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Em despedida do Santos, Rodrygo chora e Peres ataca a CBF: 'Ditadora'

Mandatário do clube alvinegro mostrou irritação com a entidade

postado em 12/06/2019 16:43 / atualizado em 12/06/2019 21:16

<i>(Foto: Ivan Storti/Santos)</i>
Agora ex-atleta do Santos, o atacante Rodrygo se despediu do clube em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, que teve momentos de emoção, por parte do jogador, e de revolta, nas palavras do presidente do time, José Carlos Peres. "Não vou falar muito, não gosto de ficar chorando na frente de todo mundo", disse Rodrygo, tentando segurar as lágrimas, que logo acabariam rolando sem controle. 



O ex-camisa 11 santista, que está de malas prontas para o Real Madrid, sua nova casa, concedeu entrevista ao lado de Peres. O mandatário mostrou irritação com a CBF e chegou a chamar a entidade de "ditadora". Tudo por não ter dado o aval para a escalação da promessa santista nos últimos jogos. 

"Estava me segurando para não chorar. É um momento que passa todo o filme desde que cheguei aqui até a realização do sonho que é jogar no maior clube do mundo, que é o Real Madrid", comentou o garoto de 18 anos, que custou aos cofres do time madrilenho 50 milhões de euros (cerca de R$ 218 milhões). "Estou muito emocionado e vou levar o Santos sempre no meu coração", acrescentou Rodrygo



Sem jogar desde 26 de maio, o atacante ficou de fora de diversas partidas da equipe comandada pelo técnico Jorge Sampaoli, que acabou eliminada da Copa do Brasil pelo Atlético - fez sua última apresentação no empate em 0 a 0 contra o Internacional, na Vila, pelo Brasileirão, e ficou de fora das partidas diante do Ceará e do próprio Atlético no torneio por pontos corridos. 

A hesitação da diretoria santista em escalar o jogador se deveu, segundo Peres, ao imbróglio recente que envolveu o clube e a CBF. É que o Santos e o próprio atleta decidiram que ele não se apresentaria para atuar junto com a seleção olímpica em um torneio na França. Entretanto, para Peres, não teria ficado claro se o atacante tinha ou não condições de jogo nas competições nacionais, pois não chegou a ser cortado. 

"Hoje é um dia alegre, mas ao mesmo tempo triste. É a despedida do Rodrygo. Não fosse a CBF ser ditadora, em algo que ela não poderia ser, porque os clubes fazem a CBF, que tem de entender o problema dos clubes e entender nosso desconforto", esbravejou o dirigente, lamentando a ausência do atacante no confronto contra os mineiros pela Copa do Brasil. 

"Não queremos fugir da responsabilidade, mas tivemos a baixa de três jogadores, um deles o melhor: Rodrygo. Fez com que a gente entrasse mais fraco em campo. Ela (a CBF) nos deu prejuízo técnico e financeiro", disse. Para Peres, faltou um comunicado da entidade, uma posição oficial. "A CBF não responde para a gente o que vai acontecer se colocarmos o Rodrygo em campo. Achamos que foi uma injustiça muito grande", concluiu ele. 

INFLUÊNCIA DO PAI
 
Nos tempos em que polêmicas provocam questionamentos sobre a influência do pai de Neymar na carreira do filho, a nova promessa brasileira ressaltou a importância do progenitor em sua carreira, em entrevista antes de deixar a Vila Belmiro para o canal do clube no Youtube. 

Ex-lateral e zagueiro que atuou em diversos clubes, especialmente do interior paulista, Eric Góes acabou ajudando na formação precoce do garoto que em breve vai se juntar ao time madrilenho, segundo o próprio atacante. 

"(O fato de meu pai jogar) influenciou bastante, porque todas as situações que via meu pai passar, por estar ali nos vestiários com ele, ma davam uma certa experiência do que é jogar em um time profissional. E quando cheguei ao sub-11, estava na frente dos outros moleques. Fui acostumado a jogar com os meninos mais velhos, sempre tive que ser preparado da melhor forma, e isso foi primordial para o meu crescimento", contou Rodrygo, que estreou pelo Santos numa partida contra o Atlético, aos 16 anos, em 5 de novembro de 2017, em partida válida pela 32.ª rodada do Brasileirão daquele ano. 

Na entrevista para o canal santista, o atleta ainda comentou sobre a futura parceria com o também jovem Vinicius Junior, que chegou ao clube do Flamengo no ano passado. "Chegar lá e ter um menino quase da minha idade, só um ano mais velho, mas que já teve a experiência de jogar uma temporada, deve me ajudar bastante na minha adaptação", projetou ele. Em 79 participações pelo profissional, Rodrygo marcou 17 vezes com a camisa do clube da Vila Belmiro.

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