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Jesualdo, do Santos, pede igualdade em retorno do futebol: 'Temo pela saúde dos jogadores'

Elenco do Peixe voltou a treinar nesta semana e começará a trabalhar com bola nos próximos dias

postado em 27/06/2020 17:14 / atualizado em 27/06/2020 18:47

(Foto: Ivan Storti/Santos)
O técnico do Santos, Jesualdo Ferreira, alerta para a provável desigualdade no retorno do futebol brasileiro durante a pandemia do novo coronavírus. O português vê estágios diferentes de preparação entre os clubes. Flamengo e Grêmio, por exemplo, treinam há mais de um mês. O Peixe voltou nesta semana e só trabalhará com bola a partir de julho.

"Quando chegamos ao Santos, no início do ano, começamos a treinar no dia 8 de janeiro. O primeiro jogo do Campeonato Paulista foi dia 23. Mas, como sempre acontece, muitas equipes de divisões inferiores já estavam em atividade desde novembro ou dezembro. Com isso, conseguiram estar em um nível acima dos demais durante boa parte da competição. No momento atual, com vários estados e diversos clubes com diferenças na preparação, isso também será um problema. E com equipes de primeira divisão, ainda mais qualificadas. Pela proposta da CBF, que quer começar o Campeonato Brasileiro dia 8 ou 9 de agosto, iniciaríamos com muitos estágios diferentes, que, sob o ponto de vista desportivo, é bastante negativo", disse Jesualdo.

"Toda competição esportiva deve partir de um mesmo princípio: igualdade. As diferenças vão existir de qualquer forma, mas, pelo menos, que se possa diminuir um pouco e sejam amenizadas as dificuldades das equipes que começaram a treinar apenas após a liberação das autoridades", completou.

Jesualdo pede um mês de preparação antes do reinício do Campeonato Paulista. A competição parou na 10ª rodada, quando o Peixe perdeu para o São Paulo por 2 a 1, no Morumbi.

"Se nós só poderemos começar a treinar com bola no dia 1º de julho, e talvez ainda com restrições, como será possível estarmos preparados para disputar as últimas etapas de um torneio de exigência alta como é o Campeonato Paulista e que precisaria ser antecipado para não ter conflito de datas com o Brasileirão? O que nós pensamos é: dificilmente conseguiremos entrar no Campeonato Paulista com boa capacidade sem ter pelo menos um mês de preparação", falou o treinador santista.

O técnico ainda disse temer pela saúde física e emocional do elenco.

"O curto tempo de duração da reta final do Campeonato Paulista fará com que seja intenso e desgastante, sem permitir que as equipes tenham muito espaço para treinamentos. E o Campeonato Brasileiro, pelo que foi proposto, começaria logo em seguida. Teríamos pouca capacidade de atuar em alto nível e, pensando no futuro, poderia ser muito grave para os atletas. Eu temo pela saúde dos jogadores. Além da questão física, tudo isso que está acontecendo tem uma carga emotiva muito grande, mesmo cumprindo todos os protocolos de segurança", afirmou.

"Qualquer profissional que esteja envolvido no futebol precisa ter o máximo de garantias para que possa participar das atividades de forma segura. Então, quanto mais pudermos fazer o tipo de trabalho que estamos promovendo, que é muito controlado, melhor para nós, melhor para o futebol e melhor para os jogadores, que poderão voltar aos campos com segurança e em alto nível. Diminuir os riscos é nossa obrigação", concluiu.

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