaio Salvador Cabañas, com oito gols.

Em maio de 2008, Marcelo Moreno foi vendido ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por US$ 9 milhões, e o Cruzeiro teve direito a 40% do valor. Posteriormente, vestiu as camisas de Werder Bremen, da Alemanha, e Wigan, da Inglaterra, até ser comprado por quase R$ 15 milhões pelo Grêmio, em 2012.

Foi o Grêmio quem emprestou Marcelo ao Cruzeiro em uma época de alegrias para a torcida. Em 2014, o boliviano contribuiu para o título brasileiro ao marcar 15 gols em 32 partidas - mesmo número de Ricardo Goulart (26 jogos). No geral, fechou o ano com 24 gols em 57 jogos, ganhando também o estadual no primeiro semestre.

Em 2015, Marcelo Moreno saiu do Cruzeiro e foi negociado pelo Grêmio para jogar na China, onde ficou até janeiro de 2020. Em cinco anos, fez 55 gols em 100 partidas: Changchun Yatai (22 gols em 53 jogos), Wuhan Zall (25 gols em 34 jogos) e Shijiazhuang Ever Bright (oito gols em 13 jogos).

Em fevereiro de 2020, Moreno afirmou ter abrido mão de R$ 50 milhões de salários a serem recebidos na China para regressar ao Brasil com a missão de ajudar o Cruzeiro no acesso à Primeira Divisão Nacional. Porém, o time foi mal nas duas edições da Série B: 11º em 2020, com 49 pontos, e 14º em 2021, com 48.

Se por um lado o camisa 9 não repetiu os bons momentos na Toca, por outro se tornou protagonista da Bolívia. Nos últimos dois anos, ele esteve 19 vezes em campo pela seleção e anotou 12 gols. O ótimo rendimento deu origem à tese (em tom de brincadeira) de que o sucesso de Marcelo em La Verde se dá pelo uso do sobrenome Martins.

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