UM MOMENTO NA HISTÓRIA

Vídeo: em 1963, avô de Pelé levava vida simples de carroceiro em Três Corações

Aos 80 anos, Jorge Lino Arantes, avô materno do Rei, trabalhava de carroceiro na lenharia de uma de suas filhas

postado em 17/04/2018 09:00 / atualizado em 16/04/2018 18:18

Há 55 anos, o Estado de Minas e a TV Itacolomi encontraram, trabalhando de carroceiro na lenharia de uma de suas filhas, em Três Corações, Jorge Lino Arantes, avô materno de Pelé. Mesmo com o sucesso meteórico do neto, já bicampeão mundial, o aposentado de 80 anos levava uma vida simples, em 1963, na cidade do Sul de Minas. As imagens raras de Jorge Lino, resgatadas e digitalizadas do acervo da extinta TV Itacolomi, dos Diários Associados, é o sétimo episódio da seção Um momento na história.

“Trabalha de sol a sol o avô do rei Pelé”, era a manchete do Estado de Minas de 29/11/1963. “Em um barracão da Rua 46, em Três Corações, reside Jorge Lino Arantes, de cabelos brancos, contando 80 anos, que já perdeu a vista direita, mas que trabalha das 6h às 18h, todos os dias, como carroceiro de uma lenharia que pertence a uma de suas filhas”, contava a reportagem.

Jorge é pai de Celeste Arantes, que se casou com João Ramos do Nascimento, o jogador Dondinho. Da união, nasceram Jair (conhecido como Zoca), Maria Lúcia e Pelé  – batizado de Edson em homenagem a Thomas Edison, inventor da luz elétrica. O avô materno de Pelé casou-se duas vezes e contou à reportagem que teve 34 filhos, sendo que o caçula, Wilson José, fruto do segundo casamento, com Maria Veniz, nasceu quando ele tinha 79 anos.

Jorge Lino Arantes trabalhava na lenharia de sua filha do primeiro matrimônio, Jorgina, auxiliado por seu filho, Paulinho, de 9 anos. Disse à reportagem que, mesmo cansado, sentindo-se doente e já tendo perdido a vista direita, era obrigado a trabalhar, pois era aposentado do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Empregados em transportes e cargas (IAPETC), mas a pensão de 4 mil cruzeiros atrasava até 10 meses – e quando chegava já estava comprometida com o senhor Nadra Gadbem, dono do armazém onde a família comprava a crédito há mais de 30 anos.

PELÉ É SEU ÍDOLO

Arquivo EM
Mesmo sem receber visitas de seu neto, que não visitava Três Corações desde 1958, Jorge Lino tinha verdadeira adoração por Pelé, que segundo ele lembrava sempre dos parentes, escrevendo cartas e enviando retratos e recordações. Também Pelé o ajudou muito financeiramente, pois quando suas dívidas eram muitas, com os credores ameçando tomar suas propriedades, Pelé se prontificou a ajudá-lo e adquiriu toda uma vila, inclusive a casa onde o craque nasceu, na Rua Treze.

Os encontros com o Rei eram poucos, mas emocionava Jorge Lino. No início de 1963, esteve em Santos para ver o neto jogar. Em 1969, na primeira partida depois do milésimo gol de Pelé, no Mineirão, o EM levou Jorge Lino ao encontro de Pelé. Em 1971, recebeu a visita do neto ilustre, homenageado com uma estátua no centro da cidade natal.

 

Arquivo EM
 

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